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Além do Congresso e do Fórum de Gestores, a movimentação foi intensa na feira de expositores, que puderam fazer novos negócios no evento

Durante quatro dias movimentados, os olhares dos educadores do país estiveram direcionados ao Transamérica Expo Center, em São Paulo, que trouxe 270 expositores para a edição 2022 da Bett Brasil. O Educador21 esteve presente, acompanhando essa retomada presencial do evento, realizando a cobertura do Congresso, do Fórum de Gestores e visitando estandes de expositores para conhecer novas soluções inovadoras para a educação.

Preocupação recorrente no meio, especialmente após a pandemia, o debate sobre mente sã veio à tona com a palestra “Saúde Mental no Futuro”, proferida por Leticia Lyle, diretora da Camino School e cofundadora da Camino Education e da Cloe. A profissional desenvolveu um projeto em 2021, enquanto o Brasil ainda andava vagarosamente na saga da vacinação contra a Covid-19, sobre burnout entre professores, um assunto que merece ser sublinhado, após ter ganhado novos contornos com a crise sanitária global.

A participação da palestrante se deu em formato de painel com a professora Adriana Fóz, educadora graduada pela Universidade de São Paulo (USP), pós-graduada em Psicologia da Educação (USP), especialista em Psicopedagogia (Instituto Sedes Sapientiae) e Neuropsicologia (CDN-Unifesp). Com foco no futuro, a conversa modulou possíveis desdobramentos.

“Há um boom de pessoas com transtornos de ansiedade e outras questões. A hora de reavaliarmos modelos é agora para que tenhamos menos impacto no futuro. A pandemia desencadeou uma série de problemas socioemocionais e está sendo um alerta de que precisamos olhar com mais cuidado para a saúde mental”, disse etícia Lyle.

Não é surpresa alguma pontuar que a Covid-19 e as mudanças impostas por esse vírus — e suas variantes — foram um fio condutor da conversa. “Precisamos falar do que aconteceu, isto é, sobre esse pêndulo do isolamento. Nós sentimos esse período e, consequentemente, a pressão que a crise sanitária trouxe”, afirmou Leticia, destacando que a saúde emocional dos pais também foi deixada de lado nesses dois anos e precisamos olhar com atenção esse assunto. “Os copos dos adultos estão cheios demais. Muitos estão exaustos.”

Durante a palestra, a especialista ainda deu duas dicas sobre como lidar com as adversidades mentais deste momento: autoeficácia e autorregulação: “São as pequenas vitórias do dia a dia que nos possibilitam conquistas a longo prazo, isto é, fazer bem poucas coisas e dar projeção a isso”.

Também voltada para soluções completas de aprendizagem socioemocional, a Semente Educação, usando a marca do Programa Semente, teve seu próprio estande no espaço de expositores da Bett 2022, onde exibiu ao público um panorama completo de seus produtos e serviços.

No estande, foram criados pequenos lounges: um voltado para a Plataforma S, outro para o Projeto de Vida e o terceiro com foco no Programa Semente como um todo. Essa disposição proporcionou uma experiência completa aos visitantes, que puderam conhecer as propostas de modo imersivo. Além disso, Celso Lopes de Souza, cofundador da instituição, realizou uma palestra com o tema “desafios para a construção de uma aprendizagem socioemocional efetiva”.

Bett Brasil: oportunidade para fechar novos negócios

No estande da BEI Educação, desenvolvedora de projetos pedagógicos, a coleção de materiais didáticos de excelência chamou a atenção dos educadores. Ciane Kenj, gerente de marketing da instituição, falou ao Educador21 sobre a repercussão do projeto “Aprendendo a lidar com o dinheiro”, carro-cefe da empresa para o evento.

“O nosso material de educação financeira foi muito bem recebido, especialmente por se colocar como um projeto estruturado que atende as demandas da BNCC. O educador, que normalmente teria que desenvolver a estrutura para lecionar sobre educação financeira para jovens, vê no nosso projeto pedagógico a possibilidade de implementar uma estrutura de excelência que, consequentemente, facilita muito a gestão do conteúdo dentro da instituição de ensino”, explicou Kenj.

