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Quatro mulheres e suas visões de futuro para a educação — confira como foram as palestras do terceiro dia da Bett Brasil 2022

A diretora da Amaná Educacional, Regina Shudo, foi taxativa ao afirmar que, depois desse período de dois anos de pandemia, a escola nunca mais será a mesma e, portanto, os educadores também não devem mais ser os mesmos. A pedagoga com experiência na área educacional há mais de 37 anos foi uma das palestrantes do painel “Arquitetando a Educação: o que aprendemos com a pandemia dobre inovação na aprendizagem?” no terceiro dia do Congresso Bett Brasil, ao lado dafundadora e consultora de Inovação em Psicologia e Educação na Playground da Inovação, Fernanda Furia.

“Se eu quero, de fato, um aluno criativo e autônomo, quanto eu tenho, de fato provocado isso nele? Ou nós estamos formando uma geração ainda numa educação transmissiva, manipulável?”, indagou Regina Shudo, que falou à plateia sobre Ubuntu — palavra zulu que apresenta significados humanísticos como solidariedade, cooperação, respeito, acolhimento, generosidade.

Sob o ponto de vista da educadora, o conto do ubuntu resume este momento de transição pelo qual a educação está passando. “Eu acredito na educação que move a curiosidade do ser humano, que desperta a pesquisa, a ciência. O que eu posso fazer para mudar o mundo? Isso é inovar. A maior inovação será nos reconectarmos com o ser humano”, decretou Regina Shudo.

Fernanda Furia também ressaltou a importância de repensar e reconstruir os modelos pedagógicos. Para ela, inovar em educação tem a ver, antes de qualquer coisa, com uma mudança de mentalidade sobre o aprender e o ensinar, o que envolve a quebra de paradigmas e a criação de ações diferenciadas. “A inovação na educação tem que estar a serviço da qualidade de vida da criança. A inovação começa na mente do ser humano”, disse a psicóloga.

Uma visão de futuro, mas com os pés no presente

Também dentro da trilha de Gestão educacional, o painel “Entre a tradição e a inovação: como tomar decisões e criar futuros” reuniu, no terceiro dia do Congresso Bett Brasil 2022, as especialistas Luciana Allan, diretora técnica do Instituto Crescer, e Tathyana Gouvêa, professora no Instituto Singularidades e consultora em inovação educacional. O debate girou em torno de uma única certeza: a melhoria na qualidade da educação no nosso país é uma meta urgente.

“Não há um caminho claro e seguro a percorrer. Qualquer que seja o tamanho da instituição será preciso aprender a travessia no meio da travessia. Não existe certezas, mas estamos todos juntos nesse mesmo barco construindo o futuro que a gente deseja”, disse Tathyana Gouvêa.

Luciana Allan lembrou que a pandemia acelerou e tornou realidade muitas questões que vinham sendo discutidas dese o início da chamada Quarta revolução Industrial. A especialista também frisou que a inteligência artifical, para onde os holofotes de vários setores estão voltados, inclusive a Educação, é hoje extremamente diferente do que se discutia há dez anos, e disse que cinetistas já acreditam que ate 2026 haverá uma convergência ainda maior entre a mente humana e a máquina, entre o biológico e o tecnológico. E ingagou: como tomar decisões para criar futuros?

“Precisamos repensar a educação e todo o processo inserido nesse contexto. A aprendizagem deve ser mais colaborativa, e o professor deve assumir cada vez mais o papel de mentor, muitas vezes aprendendo junto com os seus alunos. E esse novo e desejável contexto educacional exige uma nova pedagogia. Ensinar hoje exige novas competências do professor, e para isso é preciso investir na sua formação”, declarou Luciana Allan.

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