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Diretora-geral Cláudia Valério ressaltou, no discurso de abertura, a oportunidade de os participantes da Bett Brasil se tornarem multiplicadores do conhecimento adquirido no evento

O maior evento de inovação e tecnologia para educação da América Latina espera receber, em quatro dias de atividades intensas, 35 mil pessoas em busca de conhecimento em prol da melhoria do setor. A Bett Brasil 2024 teve início nesta terça-feira, 23 de abril, e vai até o dia 26, com uma programação de tirar o fôlego. O evento acontece em São Paulo, e reúne 400 especialistas e palestrantes em seu Congresso, além de 450 expositores na área da feira que ocupa a maior parte dos três pavilhões do Expo Center Norte.

Na cerimômia de abertura, a diretora da Bett Brasil, Cláudia Valério, resumiu a sensação que toma conta de professores, gestores e desenvolvedores de tecnologias para o setor neste período: é um momento de celebração das iniciativas de educação, pública e privada, quando se percebe que todos estão unidos em um só propósito.

“Esse foco de inovação com propósito, educação com diálogo e transformações sociais se concentra na educação inclusiva de qualidade, buscando igualdade e oportunidade de aprendizado ao longo da vida, para todos nós, garantindo que todos tenham acesso a educação e equidade”, disse a diretora no discurso da solenidade de abertura da Bett Brasil 2024.

Cláudia Valério também ressaltou que durante os quatro dias de evento, os participantes têm oportunidades de networking, negócios, fala e conexões inspiradoras que podem e devem ser multiplicadas por meio de compartilhamento do conhecimento adquirido na Bett Brasil.

A ministra da Educação da Estônia, Kristina Kallas, gravou um vídeo especialmente para a abertura do evento, onde ressaltou a importância do uso da tecnologia para se alcançar a equidade na educação. A República da Estônia aloca cerca de 6% de seu produto interno bruto para o setor educacional.

Esse é o resultado de anos de trabalho para integrar a tecnologia ao processo educacional, em vez dos métodos tradicionais de livros didáticos, a fim de agilizar as exigências desse processo e economizar os fundos alocados para o orçamento da educação. “A educação pode te levar a alcançar qualquer coisa, independentemente da origem. Mas nem toda educação é uma boa educação. Para haver ensino de qualidade, é necessário trabalhar duro”, frisou a ministra.

Kristina Kallas ressaltou também que a inteligência artificial, um dos temas que será recorrente na Bett Brasil 2024, contribui para tornar o processo educacional mais benéfico e em um tempo mais curto do que o horário escolar normal, além de contribuir para economizar o tempo dos professores. Segundo os últimos resultados PISA, estudantes da Estônia ocuparam o 1º lugar no ranking de mindset de crescimento.

Painel de abertura reúne diversos atores da educação

Um secretário de educação, uma executiva de uma multinacional desenvolvedora de tecnologia, um professor e um estudante. O painel de discussão que integrou a cerimônia oficial de abertura da Bett Brasil 2024 foi o reflexo das novas tendências do setor, e também da proposta do evento – de integrar os steakholders da educação em um só espaço.

Aberson Carvalho de Souza, secretário de Educação do Acre e membro do Consed, Vera Cabral, diretora de Educação da Microsoft Brasil, Francisco Celso, professor finalista do Prêmio Educador Transformador, e Lucas Coelho, estudante de 14 anos que participa do Projeto Juventude Bett, sentaram lado a lado para discutir a interseção entre inovação, propósito e diálogo em busca de um futuro inclusivo e igualitário por meio da educação.

O secretário destacou a importância da tecnologia para o ensino. Aberson Carvalho acredita que o grande desafio da Educação na equidade é quando docente, professor, escola e secretário avaliam a perspectiva do estudante. “A perspectiva do estudante precisa ser avaliada pelo olhar dele. Não mais naquela cultura de que somos donos do conhecimento e esse conhecimento vem de cima para baixo. Não vamos romper com o livro ou caderno, mas a tecnologia vem para dar acessórios a mais nessa relação da aprendizagem. E as metodologias pedagógicas são diversas”, explicou.

A executiva da Microsoft Brasil destacou a necessidade de equidade e inclusão na educação. E, para Vera Cabral, essa meta só será atingida a partir do momento em que os educadores começarem a trabalhar de um modo diferente do que foi até o momento.

“Meu sonho é o dia em que vamos parar de falar de recuperação de aprendizagens. Na medida em que conseguirmos trabalhar de uma forma mais personalizada, e para isso a tecnologia é essencial, e fazer com que cada um aprenda no seu ritmo, e de fato aprender, eu estarei feliz”, declarou Vera Cabral.

A diretora ainda defendeu o uso da tecnologia de forma humana, garantindo o acesso universal: “Existem vários princípios a serem trabalhados, como os de justiça, equidade e inclusão para que avancemos na direção desejada; temos de ter uma função ética, para princípios humanos que reconhecemos na sociedade, essa é a grande discussão”.

Professor do Núcleo de Ensino da Unidade de Internação de Santa Maria, Francisco Celso Leitão Freitas venceu as etapas estadual e regional do prêmio Educador Transformador, na categoria Ensino Fundamental – Anos Finais, com o projeto RAP (Ressocialização, Autonomia e Protagonismo). O projeto RAP desenvolve, desde 2015, a transformação de trajetórias de vida de adolescentes em condições de vulnerabilidade social. O professor, que usa elementos da cultura hip-hop (DJ, MC, graffiti e break) em seu projeto, centrou sua fala no acolhimento dos estudantes.

“Temos que assumir um pacto com toda a comunidade escolar de tornar o ambiente escolar acolhedor. Já tive alunos e alunos que deixaram de frequentar a escola porque não se sentiam acolhidos. Mas quando a escola deixa de ser acolhedora, a rua acolhe”, sentenciou o educador.

Já Lucas Coelho, de 14 anos, estudante da escola Lourenço Castanho que participa do inédito Projeto Juventude Bett, trouxe um olhar diferente da inovação e do protagonismo para uma educação com tecnologia, porém mais humana. “Estou muito animado de participar desse projeto, e muito feliz ouvindo tudo o que foi falado aqui agora neste palco, porque é o que nós estudantes esperamos da educação”, compartilhou o jovem.

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