Grupo Marista expande uso de IA na aprendizagem e investe em soluções para personalizar a jornada escolar e fortalecer o trabalho docente
O avanço da inteligência artificial na educação brasileira está deixando de ser tendência para se tornar parte estrutural da rotina das escolas. Com o crescimento acelerado do mercado de edtech e projeções bilionárias para os próximos anos, o tema ganha relevância estratégica entre redes que buscam inovação com responsabilidade pedagógica.
Relatórios recentes, como o da IMARC Group e da Grand View Research, indicam que o mercado nacional de tecnologia educacional deve quase triplicar até 2033. No recorte da IA para educação básica, o salto previsto é ainda maior, sinalizando que a adoção da tecnologia já é parte do futuro próximo da aprendizagem.
No Grupo Marista, essa transformação é acompanhada de perto pela Rosey Ventures, o Corporate Venture Capital do grupo. Para Guilherme Skaf Amorim, head da gestora, a integração plena exige revisão de processos, um movimento que já está em curso.
“A chave para uma boa adoção da IA é a flexibilidade, tanto das escolas quanto das startups. Soluções que apoiam a jornada completa do aluno, fortalecendo gestão, docentes e experiência, são prioridade”, destacou o executivo.
Como a IA já transforma a prática pedagógica
Nos Colégios Maristas, a IA já apoia práticas pedagógicas e rotinas docentes. Matheus Rangel, especialista em Tecnologias Educacionais do Marista Brasil, afirmou que a tecnologia tem ajudado na personalização da aprendizagem e na organização de dados acadêmicos. “Utilizamos IA para gerar trilhas individualizadas e agilizar tarefas como planos de aula e busca de referências.”
Essa integração tem efeito direto no engajamento. Em projetos recentes, os estudantes usaram IA como assistente de pesquisa e criaram campanhas visuais a partir de dados coletados, sempre com orientação docente. Para Rangel, o ponto central é claro. Ele reforça que a tecnologia deve estimular autonomia, não substituir o esforço cognitivo.
“A IA não substitui o professor, mas potencializa o trabalho humano ao liberar tempo e permitir acompanhar cada aluno mais de perto. Delegar tudo à máquina anula o processo de aprendizagem. O estudante precisa analisar, comparar e defender suas ideias”, explicou.
Formação docente e próximos passos da transformação digital
Para consolidar essas práticas, o Marista Brasil tem reforçado a formação contínua de educadores pela Casa L’Hermitage, com trilhas que vão além do uso técnico das ferramentas. A proposta inclui análise crítica, responsabilidade no uso e diálogo transparente com as famílias sobre os benefícios pedagógicos da IA.
Do lado dos investimentos, a Rosey Ventures intensifica a busca por soluções alinhadas ao futuro da personalização. Amorim destacou que a intenção é expandir sem perder a essência pedagógica. “Queremos acelerar a transformação digital sem romper com o que sustenta a escola: relações, propósito e aprendizagem significativa”, disse.
A visão para os próximos anos inclui uso ampliado de dados acadêmicos e socioemocionais, com dashboards que apoiem decisões pedagógicas e ofereçam um olhar integral sobre cada estudante.










