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Publicação do MEC e parceiros orienta escolas sobre prevenção, acolhimento e recomposição pedagógica em contextos de crise ambiental

Em um cenário de eventos climáticos cada vez mais intensos, o Ministério da Educação (MEC) lançou o Guia de Ações Educacionais em Resposta a Emergências Climáticas, em parceria com a Undime, o Instituto Reúna e o Vozes da Educação. A publicação, apresentada em um webinário transmitido em setembro pelos canais do MEC e do Conviva Educação, traz orientações práticas para gestores escolares enfrentarem situações de crise ambiental e manterem o foco na aprendizagem.

Voltado a dirigentes municipais, diretores e coordenadores pedagógicos, o guia propõe uma visão integrada entre infraestrutura, acolhimento e pedagogia, com o objetivo de garantir a continuidade do ensino mesmo diante de adversidades climáticas. O documento foi elaborado no contexto do Pacto Nacional pela Recomposição das Aprendizagens, e se baseia em três dimensões: clima escolar e pessoas, dinâmica e processos, e ensino e aprendizagem.

A coordenadora-geral de Estratégia da Educação Básica do MEC, Ana Valeria Dantas, destacou que a gestão educacional precisa estar preparada para responder a impactos ambientais de forma estruturada. “Quando a gente fala de recomposição, o foco é a aprendizagem adequada. E, para garantir a aprendizagem, é preciso olhar também para todos os desafios que a impactam. Essa é a importância do guia: reconhecer que as emergências climáticas são uma realidade”, afirmou.

Segundo dados do Unicef, mais de 1 milhão de estudantes brasileiros foram afetados por eventos climáticos em 2024, evidenciando a urgência de estratégias de prevenção e resposta no âmbito escolar.

Foto: divulgação MEC

Foto: Divulgação/MEC

Planejamento, acolhimento e reconstrução no centro das ações

O guia apresenta um conjunto de ações de curtíssimo, curto e médio prazo que podem ser adotadas por redes e escolas. Em um primeiro momento, recomenda o mapeamento de danos físicos e psicológicos na comunidade escolar. Em seguida, orienta a implementação de medidas que viabilizem a reabertura segura dos espaços educacionais, assegurando condições básicas de funcionamento.

A médio prazo, o foco recai sobre estratégias de permanência e apoio a estudantes em maior vulnerabilidade, especialmente em regiões mais afetadas pelas crises ambientais. O material também propõe práticas escolares sensíveis ao trauma, formação de equipes para o letramento climático e fortalecimento de políticas de educação para a resiliência.

Para Carolina Campos, diretora-executiva do Vozes da Educação, a publicação ajuda as escolas a reduzirem perdas pedagógicas em situações emergenciais. “Todas as vezes em que a escola precisa parar, a aprendizagem é interrompida — e isso tem relação direta com as questões climáticas”, destacou.

O conteúdo do guia foi desenvolvido após as enchentes no Rio Grande do Sul em 2024, que escancararam a necessidade de protocolos educacionais diante de desastres ambientais.

Educação ambiental e gestão integrada como legado

Mais do que uma resposta emergencial, o guia pretende consolidar a educação ambiental como eixo transversal da gestão escolar. As recomendações se articulam com as políticas do MEC voltadas à recomposição das aprendizagens e à construção de ambientes escolares mais seguros e sustentáveis.

Para os gestores, o documento funciona como uma ferramenta de planejamento estratégico diante de um desafio crescente: manter o direito à educação em meio às mudanças climáticas. Ao integrar dimensões humanas, pedagógicas e operacionais, o material amplia o papel das escolas como espaços de cuidado e preparação para o futuro.

O lançamento marca um passo importante para que redes públicas e privadas adotem práticas preventivas e pedagógicas conectadas às novas realidades ambientais — um tema que tende a ganhar cada vez mais relevância no planejamento educacional dos próximos anos.

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