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Um acolhimento empático poderá impactar positivamente no clima escolar e colaborar em diversas questões ao longo do ano letivo

Os estudantes que voltam depois de férias longas e, sobretudo, os que estão trocando de escola, podem ficar sem pontos de referência e apoio, se sentindo deslocados no ambiente de estudo. O desafio dos gestores e professores neste momento é oferecer ações que permitam que crianças e adolescentes se sintam confortáveis nesse começo.

Para Ana Carolina Medeiros, coordenadora pedagógica do LIV, colocar-se no lugar do outro pode ser  um bom caminho para começar esse trabalho.

“Nesse sentido, uma boa maneira de fazer o acolhimento desses estudantes é reconhecer a particularidade dessa experiência e até refletir como mesmo nós, educadores, sentimos um frio na barriga ao conhecermos uma nova turma ou quando começamos a trabalhar em uma nova escola”, diz.

Para Ana, é fundamental criar um espaço de escuta para que os alunos possam expressar seus medos e angústias em relação ao ano letivo que se inicia ou simplesmente falar sobre o contentamento pelo reencontro com os colegas. O importante é que todos  sintam que são escutados, valorizados e respeitados.

Como ajudar os recém-chegados à escola?

Para apoiar a  integração dos estudantes novos, Ana recomenda investir na colaboração, uma das habilidades socioemocionais que o LIV busca desenvolver. Que tal fazer uma troca de experiência entre alunos de séries diferentes ou pedir a um veterano que dê atenção ao recém-chegado, seja na hora do recreio, ou ajudando com alguma tarefa?

“É uma estratégia interessante designar algum estudante mais velho, que pudesse ser uma referência, para acompanhar o novo aluno e facilitar no dia a dia a sua integração”, afirma Ana.

Incentivar, logo no início das aulas, a criação de ações que envolvam todos os estudantes, é outra prática interessante. Gestores e professores podem sugerir uma Olimpíada de jogos online, um clube de livros e filmes, algo que seja de interesse dos alunos.

“Para além de atividades extracurriculares, também pode ser interessante favorecer e reconhecer os alunos em suas habilidades com diferentes tipos de disciplinas, criando Olimpíada de matemática, mas também de astrologia, por exemplo”, ressalta Ana.

Equipe de portas abertas e atenção aos combinados

Outra medida essencial no retorno às atividades é mostrar que os estudantes podem recorrer à coordenação ou às equipes de orientação educacional para conversar sobre as experiências e sentimentos sempre que julgarem necessário. Manter esta porta aberta pode impactar o bem-estar dos alunos ao longo do ano.

E, por falar em ano letivo, ter uma delimitação clara dos combinados, desde o início das aulas, também pode facilitar a rotina de todos e evitar ruídos na convivência.

“Cabe à equipe escolar comunicar a sua cultura, como as aulas funcionam em termos de estrutura de ensino e aprendizagem e avaliação, qual o tom da relação entre os jovens e os adultos, quais os combinados que orientam tais relações e também a relação dos estudantes em si”, destaca Ana.

Família, uma parceira que não pode ser deixada de fora da volta às aulas

De acordo com a coordenadora do LIV, essas práticas precisam incluir também a família dos alunos. Uma boa comunicação, aberta e constante, é fundamental para que os laços entre os responsáveis e as escolas se fortaleçam.

“A família é um importante aliado nesse processo de integração, é fundamental que elas estejam cientes desse perfil e que estejam próximas da escola e de suas práticas pedagógicas”, destaca.

Funcionários também precisam de acolhimento

Além de olhar para os alunos nesta volta às aulas, é importante, também, que os gestores pensem em ações para os funcionários. Assim como os estudantes, eles também devem sentir que são ouvidos. Os gestores podem, por exemplo, estabelecer uma rodada de reuniões para que eles digam o que valorizam na escola e o que acham que poderia ser modificado. Se for viável, atender os pedidos é uma boa maneira de fazer com que todos sintam que fazem parte da comunidade escolar.

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