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Conheça os pontos positivos e negativos do novo ensino médio em 2023 apontados por profissionais da educação

O último ano foi de muitas mudanças para estudantes de todo o Brasil. Retorno presencial pós-pandemia, além das alterações na lei que levaram as instituições de ensino a mudarem a estrutura curricular. Uma delas e a mais emblemática foi a do Novo Ensino Médio, que foi dividido de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), incluindo Itinerários Formativos (Trilhas de Aprendizagem) escolhidos pelos próprios alunos.

Após esse período, as perguntas que ficam são: como as mudanças foram recebidas pelos alunos? Como isso impactou o setor e o que vem por aí em 2023? Reunimos professores do Rio de Janeiro e de São Paulo que fizeram um balanço de 2022 para traçar expectativas para  o novo ensino médio em 2023.

Andrea Lucena, diretora pedagógica do Colégio Marília Mattoso, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, vê com bons olhos esse primeiro ano do Novo Ensino Médio: “Foi muito positivo, trabalhamos com Itinerários fixos e muitos projetos. Os alunos foram avaliados pela participação e houve muito engajamento de toda a comunidade escolar”.

Em Campos dos Goytacazes, também no Estado do Rio de Janeiro, Betina Muylaert de Carvalho Britto, vice-diretora pedagógica do Colégio Centro de Estudos, também considera que o saldo foi positivo do Novo Ensino Médio: “Acreditamos que o Novo Ensino Médio chegou para consolidar o conteúdo e a aprendizagem de forma significativa, aprofundando as áreas de conhecimento escolhidas pelos alunos, sendo extremamente positivo para o desenvolvimento das habilidades e competências como um todo”.

Além dos desafios pedagógicos, professores e alunos tiveram que lidar com o retorno às aulas presenciais. Andrea Lucena, do Colégio Marília Mattoso, relembra esse período e toda a ansiedade envolvida: “Foi um ano complicado e trabalhoso em que tivemos um resgate dos alunos ao estudo. Muitos descomprometidos, foi desgastante e desafiador, mas com paciência, acolhimento e olhar individualizado, fomos rompendo barreiras. Além disso, houve muita conversa com os pais, afinal eles são termômetro e referência. A parceria é primordial”.

Em São Paulo, no Colégio Anglo Leonardo da Vinci, o professor Marco Antônio Xavier Coordenador do Ensino Médio da escola faz coro às palavras de Andrea e diz que o retorno foi ainda mais difícil do que imaginavam.

“Se eu pudesse resumir 2022, eu diria desafiador. O retorno a sala de aula foi marcado por uma mistura de alívio, euforia e ansiedade. Apesar de toda a preparação para o retorno, a realidade que encontramos superou as expectativas. Muitas crianças e jovens emocionalmente fragilizados, inseguros e em alguns casos, agressivos com colegas e professores. A parceria da escola com a família precisou ser reinventada e precisamos deixar ainda mais claro o papel de cada um na educação dos pequenos”, detalhou Marco Antônio.

O educador ainda listou alguns dos desafios enfrentados: “A escola precisou repensar algumas práticas. O longo período de afastamento da escola, afetou a capacidade de concentração das crianças e jovens e afetou a organização e a disciplina de estudos. O celular virou vício e motivo de dependência psicológica e emocional extrema, e se tornou tema de reuniões e debates acalorados do corpo pedagógico. Em relação aos conteúdos escolares, o colégio precisou ter a sabedoria de repensar e corrigir rotas continuamente. A missão foi recuperar conteúdos não fixados durante a pandemia e avançar com aqueles previstos atualmente”

Expectativa, esperança, empatia, comprometimento e inclusão em pauta

Se 2022 foi um ano de insegurança, 2023 chega com muita expectativa e esperança para o corpo docente de escolas de todo o Brasil. Projetos novos, comprometimento e foco em resultados, tem norteado os colégios.

“Teremos novos Itinerários e novidades como Matemática Financeira, Empreendedorismo e Educação Étnico-racial. Além disso, continuaremos com os projetos que deram certo, como Economia, Sustentabilidade, Projeto de Vida e muito mais. Acredito que seja um ano promissor”, apostou Andrea Lucena, do Colégio Marília Mattoso.

Betina, do Colégio Centro de Estudos, também acredita em resultados significativos neste ano: “Em 2023, teremos um novo espaço totalmente focado no segmento do Ensino Médio com conteúdo robusto, aprendizagem significativa e foco na conquista dos sonhos e nos nossos alunos”.

Já o professor Marco Antônio Xavier, do Colégio Anglo Leonardo da Vinci, reforçou a importância da continuidade e na diminuição dos gaps curriculares para 2023.

“Temos muitos e novos desafios! Precisamos avançar nos conteúdos existentes, diminuir as lacunas de aprendizagem, consolidar o Novo Ensino Médio e trazer definitivamente para a prática da escola os itinerários formativos e outros métodos disruptivos da educação tradicional. A escola nunca precisou ser tão humana, tão empática na sua missão. Conseguimos trazer os alunos de volta para a sala de aula em 2022, agora temos certeza de que em 2023 vamos fazer ainda melhor”, prevê.

Com um olhar amplo e apurado, Volmar Barbosa de Souza, diretor-geral da Rede Marília Mattoso, deseja uma participação ainda maior dos pais nas aulas dos filhos e no conteúdo didático. Para ele, essa pode ser a chave para uma educação assertiva e boa para todos. E isso deve acontecer antes mesmo da escolha da escola da criança.

“Ao buscarem escolas para os filhos, os pais devem demonstrar interesse por conhecer as trilhas formativas escolhidas pela instituição para o Ensino Médio, mesmo que a criança ainda esteja distante dessa realidade. Tal interesse auxiliará as famílias a conhecerem com mais clareza os objetivos pedagógicos dos colégios e as escolhas feitas para alcançarem tal objetivo”, alertou o diretor.

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