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Falta de visão tecnológica e abordagens dos futuros docentes prejudica formação dos alunos em mundo cada vez mais digital

Em outubro de 2023, um relatório da Unesco apontou que há escassez de professores no mundo e que seria necessário a formação de milhões de novos docentes até 2030, que é o prazo para as metas estabelecidas pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar de ser uma demanda urgente, não bastaria apenas formar mais profissionais se eles não tiverem uma atuação diferenciada com abordagens conectadas às demandas atuais.

“Os professores precisam combinar ferramentas digitais, pedagogia e habilidades sociais. Além do domínio do conteúdo, é crucial que eles estejam aptos a usar a tecnologia ao dia dia escolar de forma eficaz para enriquecer o processo de ensino e aprendizagem”, avaliou Liliane Fernanda Ferreira, diretora da B2G, distribuidora da marca Quinyx, que fornece produtos de tecnologia educacional.

Para a profissional, a escassez de professores é uma realidade preocupante, pois afeta a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial o ODS 4, que busca garantir uma educação de qualidade inclusiva e equitativa, promovendo oportunidades de aprendizagem, e ODS 8, sobre o crescimento econômico sustentável, emprego pleno e produtivo para todos.

“Professores capacitados desempenham um papel essencial na preparação de indivíduos qualificados para o mercado de trabalho, contribuindo diretamente para a força laboral de um país e para o desenvolvimento econômico. Investir na formação de milhões de novos docentes até 2030 não é apenas uma meta isolada, mas uma ação estratégica e imprescindível para o avanço socioeconômico global. A ausência de professores qualificados compromete não apenas a realização desses objetivos, mas também perpetua disparidades educacionais e socioeconômicas, dificultando o progresso e a sustentabilidade”, pontuou a diretora.

Por isso, em sua avaliação, é imperativo concentrar esforços na capacitação e valorização dos professores, fornecendo-lhes recursos adequados, oportunidades de desenvolvimento contínuo e reconhecimento social e econômico. Além disso, ter políticas inclusivas e uso estratégico de tecnologias educacionais ajudariam a superar essa escassez, ampliando o acesso à educação em áreas geograficamente remotas ou economicamente desfavorecidas.

Capacidade de adaptação e familiaridade com ferramentas tecnológicas são essenciais para os futuros docentes

Pensando em uma sala de aula conectada e mais interativa, que dialogue com a realidade digital, Liliane Ferreira acredita que os novos professores precisam não apenas conhecer, mas também estar familiarizados com diferentes plataformas educacionais, aplicativos, softwares e recursos online para potencializar o aprendizado. “E a capacidade de adaptação é fundamental. Os docentes precisam estar abertos a aprender e se adaptar a novas tecnologias e metodologias de ensino. E inovar na utilização dessas ferramentas é essencial para criar experiências educacionais mais engajadoras”, disse.

Além disso, as habilidades de comunicação, tanto presencial quanto online, continuam fundamentais, e os professores devem ser capazes de estimular a colaboração e criar um ambiente propício para a troca de ideias. Vale destacar ainda a necessidade de compreensão sobre como a IA pode personalizar a aprendizagem, adaptando o ensino para as necessidades de cada estudante, seja plataformas que oferecem feedback ou sistemas de aprendizado adaptativo.

O uso de tecnologia, no entanto, não quer dizer ausência de senso crítico. Pelo contrário. Liliane aconselha que o ideal é que o professor desenvolva atividades que desafiem os alunos a pensarem de forma analítica e inovadora, mesmo com o suporte digital: “Ao capacitar os novos professores dessa forma, estamos preparando-os para criar experiências educacionais mais ricas e adaptadas a uma geração que cresce em um mundo cada vez mais digitalizado”.

Treinamento presencial com a Prefeitura de Guracicaba, na escola Padre Alfredo Kaspe (Foto: divulgação)

A B2G é uma empresa focada em negócios para governos e iniciativa privada, com atendimento e envio para todas as regiões do Brasil. Fundada em 2020, com sede em Curitiba (PR), atua no fornecimento de aparelhos e ferramentas tecnológicas educacionais, como mesas digitais interativas, lousas interativas, totens, displays e outros equipamentos personalizados.

Além de atuar no fornecimento de aparelhos e ferramentas tecnológicas educacionais, como mesas digitais interativas, lousas interativas, totens, displays e outros equipamentos personalizados, Liliane explica que a B2G também oferece treinamentos presenciais, online e em formato EAD, oferece cursos específicos sobre a aplicação dos produtos no contexto educacional, permitindo que os profissionais aprendam a usar essas ferramentas de forma flexível e conveniente, para que eles tenham autonomia no uso de todos os recursos.

Para Liliane, a formação de novos docentes sem as habilidades tecnológicas e pedagógicas mencionadas é um risco significativo para a educação. “Pensamento crítico, colaboração e competência digital são fundamentais para os desafios atuais e futuros. Além disso, alunos de regiões menos privilegiadas podem ser privados do uso eficaz da tecnologia na aprendizagem, agravando ainda mais as disparidades educacionais”, explicou.

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