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Para o professor e fundador da edtech Teachy, Pedro Siciliano, a IA impulsiona a produtividade e permite mais agilidade aos professores. Confira no artigo

Pedro Siciliano*

A Inteligência Artificial (IA) tem se tornado uma ferramenta cada vez mais presente em todos os setores da sociedade, e não seria diferente no ambiente educacional, pois traz consigo inúmeras possibilidades de aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem.

Conforme os dados do MEC (Ministério da Educação), o Brasil possui 2,3 milhões de professores registrados e licenciados, o que representa uma alta carga de 11 educadores para cada mil habitantes, ou seja, um professor para cada 90 pessoas, quando o recomendado é um professor para cada 25 estudantes.

Isso escancara a realidade profissional dos educadores, que precisam, além de administrar e dialogar com muitos estudantes ao mesmo tempo, de mais horas adicionais de trabalho para conseguirem executar sua função com primor. Com “horas adicionais”, quero dizer mais tempo do professor fora da sala de aula.

Neste sentido, a tecnologia vem se destacando fortemente como uma aliada irrefutável para os educadores e para as instituições educacionais. E isso se confirma nos dados apresentados este ano pelo Instituto Semesp, entidade das mantenedoras de ensino superior do Brasil, que mostra que mais de 74% dos professores são a favor do uso da Inteligência Artificial na Educação e que 39,2% deles utilizam a tecnologia como ferramenta de apoio no seu dia a dia.

É importante destacar que a IA impulsiona a produtividade e permite mais agilidade aos professores. Contudo, ao oferecer diversos recursos, como preparar aulas, produzir conteúdos e outras ferramentas, inclusive administrativas, todas as tecnologias e tipos de IA devem garantir a autonomia do educador.

Ao adotar uma ferramenta de IA, educadores e escolas devem ter como objetivo potencializar o conhecimento nas mais diversas atividades. Isso inclui desde a personalização do ensino, a identificação de dificuldades dos estudantes, a criação de materiais educacionais interativos e a otimização do tempo dos professores, que compreende, inclusive, o tempo que será destinado às correções de provas e ainda dar feedbacks aos alunos.

Com o apoio da IA, o docente terá mais tempo disponível para focar em atividades que demandam habilidades humanas, como a empatia, a criatividade e a capacidade de motivar os alunos.

Em outra ponta, a tecnologia pode lidar com tarefas repetitivas e burocráticas, liberando os professores para se dedicarem ao que realmente importa: a formação integral dos estudantes.

Outro fator importantíssimo nesta jornada tecnológica é o desenvolvimento profissional. A IA pode oferecer insights valiosos para os professores sobre o desempenho dos alunos, sugestões de práticas pedagógicas eficazes e feedbacks personalizados.

Ao estabelecer uma “parceria” colaborativa com a IA, os professores podem explorar todo o seu potencial, proporcionando uma educação com mais qualidade, equidade e que seja realmente relevante para os estudantes.

Reconhecer a importância de integrar a IA de forma ética e responsável no ambiente educacional garante que ela seja uma ferramenta assistente a serviço da Educação, sem tirar a autonomia, sem substituir os Educadores.

Ainda que a IA deva ser avaliada, pensada, debatida em todos os âmbitos da sociedade brasileira e mundial, inexoravelmente, ela veio para ficar e pode significar um divisor de águas. O que não se pode é negligenciar os benefícios que ela traz para diversos segmentos da sociedade. E não seria diferente no âmbito da Educação.

*Professor e fundador da edtech Teachy

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