A liderança feminina na educação é essencial para inspirar e motivar as próximas gerações de mulheres líderes
Março é o mês de refletir sobre a importância da liderança feminina em diversos setores da sociedade. O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, joga luz sobre as discussões acerca da presença de mulheres em posições de liderança. O que é fundamental para a construção de um mundo mais igualitário e justo, uma vez que elas trazem perspectivas e habilidades diferentes para a tomada de decisões e para a gestão das equipes.
Mas, apesar de algum progresso nas últimas décadas, a realidade ainda permanece muito aquém do desejável. De acordo com dados do Ministério da Economia, as mulheres detêm 42,4% das funções de gerência, sendo 13,9% delas em cargos de diretoria e 27,3% em superintendências.
No ambiente escolar, por exemplo, o tema ganha ainda mais relevância. Para os estudantes, entender a importância da igualdade de gênero, a história das conquistas das mulheres e os desafios atuais pode fazer toda a diferença na construção da mudança que precisamos ver num futuro próximo.
Embora a maioria dos profissionais da educação sejam mulheres, muitas vezes há barreiras para ascender a cargos de direção e gestão escolar. Apesar dos avanços nas políticas de inclusão. A dificuldade para encontrar lideranças femininas é parte de um cenário muito maior de falta de equidade e de inclusão social.
“A maioria dos ambientes da educação, apesar de ser um campo que contempla muitas mulheres, não possui tantos cargos de destaque ou de liderança. Historicamente, as escolas tendem a ter mais diretores”, afirmou a diretora pedagógica da Escola Vereda de São Bernardo do Campo, Bruna Souza.
O caso também é observado pela diretora de relacionamento e marketing, Dali Alonso. “Já vi ambientes em que o único homem presente é a pessoa que vira o gestor, mesmo quando tem muitas mulheres capacitadas ali, ao contrário do que acontece na Vereda”, disse.
Importância da atuação feminina na escola e na formação cidadã
No ambiente escolar, a liderança feminina se mostra especialmente relevante, uma vez que as mulheres representam a maioria dos profissionais da educação e têm um papel fundamental na formação de futuras gerações. Quando ocupam posições de liderança, podem inspirar outras mulheres a buscar o desenvolvimento de suas habilidades e contribuir para a construção de um ambiente escolar mais inclusivo e equitativo.
“Seja nos berçários, seja nas creches ou na Educação infantil, é perceptível a importância das educadoras na formação cidadã”, destacou Dali Alonso.
A Escola Vereda é um bom case de inclusão. A instituição contempla diversos cargos de destaque com mulheres e trabalha essa discussão, desde sempre, a partir de projetos pedagógicos e de iniciativas plurais.
“Aqui na escola existem mulheres em todos os cargos, passando pela coordenação, diretoria, entre outros. Isso significa a possibilidade de as nossas estudantes se sentirem representadas”, ressaltou Bruna Souza.
Ainda segundo a diretora pedagógica da Escola Vereda, a educação brasileira, em geral, tem um histórico patriarcal, assim como toda a sociedade, mas que enxerga hoje uma mudança muito grande como, por exemplo, nas eleições para representantes de sala da escola.
“Hoje, todas as salas contam com uma representante mulher, logo há uma compreensão de que as meninas também têm potencial. Temos que aprender e ensinar para as nossas meninas que podemos ser empáticas e devemos abrir espaço para outras pessoas, mas que isso vá até onde não prejudique a nossa saúde mental e física”, disse a diretora pedagógica, que reforçou o espírito de luta das mulheres na busca por espaço e conquistas.
