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O educador21 esteve no evento para ver de perto o que a educação tem a ver com a inovação. Confira nossas impressões!

Com 3,3 mil palestrantes, 410 expositores e 2 mil startups apresentando projetos inovadores a Rio Innovation Week 2024, que aconteceu entre os dias 13 e 16 de agosto no Píer Mauá, teve um crescimento de mais de 30%; Os números mostram que o Rio de Janeiro tem grande potencial para fazer eventos de negócios, projetos inovadores e ditar tendências. O evento, sob o tema “Humanização em tempos de Inteligência Artificial”, recebeu pessoas do Brasil e do mundo inteiro, com delegações de 22 países.

“Esta edição foi revolucionária, atingiu a marca de 185 mil visitantes e o que mais nos impressionou foi o enorme interesse das pessoas pelos conteúdos apresentados. Com esta edição o Rio de Janeiro é, hoje, definitivamente, a capital da inovação e da tecnologia no planeta. As expectativas para 2025 são ainda maiores, com mais ideias, esperem que vem novidade muito interessante por aí!”, disse Jerônimo Vargas, idealizador e diretor-geral do Rio Innovation Week.

Mas a Rio Innovation Week 2024 também mostrou que as expectativas em relação à participação do setor educacional no evento foram em muito superadas. A trilha edutech reuniu palestras com temas de amplo interesse da área, que ainda teve um pavilhão inteiro de expositores e dois palcos recebendo as discussões com interlocutores nacionais e internacionais.

O físico-teórico italiano Carlo Rovelli, criador da Teoria da Gravidade Quântica em Loop, falou sobre o poder do questionamento no painel “O que é realidade – A realidade não é o que parece”. “A ciência absorve todas as ideias, mas não acredita que tudo é verdade, ela questiona. E esse questionamento de outras formas de ver as coisas, é isso que a ciência é: duvidar, questionar, propor novas maneiras, revoluções”, disse Rovelli.

A educação ainda esteve presente no pavilhão das startups, com um grande número de edtechs exibindo suas principais ferramentas. Nosso colunista Leonardo Libman foi um dos palestrantes no palco RioXperience, onde falou sobre intraempreendedorismo em 4 unicórnios. O educador21 também esteve no evento para ver de perto o que a educação tem a ver com a inovação. Confira nossas impressões!

Educadores e instituições marcam presença na RIW 2024

O diretor-executivo do colégio Mopi, Vinicius Canedo, falou no painel “Impacto da Inteligência Artificial na Educação: estamos prontos para a nova forma de aprender?”. O educador mostrou como a inovação também pode ser utilizada para uma educação mais humanizada e quais os desafios da escola do futuro, destacando o aprendizado personalizado, eficiente, divertido e inspirador.

Já no painel “Tecnologia: vilã ou aliada da aprendizagem?”, Jones Brandão, da Catalise Educação, abordou um tema sensível: o fatídico debate sobre o “tempo de tela”. O especialista afirmou que a tecnologia e seus efeitos, bons e ruins, é um caminho sem volta. Por isso, frisou a necessidade de Precisamos ir além e criar um espaço de fala e escuta entre família atentar para dicas, conceitos, aplicações e estratégias a serem usada tanto na escola como em casa, em vez de proibir o uso. “A tecnologia não é um evento em que possamos apenas impedir ou incentivar a participação. Ela está em toda parte e precisamos dela como mediadora.”, afirmou Brandão.

Reynaldo Gama, CEO da SingularityU Brazil, fez uma ponte entre a educação e o mercado de trabalho do futuro. “O mundo do trabalho está em rápida transformação, impulsionado por avanços tecnológicos e mudanças econômicas. Profissões e soluções que hoje são comuns eram impensáveis há uma década, e muitas outras surgirão em breve”, chamou a atenção o especialista, que falou no painel “Empreendedores do Futuro: Educação para Profissões que Ainda Não Existem” sobre métodos para cultivar uma mentalidade de desenvolver as habilidades necessárias para que possamos ter contribuições relevantes na nova dinâmica do trabalho.

