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Como as escolas devem incentivar as famílias a se engajarem mais no processo de aprendizagem? A Coluna do LIV aprofunda esse assunto

Os alunos que são acompanhados pelos responsáveis durante o processo de aprendizagem têm um desempenho melhor, de acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Mas, na correria do dia a dia, nem todos os pais conseguem tempo ou energia para se dedicar às atividades escolares dos filhos.

Às vezes,  o silêncio da família também pode ser indício de que algo não vai bem, seja dentro de casa ou até mesmo no relacionamento com os professores. Por isso, é importante que as instituições de ensino procurem ações para engajar os cuidadores e entender o momento pelos quais eles estão passando. Eventos como o Dia da Família, celebrado no dia 15 de maio, são uma ótima oportunidade para essa aproximação e também para pensar em como construir pontes.

Para contribuir com essa discussão, o LIV realizou um evento online e gratuito com a psicóloga e consultora pedagógica Márcia Frederico. Ela falou sobre como os gestores podem manter as famílias engajadas no processo de aprendizagem, no canal do LIV no YouTube. Para acessar, clique aqui!  

Mas, além de facilitar a aprendizagem, a participação da família traz muitos outros ganhos. Para aprofundar este tema, conversamos com Patrícia de Queiroz, consultora pedagógica do LIV.

“Um dos benefícios da participação dos pais na escola é que as crianças e os adolescentes se sentem vistos, reconhecidos. O fortalecimento dessa parceria entre família e escola promove um ambiente acolhedor, inclusivo, além de permitir a troca de informação e a apresentação do que é  feito ao longo do ano. Quando se mostra o desenvolvimento da criança é gerado um reconhecimento do trabalho dela”, diz.

Na prática, o que pode ser feito pelos gestores

Não existe, pontua Patrícia, uma fórmula mágica para que as escolas consigam aproximar as famílias do dia a dia escolar. Cada instituição tem suas peculiaridades e formas de agir que fazem sentido para a sua proposta pedagógica.

A especialista sugere, porém, algumas ações que os gestores podem implementar, adaptando aos valores de cada escola, para abarcar o maior número possível de responsáveis. Vale desde celebrar o Dia da Família, como promover sábados com atividades extracurriculares, criar feiras de ciências ou saraus de poesias escritas pelos alunos.

“A escola pode oferecer a oportunidade para os pais se envolverem nas ações educativas, propor atividades extracurriculares para conhecer o espaço da sala de aula e saber o que está sendo desenvolvido. A escola não tem esse papel de ensinar paternidade, mas tem esse espaço de complementar visões”, diz Patrícia.

Outra medida importante é estabelecer uma comunicação eficaz, com reuniões periódicas. Para combater a falta de tempo e dificuldades de deslocamento, uma proposta é implementar discussões online.

“É importante a escola se manter como um local aberto, de referência, e estabelecer canais de comunicação eficazes com a família. Pode-se usar a tecnologia para diminuir os ruídos e garantir que a mensagem seja bem encaminhada”.

E, mesmo que as primeiras tentativas sejam infrutíferas, vale insistir, procurar outros caminhos até que o relacionamento da família com a escola comece a se transformar.

“A escola pode ir experimentando e entendendo o que é benéfico para aquela comunidade. Não pode deixar de oferecer esses momentos, uma hora os pais conseguem chegar, e vai ser produtivo. Ainda que não seja tanto quanto a gente espera, se for uma participação de qualidade, já é válido”, acredita.

Projeto pedagógico precisa ser bem explicado

Para aprimorar a relação com as famílias, as escolas podem apostar também no fortalecimento do seu perfil, comunicando de forma clara como as atividades são elaboradas e qual é seu projeto pedagógico. Ter missões e valores bem definidos, diz Patrícia, ajuda as famílias a se identificarem, a ter mais confiança no trabalho desenvolvido e a se sentir mais perto desse processo.

“A gente vai revisitar esse perfil para não se perder no caminho, e relembrar às famílias que elas colocaram os filhos lá porque se identificam com a missão da escola. É importante ter esse ponto de referência, sem engessar a convivência e as relações, já que a escola é viva”, ressaltou.

Esse processo pode auxiliar, inclusive, em momentos de crise. Ter uma parceria com as famílias pode ajudar na busca por soluções em conjunto.

Como o LIV ajuda a construir pontes?

O LIV aposta em práticas que promovam a aproximação entre a escola e as famílias. No Ensino Fundamental, por exemplo, propõe jogos exclusivos como ‘Bate Papo’ e “Concordo e Discordo”, além dos mascotes, que ajudam a promover essa interação, já que são recursos que estão tanto na sala de aula quanto em casa.

“No LIV a gente também incentiva essa participação ao promover encontro  dos familiares com os consultores pedagógicos. Assim, a família tem acesso à educação socioemocional e pode falar sobre diferentes temas que fazem parte da realidade escolar e da vida familiar, como bullying e convivência. Trazer conversas relevantes e manter a escuta aberta colaboram para aproximar as  famílias”, afirma.

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