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Uso de Inteligência Artificial na Educação Básica é um dos temas centrais do evento itinerante da Bett Brasil, em Recife, nos dias 4 e 5 de setembro

O diálogo sobre como inserir a IA com propósito na Educação Básica em escolas privadas e públicas é um dos pontos centrais da Jornada Bett Nordeste, que será realizada nos dias 4 e 5 de setembro, em Recife. O evento itinerante organizado pela Bett Brasil, maior evento de Inovação e Tecnologia para Educação na América Latina, tem como tema central “Inteligência Artificial (IA) e Inteligência Emocional (IE) na educação: o que devemos aprender?”.

A proposta da Jornada Bett Nordeste é colaborar para uma educação com mais qualidade e equidade, com participação do setor privado e público da educação básica. Em dois dias de evento e mais de 16 horas de conteúdo, cerca de 40 educadores e renomados especialistas debaterão assuntos ligados ao tema central. Para efetuar sua inscrição e participar in loco, acesse este link.

A programação completa dessa jornada já pode ser conferida neste link. O coordenador de Ciência e Inovação da Proz Educação e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Luciano Meira, é um dos palestrantes convidados da Jornada Bett Nordeste. Ele participará do painel de encerramento do evento junto com o diretor presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, e da professora do departamento de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Marina Pinheiro.

Meira destacou que o uso da inteligência artificial na educação pode contribuir para o aprimoramento do trabalho educacional. No entanto, antes de aplicar essas ferramentas na sala de aula é necessário observar e entender que esse é um momento de experimentação.

“Hoje os grandes modelos de linguagem, os LLMs, como chamamos, ou para ser bem explícito, o ChatGPT e outras soluções do gênero, são capazes de fazer correções, inclusive com critérios que nós ensinamos ao LLM e tem muita coisa interessante para experimentar e ensinar a essas soluções. Não é só fazer uma pergunta ao ChatGPT. Na verdade, deve-se instruir o ChatGPT que tipo de resposta a gente deseja e com que graus de correção e de sofisticação”, disse o coordenador de Ciência e Inovação da Proz Educação.

IA com propósito na Educação Básica

Incluir recursos de IA nas salas de aula de forma útil na formação dos alunos não é tarefa simples. Um dos questionamentos que colocam em xeque a efetividade da implementação de inovações é se os professores estão confortáveis e capacitados para utilizar tecnologias baseadas em IA em suas práticas pedagógicas. E mais: se terão plena autonomia para utilizá-la.

A analista Educacional da CESAR School, Tanci Simões, avalia que os principais impactos da IA para os professores é a possibilidade de aliviar a carga de trabalho oriunda da própria natureza da profissão com o volume de atividades relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem. Entretanto, a capacitação dos docentes é uma preocupação latente.

“Ferramentas baseadas em IA generativa que possam apoiar etapas de planejamento e produção das aulas, bem como o processo de avaliação da aprendizagem são oportunidades em potencial. Por outro lado, os desafios se concentram nas limitações inerentes ao recurso e de quem o utiliza, uma vez que os professores não têm oportunidades de formação para que sejam capazes de se apropriarem destes recursos e suas funcionalidades de maneira plena, o que por sua vez impacta o quão confortáveis eles se sentem para adotá-los no cotidiano”, afirmou Tanci.

O pesquisador sênior e coordenador dos Cursos de Mestrado e Doutorado do CESAR School e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Rafael Ferreira Leite de Mello, opina que a IA é uma ferramenta que pode potencializar o aprendizado dos alunos ao integrar as práticas pedagógicas já utilizadas pelos professores. O professor destaca que a IA e outras tecnologias educacionais devem ser pensadas em um contexto mais abrangente de suporte ao professor.

“Temos que entender a IA em uma perspectiva mais ampla, não simplesmente dizer que a IA vai resolver as tarefas administrativas e o professor vai focar mais nas tarefas de ensino, porque isso pode gerar uma frustração. No aspecto mais amplo, a IA é uma ferramenta no processo de ensino/ aprendizagem e, como qualquer outra tecnologia, para potencializar o seu uso, a IA precisa entrar na prática pedagógica e ser incorporada no design do curso”, disse Mello.

Os dois especialistas da CESAR School também estarão na Jornada Bett Nordeste como palestrantes convidados nos painéis, “IA na Educação: Transformando o Aprendizado” e “O Futuro da Educação: Práticas Inovadoras com o Uso da Inteligência Artificial”, respectivamente. Ambos concordam que a utilização de IA precisa ser sempre questionada, mesmo que a introdução da tecnologia na Educação tenha o potencial de trazer mais benefícios do que prejuízos.

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