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Construir ambiente de aprendizagem requer liderança engajada, professores empoderados e alunos envolvidos

Professores das instituições de ensino superior associadas ao Consórcio STHEM Brasil participaram de uma imersão de capacitação na Universidade de Coimbra, em Portugal, na semana passada. A 1ª Delegação Internacional de Docentes marcou presença no tema da mesa-redonda “Construir ambientes de aprendizagem”. Cristina Albuquerque, vice-reitora da Universidade de Coimbra, abriu a conversa perguntando ao presidente do consórcio, Fábio Reis, como no Brasil se construía um ambiente de aprendizado.

“Para construir um ambiente de aprendizagem é preciso de pessoas. Fica muito claro isso para as 66 instituições do STHEM Brasil, porque nós procuramos mostrar diretrizes e caminhos. Nós não falamos que tem de ser desse jeito, nós apontamos caminhos que podem produzir processos de inovação consistentes”.

Reis também explicou o momento em que as IES brasileiras vivem momentos diferentes. “Aquelas que caminharam mais e realizaram mais transformações, eu vejo maior engajamento dos estudantes, maior aprovação, maior empregabilidade, um número menor de evasão, maior ocupação de estudantes. E são IES que estão indo para a prosperidade, com maior captação, enfim com resultados acadêmicos e administrativos bons”, disse.

A resposta para que esse movimento aconteça, segundo Fabio Reis, são instituições com uma liderança engajada, que assumem o desafio da mudança

“Penso que não basta uma liderança, não basta um líder, tem de ter um conjunto de pessoas, professores, quer dizer a comunidade acadêmica precisa estar envolvida e para envolvê-la é preciso de tempo, de diálogo, de construção coletiva e de empoderamento dos professores. É um processo de mudança cultural, lento, contínuo que exige assertividade, vontade das lideranças, de formar e investir nos professores. Então quando há um equilíbrio entre liderança, engajamento e envolvimento dos professores a probabilidade de se construir um ambiente de aprendizagem é muito maior”.

Para Reis, essa realidade não envolve só professores e estudantes, mas toda a comunidade, porque tudo isso muda a forma como a IES se comunica com a sociedade. Envolve outros parâmetros, inclusive de gestão de pessoas, como se contrata um professor, tem um momento de mudanças institucionais e um movimento de mudança que também precisa envolver o estudante.

“Infelizmente, as nossas escolas ao longo do ano vão barrando a criatividade dos nossos estudantes, e também enfrentamos resistência dos estudantes em relação ao novo, as metodologias e aprendizagens ativas, a um processo de maior interação, e isso exige da instituição um processo de comunicar, diálogo, paciência em relação aos estudantes para contar o porquê está sendo feito dessa forma, quais são os benefícios para que se tenha um tipo de avaliação por competências, em um mundo diferente. Então é preciso pensar de uma maneira mais sistêmica porque as chances de ter mais sucesso no processo de inovação pedagógica são maiores”.

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