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Na Coluna Edtechs deste mês, Leo Libman mostra como novas habilidades e startups como a Turing College estão moldando o futuro do trabalho

O desenvolvimento contínuo ao longo da carreira sempre me fascinou. Talvez seja resultado do meu passado como headhunter, quando entrevistei mais de 5 mil profissionais em diferentes fases de suas trajetórias e percebi como cada escolha, cada mudança de rumo e cada aprendizado moldam não apenas carreiras, mas também a própria realização pessoal. É nesse movimento constante de adaptação e crescimento que a verdadeira evolução profissional se revela.  
 
Vi de perto como muitos buscavam se recolocar, reposicionar ou encontrar oportunidades mais alinhadas ao seu perfil — ou simplesmente algo que os fizesse sentir realizados. Essas experiências reforçaram para mim que o desenvolvimento profissional não é linear nem limitado à formação inicial: a trajetória de cada pessoa exige constante aprendizado, adaptação e reinvenção.

Uma das coisas que sempre me intrigou é que, durante décadas, o modelo tradicional de educação baseava-se em oferecer ensino básico e superior: o cidadão se formava, recebia o diploma e seguia para o mercado de trabalho. Nos últimos anos, porém, com a velocidade da transformação digital, ficou claro que a educação não termina com a graduação. Hoje, para se manter relevante, o profissional precisa se modernizar constantemente, aprender novas habilidades e se adaptar a funções que nem existiam há alguns anos.

A tecnologia está impactando todas as indústrias e cargos, gerando uma demanda voraz por empresas de educação que entreguem um diferencial ao longo da carreira ou durante transições profissionais.

É aí que entram iniciativas como a Turing College, da Lituânia. Fundada em 2020, a startup oferece programas online de ciência de dados, análise, inteligência artificial e marketing digital, com foco em aprendizado autodirigido e baseado em projetos. A Turing College atende adultos em transição de carreira, preparando-os de forma prática e acessível para áreas de alta demanda, tornando-se um exemplo claro de como new skills e re-skills são essenciais para prosperar no mercado atual.

O modelo de negócios da escola combina cursos individuais, parcerias corporativas e, em alguns países, o uso de financiamento público para facilitar o acesso às formações.

Um curso completo para indivíduos, por exemplo, custa aproximadamente seis mil e quinhentos euros, com opções de pagamento à vista ou parcelado, enquanto os programas corporativos têm preços que variam de acordo com a personalização e o escopo da capacitação oferecida. A Turing College não apenas ensina, mas acompanha o aluno: a metodologia é online, autônoma e baseada em projetos reais, com mentoria individualizada e feedback contínuo. A duração dos programas varia entre oito e doze meses, exigindo cerca de quinze horas semanais de dedicação, e inclui até seis meses de apoio na transição para o mercado de trabalho após a conclusão do curso.

O crescimento da instituição é internacional. Alunos de mais de quarenta nacionalidades já passaram pelos seus programas, e a escola mantém parcerias estratégicas com iniciativas financiadas pela União Europeia. Esse reconhecimento se reflete em rankings que destacam a Turing College como uma das startups de crescimento mais rápido da região Báltica e do Leste Europeu.

Em um mercado global que exige habilidades atualizadas e aplicáveis, a Turing College se posiciona como uma ponte entre teoria e prática, oferecendo educação orientada para resultados concretos. A proposta é clara: não basta aprender, é preciso aplicar e gerar impacto real no mercado, seja como profissional em busca de recolocação ou como empresa desenvolvendo talentos internos.

No Brasil, o mercado de edtechs ainda está em evolução, mas já começam a surgir iniciativas que buscam ocupar a lacuna deixada pela educação tecnológica prática, à la Turing College. Algumas startups brasileiras vêm avançando nesse tema, oferecendo programas de capacitação cada vez mais alinhados às demandas do mercado e conectando a teoria à prática. O movimento ainda é inicial, mas aponta para uma transformação necessária: preparar profissionais não apenas para aprender, mas para aplicar o conhecimento de forma imediata e relevante no mundo real.

A oferta de plataformas de novas skills já é uma realidade no mercado, mas a grande questão é se os profissionais que mais precisam se atualizar já despertaram para a real importância desse movimento coletivo de consciência sobre o futuro do trabalho.


Para colaborar com as startups que desenvolvem tecnologias para a educação a se aproximarem cada vez mais das instituições de ensino, o educador21 está formando um “Cadastro de Edtechs”.

Se você deseja ver a sua empresa abordada pela Coluna Edtechs, ou gostaria de enviar um pitch para a playlist Pitch – Educador21 do Canal do Educador21 no YouTube, responda a este formulário.

Faremos contato o quanto antes!

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