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Laboratório Inteligência de Vida (LIV) lança cartilha com dicas para ajudar a controlar o tempo dos adolescentes em frente às telas

Os jovens brasileiros passam, em média, nove horas por dia nas redes sociais. Neste Setembro Amarelo, mês em que se promove o cuidado com a saúde mental de crianças e adolescentes, o Laboratório Inteligência de Vida (LIV), programa de educação socioemocional presente em mais de 700 escolas do país, lançou um material online e gratuito para ajudar pais e educadores a lidar com os desafios trazidos pelo uso excessivo das tecnologias.

O “Movimento LIV Pela Saúde Mental: Sentir Para Além das Telas” traz conteúdos variados, com vídeos de especialistas, entrevistas, dicas de leitura e até mesmo sugestões de atividades para tirar as crianças e adolescentes da frente das telas. O material discute quais caminhos a serem seguidos, partindo da perspectiva de que proibir o uso nem sempre é a melhor alternativa.

“O melhor caminho é a negociação do tempo, e ver o quanto é essencial o uso das telas”, ponderou Evellyn Paixão, psicóloga e consultora pedagógica do LIV, que também ressalta a importância de as escolas e famílias ajudarem no desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos jovens.

O material, voltado para as famílias, também é útil para escolas e educadores, que poderão acessar materiais extras e exclusivos. “Desenvolver habilidades socioemocionais também é essencial para uma geração que está imersa nas redes sociais. O autoconhecimento e o pensamento crítico, por exemplo, nos ajudam a diferenciar aquilo que vemos nas redes, que pode ser real ou irreal”, complementou a especialista.

Para encerrar a campanha, no dia 26 de setembro acontecerá o Encontro com Especialista LIV, evento virtual promovido mensalmente pelo programa socioemocional. A convidada do evento será Thauane Rocha,  pedagoga, cientista social e consultora pedagógica do LIV, que vai falar sobre os caminhos para um uso equilibrado do mundo virtual.

Confira um resumo dos materiais disponibilizados pelo Setembro Amarelo do LIV em 2024

Em um dos vídeos disponíveis no material, o pediatra Daniel Becker pondera que o uso de telas não é, por si só, um vilão. A tecnologia pode ser uma ferramenta para ajudar no desenvolvimento e aprendizado, o problema está no exagero. Segundo ele, o uso desmedido de telas pode causar danos irreversíveis para o desenvolvimento de capacidades físicas e emocionais.

“Até o advento da internet e das telas clicáveis, sabíamos brincar, ler, assistir filmes, passear na rua, conversar longamente. Parecemos estar, gradualmente, perdendo essas habilidades. Eu comparo com a urgência climática. Se não mudarmos o caminho, estamos indo para um desastre ecológico, e para uma mudança cerebral que não tem precedentes”, afirmou o pediatra.

O material também discute como crianças e adolescentes estão lidando com o próprio corpo. O ideal de perfeição buscado nas redes sociais tem feito muitos se esconderem, deixarem de ir à praia de biquíni, por exemplo. Além disso, a trilha de aprendizagem também questiona se estamos privando as crianças e jovens, dedicados a horas diante das telas, de experiências sensoriais importantes para a vida.

Para ampliar o diálogo em torno desse tema, o LIV trouxe um depoimento que a velejadora e escritora Tamara Klink, que acaba de passar o inverno sozinha na Groelândia, deu ao videocast “Sinto Que Lá Vem História”. No episódio, ela conta que, durante a infância, ela vivia com um pé quebrado, um dedo machucado, e refletiu que a liberdade que tinha para experimentar seu corpo, quando criança, foi importante para que ela aprendesse a lidar com desafios.

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