Mostrar como utilizar a tecnologia para criar experiências de aprendizagem interativas e personalizadas, mantendo os alunos envolvidos e motivados foi o mote da palestra “Como reconquistar a atenção dos alunos combinando tecnologia, gamificação e metodologias ativas de aprendizagem”. Pedro Carneiro de Carvalho, cofundador e CEO da Edupulses compartilhou algumas estratégias inovadoras para engajar os alunos através da combinação de tecnologia, gamificação e metodologias ativas de aprendizagem.

“A gamificação é uma ferramenta poderosa para tornar o processo educativo mais dinâmico e envolvente, incorporando elementos de jogos para estimular o interesse e a participação dos alunos. Além disso, pode ser potencializada se associada a metodologias ativas que promovem a aprendizagem centrada no aluno, incentivando a colaboração”, explicou Pedro, que apresentou exemplos de melhores práticas e ferramentas digitais que podem ser aplicadas em diferentes contextos educacionais para criar um ambiente de aprendizagem mais eficaz e estimulante.

Destaque para as experiências tecnológicas da Uerj e da Faetec

Simuladores de arco e flecha, surfe e skate foram algumas das experiências tecnológicas disponíveis no estande da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Além dos simuladores do eMuseu do Esporte, a universidade apresentou projetos para geração de energia a partir do reaproveitamento de campos petrolíferos desativados e por um painel fotovoltaico a partir da ligação de uma lambreta a uma turbina eólica. Esses dois projetos são da Incubadora Phoenix e do Centro de Estudos e Pesquisas em Energias Renováveis, respectivamente, ambos desenvolvidos por meio da universidade.

Os simuladores fazem parte do acervo do eMuseu do Esporte, projeto que nasceu de uma incubadora da universidade após os Jogos Olímpicos Rio 2016, com o objetivo de proporcionar um hub virtual que engajasse atletas, entidades esportivas, museus e torcedores em torno da preservação da memória esportiva brasileira, combinando tecnologias digitais em um formato inédito e colaborativo. O projeto é totalmente acessível às pessoas com deficiência por meio de audiodescrição do acervo disponibilizado também em Braile e Libras. Todo o seu conteúdo pode ser acessado neste link, que já registra o alcance de cerca de 200 mil pessoas.

Para a professora Bianca Gama Pena, idealizadora do eMuseu do Esporte, projeto de extensão da Uerj, é de grande importância o papel da instituição no fomento do empreendedorismo em diversas áreas do conhecimento. “O grande desafio no atual cenário é a colaboração entre entidades de forma que cada uma possa contribuir com suas respectivas expertises, recursos e oportunidades. Para isso, o ambiente acadêmico é fértil e o grande interlocutor dos agentes desse ecossistema para fomento da inovação”, explicou.

Simulador levado pela Uerj atraiu a atenção do público (Foto: divulgação/RIW2024)

Mais de dez projetos desenvolvidos por alunos da Faetec também foram apresentados no evento, abordando temas como sustentabilidade, informática e inteligência artificial. Entre as unidades participantes estavam as Escolas Técnicas Estaduais Amaury Cesar Vieira, em Volta Redonda; Visconde de Mauá, na capital do Estado; e Henrique Lage, em Niterói. Além das Faeterjs Barra Mansa e Rio.

Entre os diversos projetos, a “Bengala Inteligente”, desenvolvida por cinco alunos da ETE Visconde de Mauá, em Marechal Hermes, foi um dos grandes destaques. O protótipo inclui um circuito eletrônico que auxilia pessoas com deficiência visual a se locomoverem com mais segurança. Ao detectar um obstáculo, o dispositivo emite um alerta para o usuário.

“Criamos esse projeto com o propósito de melhorar a autonomia de pessoas com deficiência visual, tanto jovens quanto idosos. É uma grande responsabilidade apresentar nosso trabalho em um evento desse porte, mas estamos confiantes de que fizemos um bom papel”, disse o aluno Daniel Paulino.

O Sesc RJ montou um espaço expositivo para abordar temas como ancestralidade e temporalidades, tendo como recurso algumas tecnologias contemporâneas. O novo Ensino Médio Técnico Integrado, que pode aumentar a taxa de permanência escolar e a profissionalização do jovem com habilidades-chave como inteligência artificial e internet das coisas. também foi tema de palestra no estande. Já o Senac RJ, abordou temas referentes a Inteligência Artificial, Novo Ensino Médio, tecnologias na educação e o novo mundo do trabalho.

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