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Na Coluna Educação Superior deste mês, Celso Niskier fala sobre os desafios do próximo governo federal em direcionar esforços para priorizar a Educação

O próximo chefe do Executivo brasileiro foi definido no último dia 30 de outubro. O presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva, terá enormes desafios, em especial, na educação superior. Os números dão a dimensão do que virá. Somos a nação que apresenta a taxa mais baixa de adultos (25 a 64 anos)
graduados na educação superior (15%). Além disso, 29% dos nossos jovens adultos (25 a 34 anos) sequer concluíram o ensino médio. O Brasil é, ainda, o segundo país com a maior proporção de jovens com idades entre 18 e 24 anos que não estudam e nem trabalham (36%).

O relatório Education at a Glance foi divulgado este ano pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e comprova que estamos diante da perspectiva de um futuro desastroso. Temos a esperança de acompanhar, no governo eleito, estratégias assertivas que demonstrem comprometimento com a construção de um cenário mais justo.

Como de praxe em períodos eleitorais, a sociedade civil organizada se empenhou na estruturação de propostas para o novo governo, colocando-se como grande aliada do então futuro presidente da República, e sobretudo, dos futuros gestores públicos. Assim, surgiu o movimento #EducaçãoMaisForte, articulado pelo Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, com o objetivo de reforçar a urgência da agenda educacional junto aos candidatos e, agora, direcionada ao presidente eleito e sua equipe. O Fórum é constituído por nove entidades que representam instituições de ensino privado no Brasil, da educação básica à superior, que possuem 16,7 milhões de estudantes matriculados.

Ao todo, 10 propostas foram elaboradas e são recomendadas como prioridade para o próximo governo. São medidas que passam pela modernização do marco regulatório; a criação de um novo modelo de financiamento estudantil; a oferta de linhas de financiamento para a inovação nas instituições de educação superior; a aprovação de uma reforma tributária justa para a educação; o desenvolvimento de mecanismos de integração entre a educação superior e a educação básica.

O propósito é alcançar uma educação mais forte, inclusiva e conectada às tendências mundiais de tecnologia e inovação. Razão pela qual, na educação superior, é importante dar destaque à valorização do Programa Universidade para Todos (ProUni) e a expansão do Financiamento Estudantil (Fies), importantes iniciativas de acesso à formação profissional dos jovens.

Apesar de não ter ocupado de forma significativa os espaços destinados à apresentação de propostas de campanha, a construção de uma nova educação foi tema de longos debates realizados nos bastidores destas eleições. Uma vez realizadas as eleições, é chegada a hora de direcionar esforços para colaborar com as decisões que serão tomadas daqui por diante.

Estar nas últimas posições em avaliações globais de educação nos envergonha perante a comunidade internacional. Pior ainda são os desdobramentos para o presente e futuro do país. Superar dados como os apresentados pela OCDE precisa ser o compromisso número um do presidente eleito. E nós seguiremos nessa luta.

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