Para abrir a temporada de 2024, a colunista Constanza Hummel traz dados e reflexões sobre comportamento organizacional, que se alinham com o desenvolvimento socioemocional
Posicionamento, conduta e relacionamento são, para além das competências funcionais, habilidades cruciais que compõem o perfil de um profissional bem-sucedido. Com isso, sabemos que o uso de um melhor comportamento organizacional, mesmo se tratando de um conjunto de ações individuais no ambiente de trabalho, tem alta capacidade de influenciar a eficiência e efetividade de toda a equipe e pode ter um impacto negativo se não estiver alinhado com a cultura corporativa.
Uma pesquisa feita pela consultoria de recursos humanos, Michael Page, mostrou que 91% das demissões acontecem por problemas relacionados ao comportamento do colaborador. E que 64% das empresas não sabem como desenvolver habilidades comportamentais nos seus times e são prejudicadas financeiramente por isso.
Nesse cenário, desenvolver na organização a inteligência emocional pode ser uma estratégia interessante juntamente com um trabalho de conexão ao propósito e valores.
Daniel Goleman popularizou o conceito de inteligência emocional que é categorizada por 5 pilares: autoconhecimento, autorregulação, automotivação, empatia e habilidades nos relacionamentos interpessoais.
Desenvolver esses pilares pode, além do impacto positivo no clima e na performance, corroborar para a saúde mental dos times.
Como desenvolver um comportamento em seus colaboradores alinhado com a cultura organizacional
Falta de empatia, individualismo e uma má gestão dos conflitos na organização afetam negativamente as relações, o ambiente de trabalho e podem ser evitados e corrigidos com a formação e o desenvolvimento da inteligência emocional nos colaboradores.
Em um contexto como esse, incentivar o contato no ambiente de trabalho, por exemplo, é uma ação coletiva essencial e faz parte da rotina de qualquer empresa. Aqui, principalmente em companhias que atuam de forma híbrida ou remota, precisa haver um estímulo às interações entre os colaboradores. No caso da Educação Corporativa podemos lançar mão de peerlearning (aprendizagem entre pares), rodas de conversa e compartilhamento de boas práticas.
No âmbito da inteligência emocional, a disponibilização de iniciativas que desenvolvam o autoconhecimento, autocontrole e o senso de equipe, e que levem o colaborador a refletir sobre o impacto de suas atitudes e a agir de forma empática, são efetivas. Apoiar indivíduos a desenvolverem a consciência é fundamental para um ganho de competência estruturado, potente e sustentado.
Já para cultivar os valores da empresa, é preciso que o comportamento organizacional seja modelado no âmbito individual e coletivo. Esses comportamentos devem ser transversais e permear treinamentos, iniciativas de desenvolvimento, formação de líderes, comunicação, avaliações de desempenho e clima.
Dessa maneira, as lideranças têm o papel fundamental de transmitir a essência e diretrizes da empresa para garantir que seus times estejam em sintonia, do contrário, a performance e o resultado da equipe podem ser afetados.
Com isso, dá pra notar que é possível desenvolver a inteligência emocional dos colaboradores, melhorar o comportamento organizacional e potencializar as relações de forma benéfica para a empresa, mas é sempre importante lembrar que se tratam de pessoas e cada indivíduo possui suas próprias características e graus de maturidade diferentes. Isso pode requerer ações focadas em times, mas também ações e iniciativas individuais com jornadas de desenvolvimento específicas. Quando as pessoas se relacionam bem e se sentem confortáveis na empresa, a produtividade e a fluidez do trabalho naturalmente são beneficiadas e geram retorno.
CEO e fundadora da Building 8. Empreendedora com mais de 20 anos de carreira na área de treinamento e desenvolvimento, fundou em 2012 a Building 8 com o propósito de apoiar empresas e profissionais a alcançarem todo o seu potencial, por meio de estratégias e experiência de aprendizagem.