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A gerente de projetos e produtos educacionais da BEĨ Educação, Débora Hack, ressalta a importância de promover consciência financeira no país

Débora Hack*

O Mapa de Inadimplência da Serasa de agosto de 2022 aponta que 67,9 milhões de brasileiros estão com dívidas atrasadas. Esse cenário é fruto do nível de insegurança financeira da população, da dificuldade de organizar as finanças e economizar, agravado pela própria situação socioeconômica nacional. Não à toa, o dia 31 de outubro, dedicado mundialmente à importância de poupar, nos relembra que essa consciência deve superar barreiras e alcançar a todos.

O diálogo sobre dinheiro, no entanto, ainda encontra obstáculos, seja em casa ou dentro das escolas, o que prejudica ainda mais o entendimento de que gerir a própria renda de maneira segura e responsável é fundamental. Para que esse aprendizado alcance seu potencial, percebemos que deve ser adquirido ainda na juventude, com o desenvolvimento da ideia de segurança financeira.

Nessa busca, a literatura específica, direcionada à saúde financeira, pode e deve ser uma fiel aliada, incentivando o leitor a pensar em seu futuro financeiro. Ao abordar temas como orçamento e planejamento de gastos, obras específicas conseguem auxiliar no comprometimento do jovem a um comportamento financeiro saudável.

Mas não adianta somente ter uma base teórica sem partir para o mundo prático, com especificidades e ocorrência que, por vezes, fogem ao teórico. É importante consultar colegas e amigos mais experientes, assistir a vídeos, ler tutoriais e, dentro das possibilidades, ter apoio profissional de um conselheiro ou consultor – uma vez que o suporte técnico “morreu de velho”, assim como o seguro.

Além disso, como gerente de projetos e produtos de educação financeira, analiso como o imediatismo, característico da juventude atual, está relacionado à contração de dívidas na vida adulta. Poupar é uma necessidade, mas o público jovem, em geral, não quer esperar para colher os frutos de seus investimentos, sempre buscando ser recompensado imediatamente. Assim, uma possível chave para a estabilidade financeira, a meu ver, é aprender a planejar datas para essas recompensas, com o estabelecimento de metas e de um caminho para alcançá-las.

Afinal, a palavra “poupança” e o verbo “poupar” significam gastar moderadamente e manejar recursos da maneira mais apropriada. No campo financeiro, a matemática é simples: quanto mais se reserva renda, mais se investe e, assim, mais esse capital se reverte a seu favor – como se trabalhasse para si. Entretanto, a sociedade contemporânea tende a ser consumista, ou seja, poupar e economizar caminham na contramão daquele consumo realizado sem a real necessidade de um respectivo produto ou serviço.

É importante lembrar que guardar dinheiro não significa deixar de gastar com itens não essenciais, não há problema algum em se dar um mimo de vez em quando. Acho que chegamos ao cerne do debate: a importância de gerir bem o dinheiro. Ou seja, poupar é investir ou adquirir com consciência e de maneira a não prejudicar os objetivos estabelecidos e, obviamente, a segurança financeira.

Conclusivamente, é preciso entender que poupar traz benefícios a longo prazo. Não gastar agora para, no futuro, alcançar algo que tem em seu plano de vida é estimulante. O Dia Mundial da Poupança vem para lembrar a importância da educação financeira se fazer presente em nossas vidas, garantindo segurança de capital no futuro e, gradativamente, revertendo os números de inadimplência tão alarmantes do país.

*Gerente de projetos e produtos educacionais da BEĨ Educação com formação em pedagogia e MBA em Gestão Escolar

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