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Em artigo, a diretora da TestWe Rafaela Manes aborda as dores da avaliação remota, que cresceu muito durante a pandemia da Covid-19

Rafaela Manes*

A digitalização de processos, acelerada pela pandemia do novo coronavírus nos anos de 2020 e 2021, dá sinais de que veio mesmo para ficar. Seja pela adoção de etapas completamente virtuais, seja pela implementação de modelos híbridos, como muito se vem notando nos últimos meses. Na educação formal – básica, superior ou de ensino de idiomas –, esse trajeto segue o mesmo mapa. Colégios, faculdades, cursos de inglês, professores particulares: todos se renderam aos benefícios dos serviços de comunicação por vídeo, inclusive, para etapas avaliativas e seletivas.

Quem atua ou atuou como docente – em especial, na educação básica – sabe o desafio que é manter uma turma concentrada em aulas longas ou garantir que todos os estudantes estejam a todo momento respeitando as regras durante o processo avaliativo. No online, esses desafios são amplificados: no primeiro caso, a possibilidade de desligar a câmera faz com que o professor sequer veja as feições desses jovens. No segundo exemplo, como chancelar a autoria dos candidatos perante as questões respondidas? Essas perguntas não têm uma solução fácil e estão longe de ser de múltipla escolha.

Por um lado, as seletivas que classificam ou excluem candidatos, ao serem realizadas remotamente, permitem uma maior gama de aplicantes. Uma no extremo sul ou extremo norte do país, por exemplo, com exames online possibilita estudantes de todas as demais regiões concorrendo para as vagas, o que não ocorreria na mesma proporção se fossem exclusivamente presenciais, uma vez que os fatores de deslocamento, como custo de transporte e hospedagem, excluiriam boa parte dos interessados.

Por outro lado, em termos de segurança, as provas presenciais supostamente permitem uma auditoria maior por parte dos examinadores. Disse supostamente porque, atualmente, nada é tão absoluto assim, ainda mais com alunos cada vez mais conectados e, ao mesmo tempo, desamparados devido ao excesso de informações às quais se encontram imersos.

Do ponto de vista mais pragmático, a digitalização torna os processos mais hábeis e práticos, de um modo geral. De acordo com o Censo da Educação a Distância, feito pela ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância) em 2022, por causa da pandemia, a busca por cursos na modalidade a distância aumentou em pelo menos 50% em todo o país. Segundo a ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior), dada a crise sanitária global, a demanda por EAD aumentou em 428%.

Perante esse contexto, que parece ser um caminho sem volta, soluções começam a ser implementadas para tornar as etapas avaliativas a distância mais seguras e impassíveis de fraude, dentro das possibilidades. Desde quando comecei neste setor, consideramos várias possibilidades e uma que me chamou atenção foi a tecnologia ProctorWe.

Há um ambiente seguro e antifraude com monitoramento 360º de áudio e vídeo — mesmo em conexão offline — e em conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). E quando digo segurança, refiro-me às instituições de ensino, mas também aos candidatos, que abrem seus computadores ao “mundo externo” e, sem as devidas medidas de proteção e mitigação de fraudes, se veem expostos e desamparados.

Costumo dizer que devemos dançar conforme a música. Trabalhando para o mercado lusófono, sabemos por exemplo que em Portugal há a exigência governamental de uma certificação por parte dos centros de formações que desejam receber verba pública; já no Brasil, são outros os gargalos, como as dimensões continentais e a inequidade de acesso à internet. No entanto, na condição de gestores, desenvolvedores ou educadores, precisamos entender as dores de cada mercado e provê-los com as melhores soluções que, sabiamente, darão acesso a esse direito básico e universal: a educação.

*Diretora de desenvolvimento de negócios em mercados de Língua Portuguesa da TestWe

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