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O colunista Christian Rocha Coelho apresenta as porcentagens ideais de perfis profissionais para fazer as equipes da sua escola alcançarem melhores resultados

A partir da década de 1970, quando as grandes empresas começaram a prestar mais atenção nos seus departamentos de recursos humanos pelo fato de seus colaboradores começarem a tomar ciência de seus direitos e buscarem novas oportunidades, inúmeras pesquisas nessa área foram realizadas.

Um estudo importante, que posteriormente foi base para muitas publicações, comparou uma empresa com um ecossistema natural, partindo do princípio que ambas são organismos em pleno desenvolvimento. No ecossistema/empresa existem populações de espécies diferentes que interagem e convivem no mesmo ambiente. Estas são divididas em três grupos:

Proativos – São chamadas de “pessoas que vestem a camisa da empresa” e geralmente representam menos de 20% da população. Tem como características serem abertas às inovações, proativas, trabalhadoras, empreendedoras, líderes e tendem a assumir as responsabilidades.

A escola somente alcançará a excelência na prestação dos seus serviços educacionais se seu corpo docente for formado por percentual significativo de colaboradores proativos.

Pragmáticos – A grande parcela dos colaboradores, mais de 60%, são pessoas que têm dificuldade em ter um planejamento profissional e pessoal definido, tendem a seguir um líder (sendo este positivo ou negativo), oscilam a produtividade em decorrência de fatores externos e são práticos nas tomadas de decisões cotidianas, mas procrastinam e são inseguros nas decisões importantes e quando se deparam com o novo.

Uma equipe pragmática possivelmente não gera perda de alunos, mas por outro lado, não proporciona um ensino de excelência.

Reativos – Fazem parte dos 20% restantes. São pessoas facilmente influenciáveis, que não concordam ou não compreendem a cultura e as regras da instituição.

Quanto maior o número de reativos, maior será a rotatividade de funcionários e a sensação de insatisfação coletiva, o que pode resultar na perda de alunos e na queda da qualidade pedagógica.

As pessoas reativas são mais facilmente influenciadas por líderes negativos. O ser humano, como todo mamífero social, vive em grupos ou clãs, subdivididos em castas desde a pré-história.

No topo da pirâmide encontra-se o líder alfa, que alcançou essa posição devido a características de liderança desenvolvidas.

Para que a equipe continue a evoluir, sempre surgem jovens com características de liderança, prontos para substituir o líder alfa, caso ele não consiga mais cumprir seu papel.

No contexto moderno, no corpo docente, quando o líder alfa, que formalmente é o coordenador, não desempenha seu papel, corre o risco de perder a liderança do grupo para um líder natural. Esse novo líder pode ser benéfico, se for um aprendiz alinhado com a filosofia da instituição, ou prejudicial, se for um opositor.

Sem nenhuma interferência, a tendência do ecossistema de uma escola é ficar na casa de 20% Proativos, 60% Pragmáticos e 20% Reativos.

EXCESSO DE REATIVOS

A falta de liderança e gestão abre espaço para o surgimento de uma liderança negativa, que pode gerar desequilíbrio e aumentar a quantidade de indivíduos reativos. Em algumas escolas, a direção enfrenta dificuldades em assistir às aulas, fornecer feedback direcionado, avaliar professores e a equipe comercial. Isso resulta em um número elevado de reativos, possivelmente incluindo membros da coordenação (10% proativos, 50% pragmáticos e 40% reativos).

Outro fator que afeta o equilíbrio das populações são as chamadas “panelinhas”. Quando pequenos grupos são fixados dentro da corporação, estes passam a pensar de forma coletiva. Se um membro recebe uma advertência, todos ficam chateados, podendo baixar a produtividade do grupo.

Para qualquer empresa o importante é reduzir ao máximo o número de colaboradores reativos e pragmáticos e aumentar o número de proativos. Para isso, algumas estratégias devem ser seguidas:

1 – Reuniões de feedback diretivo – As escolas que possuem a cultura do monitoramento constante tendem a ter uma população de pragmáticos reduzida, pois quando acompanhado, o adulto sente-se confiante em sua capacidade de experimentar ou adquirir um novo hábito.

Eles não estão sozinhos nesta empreitada, ao seu lado existe uma pessoa com conhecimento e liderança para acompanhá-los, ensiná-los e apoiá-los ao longo de uma nova experiência.

2 – Delegar ao máximo – Ações descentralizadoras propiciam autonomia para a equipe que é, segundo a andragogia, um elixir para o cérebro, pois libera hormônios que causam sensação de prazer e bem-estar. Quanto mais autonomia tiver a equipe maior será a população de proativos.

3 – Recuperação de professores (Coaching individual) – Os encontros individuais precisam acontecer quando os indivíduos são identificados como reativos e no momento em que ocorrerem comportamentos negativos e as reuniões de monitoramento em grupo não surtirem mais efeito.

Após seis meses da implantação dessas ações, espera-se uma mudança de população na proporção de 50% proativos, 40% pragmáticos e 10% reativos, o mínimo esperado para uma equipe de excelência.

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