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Neste artigo exclusivo, Ana Antonio, head de Produto e MKT do Edify Education, analisa as tendências do SXSW 2025 e destaca como curiosidade, experimentação e dados moldam o novo cenário da educação e do trabalho

Ana Antonio*

Este ano, pela primeira vez, tive a oportunidade de participar dos dois eventos que movimentam Austin, nos EUA, e ditam tendências para o futuro: o SXSW EDU e o SXSW Conference. Em um mundo onde conectar os pontos é mais relevante do que apenas consumir informação, alguns temas me impactaram e, sem dúvida, moldarão os mercados nos próximos anos.

Pilares da inovação: da sobrecarga de opções à curadoria inteligente

Um conceito que permeou diversas discussões na Conference foi a personalização. Em tempos de inteligência artificial (IA) e excesso de conteúdo, a curadoria se torna protagonista. A capacidade de filtrar e entregar o que realmente importa para cada usuário é hoje um diferencial competitivo em setores como e-commerce, entretenimento e educação.

Scott Galloway destacou em sua palestra que a IA não apenas ampliará nossas escolhas, mas atuará como um especialista, reduzindo a complexidade e tornando as decisões mais precisas. Ele citou exemplos que já demonstram esse movimento:

  • TikTok: a plataforma “sabe” o que queremos consumir antes mesmo de percebermos, eliminando a necessidade de escolhas manuais.
  • Lululemon: especialistas em moda selecionam três opções de leggings para o cliente, reduzindo a sobrecarga decisória.
  • Compra de carros: no futuro, a IA não apenas sugerirá modelos, mas fará recomendações precisas com base em nosso histórico de consumo, padrões de direção e condição financeira.

No entretenimento, essa revolução já está em curso. No painel sobre k-content e o futuro do setor, discutiu-se como a IA está transformando a interação com personagens e permitindo experiências mais imersivas. Não se trata apenas de assistir, mas de participar ativamente da narrativa.

Entretanto, senti falta de debates mais profundos sobre o impacto da IA na personalização do ensino. Apesar do tema ter sido mencionado, carecemos de exemplos concretos de como essas tecnologias podem revolucionar a educação. Isso nos leva a uma questão essencial: como o setor educacional pode se inspirar em outras indústrias para oferecer experiências de aprendizagem mais personalizadas e eficazes?

Curiosidade maior que certeza: o futuro da educação e do trabalho

Outra discussão fundamental nos dois eventos foi sobre as habilidades essenciais para um mundo moldado pela IA. Duas palestras ilustram bem essa tendência:

  • Tiny Experiments, de Anne-Laure Le Cunff: em um mundo de constantes mudanças, a curiosidade se torna mais importante que a certeza. Le Cunff defendeu que um sistema educacional focado na memorização deve dar lugar a um modelo que estimule o pensamento crítico e a experimentação contínua.
  • Know-it-Alls vs. Learn-it-Alls, de Mike Bechtel: com a IA processando dados mais rápido do que qualquer humano, o diferencial estará na capacidade de aprender, conectar conhecimentos de diferentes áreas e testar novas possibilidades.

O ponto central dessas discussões é a substituição da mentalidade de certeza pela de curiosidade. O sucesso não virá de respostas prontas, mas da habilidade de formular boas perguntas e testar soluções inovadoras.

O equilíbrio entre tecnologia e criatividade

A personalização e a experimentação mostram que o futuro será moldado por experiências mais relevantes e por uma mentalidade aberta ao aprendizado contínuo. Tanto na educação quanto nos negócios, a vantagem competitiva estará na interseção entre dados e empatia, tecnologia e criatividade, planejamento e adaptação.

O SXSW EDU e o SXSW deixaram claro que não basta consumir conteúdo passivamente. Precisamos conectar ideias, testar hipóteses e estar dispostos a aprender sempre. E você, como está se preparando para esse futuro?

***Head de Produto e Marketing do **Edify Education

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