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Jeferson Florêncio, consultor pedagógico do LIV, orienta educadores e famílias a respeito do apoio a crianças e adolescentes passando pela mudança

No final do ano, muitas famílias se veem às voltas com um desafio: conversar com os filhos sobre a troca de escola, que pode ser motivada por inúmeros motivos, desde mudança de cidade ou bairro, problemas financeiros ou até mesmo insatisfação com a instituição anterior e casos de bullying.

Seja como for, trata-se de um momento delicado, que precisa ser conduzido com cuidado. Afinal, crianças e adolescentes vão deixar para trás uma estrutura que já conhecem e partir rumo ao desconhecido, o que, muitas vezes, pode gerar ansiedade, mesmo entre aqueles que manifestam o desejo de troca.

“As crianças e adolescentes ficam ansiosos, pois vão sair da rotina a qual estavam acostumados. Isso gera muitos medos. No caso de alunos que sofreram bullying, por exemplo, toda essa angústia fica também atrelada ao temor de passar por um novo caso de violência”, diz Jeferson Florêncio, consultor pedagógico do LIV.

Espaço de fala e escuta atenta são melhores caminhos

Para tornar a ruptura mais tranquila e a adaptação na nova escola mais fácil, é indicado que as famílias envolvam  as crianças e adolescentes em todo o processo. Um dos caminhos, diz Jeferson, é fortalecer o espaço de fala para que a criança ou o adolescente se sintam confortáveis para contar  o que sentem.

Também é preciso que as famílias tenham uma conversa honesta sobre o motivo da mudança e entendam que não adianta apenas apontar as supostas vantagens do novo espaço. Pais e cuidadores precisam entender que as crianças e adolescentes também estão tendo perdas.

É papel das famílias tentar manter vínculos

“As famílias costumam focar muito no que as crianças vão encontrar, falam dos novos amigos, professores. E muitas vezes ignoram as perdas, os amigos que vão ser deixados para trás. O papel da família é tentar manter vínculos. No caso das crianças, pode chamar o amigo da escola antiga para brincar. Quando se trata de adolescentes, fica mais fácil, pois eles podem usar a tecnologia para se manterem conectados”.

Outro ponto que Jeferson considera fundamental é tentar manter, o máximo possível, a rotina das crianças e jovens durante a adaptação à nova escola.

“Isso ajuda no campo emocional. Se eles sabem o que esperar do dia, o que vão encontrar, ficam mais bem preparados. Outra ideia interessante é levar os filhos para conhecer o espaço da nova escola antes de as aulas começarem”.

Como as escolas podem contribuir?

As instituições de ensino também podem ajudar no processo de transição. Se a escola que vai ser deixada tiver sido comunicada da troca, diz Jeferson, pode fazer uma ação de despedida, pedindo que os colegas de turma escrevam uma carta para o aluno que se despede.

Já a nova escola deve acolher o novo aluno da melhor forma possível.

“A escola pode eleger um aluno mais antigo para acompanhar o novo durante alguns dias para mostrar o ambiente, entender os trabalhos. Pode pensar em estratégias como carta de boas vindas, decorar o espaço”, exemplifica o especialista do LIV.

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