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Objetivo, com o aporte, é chegar a 1 milhão de estudantes utilizando a tecnologia Letrus nas redes pública e privada em dois anos

A Letrus, edtech brasileira baseada em IA reconhecida pela Unesco como melhor tecnologia educacional do mundo, acaba de receber um aporte de R$ 36 milhões em uma nova rodada de investimentos que reúne financiadores de referência no setor. Os recursos chegam em um momento de turbulência no cenário de inovação, em meio a lenta retomada de investimentos em empresas de tecnologia. A empresa já levantou R$ 60 milhões desde sua fundação, em 2017.

A rodada de investimentos foi liderada pela Crescera Capital, gestora de venture capital e private equity com grande foco em educação e investimentos emblemáticos do setor como Abril Educação, Ânima e Alura/FIAP. O outro investidor líder é a Owl Ventures, maior venture capital focada em educação do mundo com mais de US$ 2 bilhões sob gestão. O financiamento conta também com o segundo aporte na Letrus da Altitude, fundo de venture capital ancorado pela Península, e BID Lab, braço do Banco Interamericano de Desenvolvimento dedicado a investimentos em inovação.

A rodada também contou com a entrada dos investidores-anjos Roberto Pedote (ex- CFO Natura e Unilever e Presidente do Conselho da WWF) e Eduardo Wurzmann (ex-CEO do Ibmec, filântropo e conselheiro de empresas). Potencia Ventures, Canary e Positive Ventures são os demais investidores institucionais com participação na empresa. Outros dois importantes atores filantrópicos do ecossistema educacional brasileiro participaram da rodada: a Fundação Lemann e a VélezReyez+, fundação criada por David Vélez (fundador e CEO do Nubank) e Mariel Reyez (fundadora do Reprograma). Esta é a primeira vez que essas fundações realizam investimento direto em um negócio privado pelo potencial de impacto social que enxergam nele.

“Juntar tantas lideranças do setor no Brasil e no mundo como investidores reforça a oportunidade e a importância de investimentos em tecnologia educacional para construir uma educação mais inovadora e equitativa. A diversidade de investidores, de fundos globais a organizações filantrópicas também reforça que um negócio de inovação pode sim gerar valor econômico com foco em impacto social”, disse Thiago Rached, cofundador da Letrus.

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Alessandro Arpetti, Thiago Rached, Renata Grando e Luis Junqueira, fundadores da Letrus (Foto: Gil Silva/Letrus/Divulgação)

Para apoiar o crescimento, os recursos serão divididos entre as áreas de produto e a área de marketing. O objetivo é chegar a 1 milhão de estudantes utilizando a tecnologia Letrus nas redes pública e privada em dois anos. Em termos de produto, a empresa concentrará seus esforços na evolução da sua inteligência artificial integrada às experiências pedagógicas e na evolução da jornada dos estudantes com foco em engajamento e proficiência linguística.

Entenda como funciona a tecnologia Letrus

Em operação desde 2017 e fundada pelo Professor Luis Junqueira e por Thiago Rached, a Letrus é um programa escolar que faz uso da inteligência artificial para desenvolver a capacidade plena de escrita e leitura dos estudantes. O Programa Letrus combina uma metodologia própria com uma plataforma digital centrada no engajamento e aprendizado dos estudantes e apoio constante aos professores, os desonerando de atividades operacionais e agregando inteligência às suas decisões de sala de aula.

Sua inteligência artificial — reconhecida como a melhor tecnologia educacional do mundo pela UNESCO em 2020 — permite colocar o estudante efetivamente no centro do processo de ensino-aprendizagem, alcançando resultados inéditos de evolução em um curto espaço de tempo.

Avaliação de impacto financiada pelo laboratório J-PAL do MIT e conduzida pela FGV-SP em 2019 com estudantes do estado do Espírito Santo comprovou que estudantes que usaram o programa por cinco meses alcançaram, em média, a segunda melhor nota do Brasil em comparação com as demais redes estaduais. Já os estudantes que não usaram a Letrus ranquearam em oitavo.

Implementado no ano passado como política pública para desenvolvimento da escrita e leitura dos estudantes no Espírito Santo, o estado foi, pela primeira vez, o melhor estado do Brasil na redação do ENEM. Além da rede pública, a Letrus também atende escolas privadas, dentre elas as redes Pueri Domus, Bahema e SESI. São mais de 630 escolas utilizando a Letrus como programa para desenvolvimento da escrita e leitura de seus estudantes dos anos finais do fundamental e do ensino médio.

Por meio de sua inteligência artificial, a Letrus constrói uma camada de inteligência de dados que personaliza o processo de aprendizagem dos alunos ao passo em que apoia os professores com informações precisas sobre as principais demandas a serem trabalhadas em cada uma de suas turmas. É o que a empresa chama de inteligência pedagógica.

Mais tecnologia significa uma experiência de escrita e leitura mais personalizada, engajadora e efetiva em termos de aprendizagem. Com uso de sua IA proprietária, é capaz de reconhecer e orientar os estudantes para além de aspectos ortográficos e gramaticais, ao passo que entrega aos professores e gestores escolares uma visão profunda sobre os desafios mais críticos para evolução dos estudantes. Para o cofundador e professor Luis Junqueira, a inteligência artificial não substitui o olhar humano, que é único por parte dos docentes, mas agrega uma camada de coleta e análise de dados que só é possível com uso da tecnologia.

“Capturar, consolidar e apresentar de maneira organizada dezenas de desvios e oportunidades de evolução do texto de forma imediata é uma das capacidades do uso de tecnologia no processo de aprendizagem dos alunos. É essa junção de inteligência artificial com o olhar humano profundo dos professores que torna o programa Letrus único e tão efetivo ao engajamento e aprendizado dos estudantes”, afirmou Junqueira.

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