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O diretor do Sistema de Ensino pH, Cláudio Falcão, divide um pouco da sua experiência com a implementação do Novo Ensino Médio

O Novo Ensino Médio começa a ser implementado nas escolas públicas e privadas de todo o país em 2022. Entre as principais mudanças estão o aumento da carga horária dos estudantes, a adoção de uma base comum curricular e a escolha dos itinerários formativos por parte do aluno. No geral, o que deverá mudar significativamente é a questão de passar a ter um currículo rígido e um currículo flexível.

Apesar de o prazo para implementação do Novo Ensino Médio estar marcado para 2022, o Sistema de Ensino pH se antecipou e colocou em prática as alterações no currículo já neste ano. Em 2022, todas as escolas parceiras do pH apenas darão seguimento a esse novo contexto. De acordo com o diretor do Sistema de Ensino pH, Cláudio Falcão, para o professor, na prática, a principal mudança será uma ruptura; entender que aquilo que sempre foi feito agora mudou.

“Há, dentro da reforma, uma formação geral básica que é comum a todos os alunos, mas há também um espaço por meio dos Itinerários e de matérias eletivas para que os jovens possam construir seu programa de estudos de acordo com seus desejos, interesses e seu projeto de vida, dando principalmente mais significado ao saber”, pontuou o diretor do Sistema de Ensino pH.

Isso significa, na prática, para os alunos, poder ampliar e aprofundar seus conhecimentos dentro dos itinerários, mas seguindo a área que ele deseja cursar no futuro universitário, ou mesmo em outras carreiras. Para o educador, há uma necessidade de renovar a forma de dar aula, devendo piorizar os conteúdos que tenham significado comum ao cotidiano, à vida. Ou seja, que o saber tenha um sentido real.

Como os educadores devem se preparar para as mudanças?

O primeiro passo para absorver a mudança, de acordo com Falcão, é a necessidade de um conhecimento sobre a própria reforma e sobre a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) de cada área. “Aliás, a BNCC do Ensino Médio é bem diferente da BNCC dos outros segmentos. Ela é mais ampla, no sentido de que ela trabalha com habilidades, competências”, alertou. O outro passo é ter, provavelmente, que abandonar uma tradição curricular.

“Os professores e os educadores de uma maneira geral têm que entender que ao longo do tempo se criou uma tradição curricular, com determinados conteúdos, determinados objetos de conhecimentos que eram trabalhados, que sempre foram trabalhados, e que talvez hoje não faça sentido”, explicou Cláudio Falcão, explicando que no Sistema de Ensino pH há um programa de formação de professores da SOMOS, com uma série de cursos disponibilizados para todos os professores da rede pH.

Além desses cursos, todos certificados, que falam da BNCC de todos os segmentos — inclusive da BNCC do Ensino Médio e da reforma –, o Sistema de Ensino pH conta com um time de assessoria pedagógica presente nas escolas, dando formação, explicando sobre o novo currículo e sobre a legislação.

“Temos, ainda, uma série de webnários e de vídeos que foram gravados orientando sobre os Itinerários Formativos. Então, nossos professores estão tendo acesso a essa formação com a possibilidade de contato com os próprios autores que construíram o material do Sistema, para poder orientar e ajudar nessa transformação!, disse o diretor.

Os desafios que acompanham as mudanças no ensino médio

Além da questão da tradição curricular, Cláudio Falcão destaca como outro desafio de toda essa mudaça a comunicação para que toda a comunidade escolar entenda a reforma. Tanto para pais quanto para alunos. “Os pais foram preparados e estudaram no modelo atual. Então, é importante mostrar para eles o que essa reforma propõe”, disse.

Falcão ressalta que é importante comunicar aos pais que um dos elementos fundamentais da reforma é o protagonismo do aluno e incentivar essa possibilidade de escolha no seu processo educacional. Junto aos alunos, considera fundamental apresentar àqueles que estão no 9º ano, que ainda vão entrar no Ensino Médio, quais são os itinerários, o que vão trabalhar, como que funciona.

“Talvez nos próximos quatro ou cinco anos as escolas tenham um esforço exaustivo de comunicação para esses grupos sobre como é esse novo modelo, qual foi a escolha da escola, porquê a escola está oferecendo esse ou aquele itinerário, como os alunos podem mudar de itinerário, como orientar os alunos sobre a escolha desse itinerário”, analisou o educador.

A dica básica de Falcão para as escolas que estão trabalhando na implementação do Novo Ensino Médio é treinar os professores, formar grupos de estudo para entender a reforma e como caminhar com a reforma. “É importante ler os documentos oficiais para poder identificar nas propostas que estão aí no mercado o que é ou não é real”, destacou, ressaltando que as escolas que não fizerem essa transição correm risco de ficar fora da legislação e podem ter problema com as fiscalizações.

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