Skip to main content

E-book sistematiza 10 experiências de gestores de escolas públicas que enfrentaram conflitos, violência e rupturas no clima escolar com soluções baseadas em escuta e diálogo

Fortalecer a convivência escolar tem se tornado um dos maiores desafios da gestão educacional no Brasil. Em um cenário marcado pelo aumento de conflitos, episódios de violência e fragilização dos vínculos nas comunidades escolares, diretores e equipes gestoras têm sido chamados a assumir um papel ainda mais estratégico na construção de ambientes seguros, acolhedores e propícios à aprendizagem.

É nesse contexto que o Instituto Unibanco lança o e-book Relações Interpessoais e convivência escolar, reunindo 10 práticas gestoras desenvolvidas em escolas públicas de ensino médio de diferentes regiões do país. O material, disponível para download gratuito, é resultado do Edital de Práticas Gestoras, projeto-piloto conduzido entre 2024 e 2025, que convidou diretores a compartilharem experiências voltadas à melhoria do clima e da cultura escolar.

As iniciativas apresentadas partem de problemas concretos enfrentados pelas escolas, como bullying, violência, evasão, baixa autoestima estudantil e distanciamento entre escola e comunidade. Mais do que destacar resultados, o e-book se propõe a compreender os caminhos percorridos pela gestão, os dilemas enfrentados e as aprendizagens construídas ao longo do processo.

Ao sistematizar essas experiências, o Instituto Unibanco oferece subsídios práticos para gestores educacionais que buscam fortalecer a convivência escolar como dimensão central da liderança pedagógica e da permanência dos estudantes na escola.

Gestão escolar como estratégia para fortalecer relações

A seleção das práticas considerou critérios como aderência às demandas reais da escola, impacto no clima institucional, envolvimento da comunidade escolar e possibilidade de replicação em outros contextos. O foco esteve menos em premiar “boas práticas” e mais em compreender como a gestão atua diante de situações complexas.

Os relatos mostram que enfrentar conflitos exige da liderança escolar uma postura baseada em escuta, mediação e corresponsabilidade. Em diferentes contextos, os gestores relataram a necessidade de criar espaços formais de diálogo, reconstruir a confiança e envolver estudantes, professores e famílias na busca por soluções coletivas.

Segundo o Instituto Unibanco, a convivência escolar não pode ser tratada como um tema periférico. Ela impacta diretamente o bem-estar, o sentimento de pertencimento e as condições para que a aprendizagem aconteça de forma consistente e equitativa.

“Este material não é apenas um registro de práticas, mas um chamado à ação. Ele mostra que a escola é um espaço profundamente humano, onde a convivência e o cuidado precisam orientar cada decisão”, afirmou Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco.

Experiências pelo Brasil mostram caminhos possíveis

As 10 práticas reunidas no e-book foram desenvolvidas em escolas de cinco estados brasileiros — Ceará, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Rio Grande do Norte — e revelam como desafios semelhantes se manifestam de formas distintas nos territórios.

No Ceará, quatro experiências destacam ações de escuta ativa, mediação de conflitos e fortalecimento da cultura de paz, com projetos que ajudaram a superar crises institucionais, reduzir evasão e lidar com questões emocionais agravadas pela pandemia. Em Minas Gerais, iniciativas voltadas ao protagonismo estudantil, ao uso ético de dados e ao enfrentamento do bullying reforçaram vínculos e autoestima.

No Tocantins, o diálogo estruturado e a empatia foram centrais para enfrentar conflitos no pós-pandemia. Já no Maranhão e no Rio Grande do Norte, projetos de protagonismo estudantil e reconstrução de vínculos mostraram como a gestão democrática pode transformar o clima escolar e reaproximar a comunidade da escola.

Apesar das diferenças regionais, os relatos convergem para um ponto comum: investir na convivência escolar é uma estratégia de gestão que exige intencionalidade, tempo e liderança comprometida com as relações humanas.

Compartilhe: