Especialista da Alura destaca como a tecnologia tem colaborado para um aprendizado mais personalizado e inclusivo, sem substituir o papel e a experiência do professor
A inteligência artificial tem transformado a experiência de ensinar e aprender, sendo uma aliada na rotina escolar para automatizar processos e personalizar conteúdos aplicados em aula, ajustando-os às necessidades individuais de cada estudante. Com a tecnologia, os professores podem dedicar mais tempo ao aspecto humano da educação, reduzindo tarefas mecânicas e repetitivas.
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A pesquisa realizada pela Associação Nova Escola revela que 65% dos professores já ouviram falar em IA e a utilizam em sala de aula. Além disso, 57% deles consideram a inteligência artificial uma oportunidade. Para Guilherme Silveira, Chief Innovation Officer (CINO) e cofundador da Alura, o maior ecossistema de educação em tecnologia do país, esses dados refletem a crescente aceitação e eficácia das ferramentas de IA no ambiente educacional.
“Em vez de substituir o papel do professor, a IA se apresenta como um complemento estratégico, que pode ser usado para ajudar alunos a desenvolverem habilidades essenciais, como o aprimoramento do pensamento crítico e a resolução de problemas. Ao integrar a inteligência artificial no processo educacional, as instituições não apenas aprimoram o aprendizado, mas também cultivam espaço para a criatividade e a inovação florescerem”, explicou Silveira.
Como a IA vem revolucionando a educação brasileira?
Para evidenciar essa transformação, o especialista listou quatro maneiras pelas quais a inteligência artificial está revolucionando o ensino no Brasil.
- Ensino personalizado
Já faz tempo que a IA permite que os conteúdos ensinados sejam individualmente planejados, pensando no ritmo e nas demandas de cada aluno. As plataformas educacionais, por exemplo, utilizam algoritmos para analisar a performance dos estudantes, oferecendo recomendações de materiais e atividades que se alinham aos seus estilos de aprendizagem.
Guilherme Silveira ressaltou que outro tipo de personalização surgiu mais recentemente – uma abordagem permite que o professor aproveite sua experiência com os alunos, enquanto a ferramenta se encarrega de tarefas específicas.
“Imagine um aluno que aprende melhor por meio de textos do que por vídeos, ou que se sente mais envolvido ao ouvir um podcast. De forma simples, o professor pode adaptar seus conteúdos para esses formatos com o uso da IA, proporcionando uma aprendizagem customizada, se essa abordagem for de encontro a visão pedagógica do professor. Esse processo não só auxilia a reter o conhecimento, mas também valoriza as diferentes formas de aprendizado, tornando a experiência educacional mais rica.”
- Desburocratização da rotina dos educadores
Outra aplicação da inteligência artificial nas escolas é a redução do tempo dedicado a tarefas mecânicas, como a correção de provas e a gestão de notas. A tecnologia permite a automação desses processos, aliviando os educadores de funções administrativas.
“Ferramentas de IA podem facilitar uma primeira revisão ou correção de atividades. Isso permite que os professores diminuam o tempo gasto nessas tarefas e o direcionem para o planejamento de aulas futuras ou para interações mais significativas com os alunos. Essa sinergia não apenas eleva a qualidade da educação, mas também cria um ambiente de aprendizado mais dinâmico e acolhedor”, enfatizou Silveira.
- Democratização do conhecimento
Principalmente por meio de IAs generativas, com chatbots e assistentes virtuais, também é possível oferecer um suporte aos alunos em qualquer hora e lugar, assim como uma comunicação mais clara e transparente. Para o especialista da Alura, isso torna o aprendizado muito mais acessível.
“Com o crescente acesso às ferramentas de IA, agora disponíveis até mesmo em smartphones, os alunos têm a oportunidade de ser ouvidos e de ter suas dúvidas respondidas em tempo real. Essa interatividade não apenas fortalece o engajamento dos estudantes, mas também cria um ambiente de aprendizado mais inclusivo e colaborativo, onde todos se sentem valorizados e apoiados. Especialmente quando essas ferramentas, como a Maritaca, uma versão brasileira de LLM, estão acessíveis gratuitamente”.
- Acompanhamento em tempo real
Por fim, Silveira citou que hoje existem plataformas de aprendizado baseadas em IA que acompanham continuamente o desempenho dos alunos, permitindo que as estratégias de ensino sejam adaptadas e melhoradas com agilidade.
“Essas ferramentas tornam evidentes as facilidades e dificuldades de cada estudante, para que a implementação de mudanças e ajustes direcionados às suas necessidades específicas sejam realizadas com assertividade, possibilitando a resolução de desafios educacionais”, explicou.
Guilherme reforçou, ainda, que estamos apenas começando a explorar o potencial da inteligência artificial na educação. “Com cada inovação, nos aproximamos de um modelo de ensino mais inclusivo e personalizado, capaz de atender às necessidades de cada aluno de forma única”, disse.