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O educador universitário e Assessor Especial da Presidência da FOA,_ Alessandro Orofino, fala neste artigo da necessidade de criar novas conexões entre professor e aluno na era digital

Alessandro Orofino de Araújo*

Com o advento avassalador da internet e dos mecanismos que envolvem o impacto de todas as novas tecnologias e os cenários futuros que vão desde aspectos da Inteligência Artificial e avanços que ainda estão dando apenas o vislumbre, cabe às IES e seus gestores se questionarem que tipo de competências, habilidades e atitudes se pensa para seus professores, que além de se adaptarem na lida digital, terão que se alinhar, a distância ou presencial, com a presença de um discente que já vem todos os maneirismos, percepções e comportamentos de uma era nova, onde informação, conhecimento e conteúdos se misturam em todas as mídias e com todas as facilidades possíveis e inimagináveis de acesso… estes dois mundos, portanto, se encontram em sala de aula, em tablets ou qualquer outra plataforma de ensino.

Evidente que percebo um esforço enorme de muitas IES, em suas estratégias de treinamento e desenvolvimento, seja no início do semestre ou algum encontro furtivo ao longo das semanas ou até mesmo um encontro acadêmico para este fim, de cada vez mais estimular a capacitação digital, o estímulo a fomentar a aprendizagem em novas aspectos que fazem sentido a este desafiante mundo novo, o uso melhor de novas tecnologias como o podcasts, uma forma de se olhar melhor para a câmera ou um melhor estilo do zoom e da interação junto aos alunos e até demais colegas professores.

Neste sentido, principalmente, o uso de  metodologias ativas que fazem sentido – isto mesmo, sentido – e que possam, naturalmente serem aplicadas, seja na educação a distância, quanto no presencial, porque é evidente que o desafio está em ambos os locais: se no presencial, o discente é algumas vezes furtivo, desinteressado e até mesmo distante e que cabe ao Professor atrair de forma interessante e criar elos de ensino-aprendizado coerentes, no digital, o caminho ainda é maior, pois é uma realidade aberta, fluida, solta, longe e ao mesmo tempo perto, de silêncios virtuais, ausências na tela e no falar comedido e o relato, dependendo do momento, dos famosos ´problemas de conexão´ que decorre em muitos momentos desta relação.

Mas é justamente este ponto, este aspecto, esta circunstância que eu gostaria de avançar e provocar algumas reflexões. A palavra conexão. Entre as máquinas e bytes, entre a inteligência e a artificialidade, entre as plataformas e os vídeos, existem duas almas, duas consciências, uma de um lado com o desafio de transmissão, estímulo e provocação e o outro lado, inundado que está de estímulos, desejos, inquietudes, confusões e facilidades. Como criar novas conexões entre o professor e o aluno? Talvez, e assustadoramente talvez, a questão seja de estimular a humanização entre as partes, criando elo, a cola, o design de conexões entre ambos.

A proposta é um workshop puramente vivencial, com slides os mais leves possíveis, abordando temas como inteligência emocional, saúde mental, espiritualidade engajada, comunicação não-violenta, gestão do afeto e inteligência do coração, além de abrir o encontro abordando os desafios da gestão universitária atual, no Brasil e no Mundo. Ora, comentar sobre inteligência emocional e sua relação com a saúde mental do professor não é novidade. O que se propõe é avançar a temática com conceitos e aprofundamentos em conceitos de qualidade de vida interior, passando por aspectos de uma espiritualidade não dogmática, comentando sobre o afeto entre as pessoas, a maneira como comunicamos e os estudos sobre a inteligência do coração, algo que une a neurociência, biologia e comportamento.

Para tanto, no olhar estratégico da IES, o necessário movimento para reconfigurar o RH para uma área de inteligência em desenvolvimento de pessoas, em um nível que complemente as práticas e os estudos do ponto de vista tecnológico. Dentro das modalidades de uma capacitação específica, que irá adentrar para uma área que irá avançar para a tecnologia humana, a tecnologia das relações. O facilitador ou os facilitadores dentre deste contexto devem ter preparo para esmiuçar questões de temas que não são tão – ainda naturalmente falados – ou comentado na gestão universitária no seu dia a dia. Percebe-se igualmente na necessidade de um bom balanceamento entre teoria e práticas, mas focado as práticas e as reflexões.

Da pandemia para cá, sempre no presencial e algumas palestras virtuais sobre o tema, sempre procurei seguir os conteúdos apresentados neste artigo, com anuência top-down, com autorização da direção da IES e da reitoria, para que criar uma nova cultura voltada a estas dimensões. A sugestão que deixo aqui também é a criação de uma curadoria e uma exemplificação desses resultados, para que ocorram debates e contínuos insights sobre os procedimentos adotados pelos professores e os impactos sobre os alunos, independente dos cursos das graduações e até mesmo da modalidade de ensino que estão sendo ofertados.

Enfim, devemos humanizar o ser humano para potencializar o que existe de melhor nele. Ao mesmo tempo, este movimento inspira o retorno as origens de um tempo que não existia nem sala de aula, a relação entre mestre e aprendizes era ao ar livre, ou em paredes quentes ou úmidas. A saída de um futuro melhor na relação da educação no século 21 será, e muito provável que será, um aprender do passado, um resgate da essência que nos faz ser quem somos, nossa singela humanidade.

*Educador universitário e Assessor Especial da Presidência da FOA – Fundação Oswaldo Aranha, mantenedora da UniFOA – Centro Universitário Volta Redonda

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