Já a Matific, edtech que propõe uma metodologia de aprendizagem de matemática com o emprego da gamificação, teve uma surpresa positiva na feira de expositores em termos de business. Os jogos como recursos pedagógicos com atestado avanço cognitivo são o principal produto da empresa fundada em Israel e com operação no Brasil.

“Achávamos que iríamos nos posicionar um pouco mais para o lado de branding, de modo que as pessoas conhecessem bastante a Matific. Posso te dizer que público estava bem qualificado. Conseguimos evoluir muito na movimentação do negócio, gerando prospects. Ao longo dos próximos meses, a ideia é evoluir cada vez mais com esses novos leads, para avançar e fechar vendas”, revelou Bruno Grinapel, head de vendas da Matific Brazil.

Também originalmente estrangeira, a TestWe, empresa francesa que, entre muitas soluções, permite availações online com segurança dos dados e auditoria dos candidatos, marcou presença na Bett Brasil 2022. A empresa notou um novo nicho para além do ensino superior. A TesteWe tem sua eficácia é comprovada, aqui no Brasil, por grandes nomes como USP e UFMG, só para citar alguns.

“Tivemos uma grande surpresa com um novo mercado que não imaginávamos poder atingir: o segmento de línguas e de idiomas. Tivemos uma grande demanda desse mercado, já que nossa ferramenta tem uma funcionalidade muito relevante para eles: o recurso de áudio, em que os estudantes podem se gravar individualmente. Com isso, podemos suprir todas as necessidades de uma prova completa. Está sendo muito interessante para nós. A ideia foi vir para a feira captar os leads e, no final, vamos sair daqui com um novo mercado a explorar”, disse Rafaela Manes, gerente de novos negócios para os mercados de língua portuguesa da TestWe.

A TestWe trouxe uma solução de digitalização total do processo das avaliações online: da criação à correção, incluindo a análise de notas e competências, tanto na sala de aula quanto a distância. A rede europeia apresentou duas novidades ao público: uma versão que pode ser acoplada aos sistemas acadêmicos/LMS e uma versão Web, que pode ser utilizada em Chromebooks.

E pela primeira vez no evento, o Educbank pré-lançou livro, teve representantes palestrando sobre a saúde financeira das escolas no Fórum de Gestores e fechou negócios em seu estande próprio. “A Bett permite oportunidades, conexões e insights para todo e qualquer participante, seja expositor ou visitante. A visibilidade que pudemos dar ao nosso propósito nestes quatro dias de feira foi considerável e acho que toda iniciativa educacional deveria comparecer para compartilhar suas histórias”, destacou o fundador da fintech com foco em Educação, Danilo Costa.

A Edubot – Sistema de Ensino em Cultura Digital, por sua vez, levou para o seu estande as vantagens da aplicação de Robótica nas escolas. “A Bett Brasil 2022 foi uma excelente oportunidade de estreitar laços, debater a importância da robótica com educadores e iniciar novas conversas”, destacou Renata Prado, diretora Comercial da Edubot.

A startup, em conjunto com o Laboratório EduCAR – Educação Criativa com Aplicação de Robótica, permite que os professores das redes pública e privada tenham a implantação da Cultura Digital na escola de forma estratégica, simplificada e eficiente. “Acreditamos que a tecnologia tem um papel muito importante, principalmente na educação. Com mais de 16 mil crianças sendo atendidas com o uso dos nossos laboratórios em diversos municípios do Paraná, vimos a necessidade de ir mais longe e tentar levar isso para todo o Brasil, entregando uma educação de qualidade através da tecnologia e da robótica”, pontuou Jocemar do Nascimento, diretor Pedagógico da Edubot.

Visando a expandir sua atuação e conscientizar educadores sobre o tema, a companhia paranaense decidiu proporcionar uma experiência inovadora aos visitantes da 27ª edição da Bett Brasil 2022. “Quando apresentamos nossas soluções para os professores eles ficam muito impressionados, pois não estão acostumados a ver essa tecnologia em sala de aula, e não tiveram essa preparação em sua formação”, disse Valter Rodrigues Alves, idealizador do laboratório.

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