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A primeira Coluna Ensino Superior chama a atenção para a falta de destaque ao segmento nos programas dos candidatos à Presidência

Ninguém deveria duvidar da importância da educação superior para o desenvolvimento do país. A formação de profissionais e cientistas qualificados, com pensamento crítico e capacidade empreendedora, é a mola mestra para que o Brasil alcance seu lugar entre as nações mais desenvolvidas. Infelizmente, o tema não tem merecido o devido destaque no programa dos candidatos à Presidência.

Pesquisa recente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), em parceria com a empresa Symplicity, mostrou que 69% dos egressos, ao final de um ano, estão inseridos no mercado de trabalho, com renda média mensal de R$ 3,8 mil, bem acima da renda média dos brasileiros. Segundo o IBGE, graduados recebem, em média, três vezes mais do que aqueles que estudam até o ensino médio. Mesmo com a pandemia, a educação superior continua sendo um ótimo investimento para os jovens e para o país.

Apesar disso, os números das matrículas na educação superior, nos últimos anos, trazem preocupação. Entre 2019 e 2020 (último ano do Censo da Educação Superior), o crescimento foi de apenas 0,9%, variação que foi sustentada pelo crescimento de 26,2% nos ingressantes da modalidade a distância. Se considerarmos apenas os cursos presenciais, a queda foi de 13,9% no número de novos estudantes. As universidades públicas, celeiro da produção científica brasileira, registraram uma queda de 5,8% de novos ingressantes. Caso a situação não seja revertida, teremos em breve um apagão de mão de obra qualificada no Brasil.

O setor privado da educação superior, que responde por cerca de 77,4% das matrículas, tem uma importante contribuição a dar, e para isso lançou, por meio do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, um manifesto com dez propostas de políticas públicas para levar o Brasil a um novo patamar econômico e social.

Novas formas de financiamento estudantil atreladas à renda futura dos estudantes, simplificação regulatória, financiamento à inovação e maior integração da educação superior com a educação básica são algumas dessas propostas, elaborada por especialistas e endossada por mais de 10 entidades representativas do setor, que hoje responde por cerca de 6,5 milhões de estudantes universitários.

Além disso, defendemos a ampliação do Prouni, um exemplo de política pública bem-sucedida, que permitiu que milhões de jovens de famílias de baixa renda conquistassem um lugar na universidade, lado a lado com jovens de estratos mais favorecidos da população. Junto com políticas de amplo alcance social, defendemos também uma reforma tributária justa para a educação particular, que desonera o Estado e atende prioritariamente as classes C, D e E. Não é aceitável qualquer proposta que resulte em aumento de impostos sobre as mensalidades.

A educação superior não pode parar e os empreendedores educacionais estão na linha de frente da implantação de novos modelos híbridos em direção ao futuro. Para tanto, o assunto deve ser amplamente debatido durante a campanha, e os futuros governantes devem empenhar esforços e investimentos para que os milhões de estudantes universitários, e os outros tantos milhões que ainda não ingressaram no ensino superior por falta de condições financeiras, não fiquem desamparados em seus sonhos de um futuro melhor. Somente assim construiremos um futuro mais justo e próspero para todos os brasileiros. No site do movimento, é possível conferir quem são os candidatos que apoiam essa causa (educacaomaisforte.org.br).

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