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Alunos do Colégio Stocco conquistam medalhas e troféus com um projeto pedagógico que ensina a cosntruir foguetes

Um colégio de São Paulo tem obtido grande sucesso com uma proposta pedagógica cujo céu é o limite. O Colégio Stocco recentemente conquistou nove medalhas de ouro na MOBFOG (Mostra Brasileira de Foguetes) e a classificação para participar da Jornada de Foguetes que ocorreu em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, em agosto, e conquistar o troféu de campeão. O trabalho prático permeia todas as disciplinas do nosso colégio. O projeto teve início em 2021, com apenas quatro estudantes fazendo a construção e o lançamento de foguetes.

“Na época não existia uma oficina direcionada para a MOBFOG. A proposta foi apresentada e esses estudantes iniciaram o projeto. Hoje temos mais de 50 estudantes divididos em duas categorias, Nível 3 e Nível 4, e dois professores envolvidos com o projeto, orientando os estudantes com a realização, o desenvolvimento dos foguetes e das bases de lançamentos no colégio”, comemorou o professor Luís Gustavo Cordeiro Alves, professor de Biologia, Ciências e Robótica no Colégio Stocco, em Santo André.

Com o passar do tempo, os resultados começaram a chegar e em pouco tempo houve um “boom” de inscrições na oficina, que agora está repleta de estudantes que abraçaram a proposta e estão superapaixonados pelo desenvolvimento e lançamento de foguetes. Diante da procura crescente, em 2024 o plano, junto com coordenação do Ensino Fundamental I, é a criar a oficina de foguetes Nível 2 (apenas ar comprimido) para estudantes do 4° e 5° anos.

Foguetes podem ser montados utilizando material reciclável

A oficina envolve os estudantes em projetos práticos que estimulam a aplicação de conhecimentos de ciência, matemática, física e tecnologia. Um dos desafios é inovar com materiais mais leves e resistentes, colocando o aluno em contato com a metodologia científica levantando hipóteses e testando cada uma delas para solucionar desafios na construção dos foguetes ou das bases.

Os alunos experimentam princípios físicos na prática, promovendo aprendizado experiencial. Trabalhando em equipes, colaboram na construção e teste dos foguetes, desenvolvendo habilidades sociais. Os alunos devem definir metas pessoais, incentivando a autonomia e pesquisa. Enfrentar desafios de design e cálculos traz aprendizado prático.

O Ensino Médio conta com o Itinerário de Ciência dos Foguetes, e também é oferecido, no contraturno, para os estudantes do Ensino Fundamental II, a oficina pŕatica de foguetes, com dois encontros semanais.

“Nos encontros são discutidos a construção, projetos, necessidades técnico científicas para o voo dos foguetes, Leis de Newton, centro de pressão e gravidade entre outros conceitos que são vivenciados na prática experimental. Todas essas ações tem por objetivo promover a aprendizagem ativa, a criatividade e o interesse dos estudantes em áreas científicas e tecnológicas, ao mesmo tempo em que os engaja em uma atividade prática e divertida”, disse Luís Gustavo, que é mestrando em tecnologias emergentes na educação, pós-graduado em metodologias ativas e tem bacharelado e licenciatura em Ciências Biológicas.

Confira algumas dicas para iplementar o projeto nas escolas

O professor garantiu que os custos para a produção dos foguetes e das bases não são altos. As garrafas utilizadas para montar o corpo do foguete podem ser descartáveis ou retornáveis, e a base iniciante é feita com cano PVC 20mm, alguns conectores e abraçadeiras – ou seja, um material acessível e de baixo custo, inclusive para reposição. O maior custo está relacionado à bomba de encher pneu, que pode ser substituídas por bombas comuns, sem a necessidade de gastos extras.

“O Colégio Stocco sempre incentiva a prática de atividades com os estudantes, então desde o início tive apoio da gestão do colégio na construção das atividades e oficinas. Além disso, temos o apoio da Gestão de Parques de Santo André que permite o lançamento dos foguetes e sempre nos ajudam na logística de segurança e isolamento da área”, explicou Alves, que deixou dicas valiosas para os educadores que pretendem implementar projetos semlehnates em suas escolas.

  • É fundamental que o professor se aproprie das regras, conceitos e dos diferentes níveis e organizações da MOBFOG. Para isso, existe muito material da OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia) e MOBFOG no YouTube, que ensinam como montar os primeiros foguetes, discute a teoria envolvida, mostra como fazer a primeira base.
  • É fundamental estabelecer metas claras e objetivos possíveis para o projeto. É importante explicar para o estudante que tudo isso é um processo, e que existem diversos desafios a serem vencidos, um de cada vez e cada um a seu tempo. Criar com os estudantes rotinas de estudo de conteúdos básicos.
  • Os alcances dos foguetes crescem em medida proporcional ao conhecimento dos estudantes e dos testes realizados. É fundamental manter a motivação e o engajamento dos alunos, mesmo quando temos resultados não esperados, fazer com que todos compreendam o propósito e a relevância do esforço coletivo.
  • Não pode faltar é segurança! Trata-se de uma atividade pedagógica muito divertida, mas é fundamental que as medidas de segurança sejam seguidas, tanto na construção dos foguetes e das bases, pois mexe com ferramentas e cola instantânea, mas principalmente com o lançamento. Os estudantes devem utilizar EPIs como óculos de segurança, jalecos, calça jeans e tênis fechado para evitar qualquer acidente.
  • As ativdades devem ser realizadas em um lugar seguro para os testes, longe de rede elétrica, ruas, casas, para ter a certeza de que o foguete terá um lugar seguro para cair, sem risco de acertar ninguém. É fundamental que a base sempre esteja bem presa ao chão para evitar que ela vire durante o lançamento.
  • O professor deve fornecer instruções e técnicas detalhadas para participação de todos, oferecendo orientação constante na produção dos foguetes. Temos de incentivar sempre, mesmo quando o resultado não é esperado, pois ele tem um poder transformador e estimulante se bem orientado pelo professor.

 

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