Edtech é uma startup — empresas comumente do ramo da tecnologia — responsável por desenvolver soluções inovadoras para o segmento educacional
Edtech é um acrônimo — abreviação e junção, das palavras em inglês “education” e “technology” (tecnologia educacional). Trata-se de uma das partes das várias segmentações das startups. Assim como existem as agrotechs (para o agronegócio), fintechs (para o sistema bancário/financeiro), healthtechs (saúde), existem as edtechs.
Por definição, é “o uso da tecnologia sob a forma de produtos, aplicativos e ferramentas para melhorar a aprendizagem”. E são tantas as novidades no mundo da educação e da tecnologia que podem ser utilizadas no processo de educação e treinamento — desde o uso de realidade virtual, automação de inteligência artificial até a gamificação.
“No atual contexto, com e pós-Covid-19, as edtechs desempenham um importante papel: ser o elo transformador que auxiliará a comunidade educacional, seja de forma presencial, seja na educação a distância ou, ainda, em modelos de ensino híbridos, concomitantemente presenciais e virtuais”, explicou Thiago Chaer, CEO e cofundador da Future Education, primeira aceleradora exclusivamente de edtechs no Brasil.
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Chaer ainda pontuou que, apesar de associadas ao ensino e aprendizagem, as edtechs podem atuar em outras áreas que contemplam a Educação. De acordo com o especialista, as edtechs também são responsáveis por desenvolver soluções para os setores de administração e operações em geral, na relação entre pais, alunos e professores, nos produtos e serviços oferecidos por escolas e instituições de ensino.
“Para as escolas e instituições de ensino superior, as edtechs têm o potencial para transformar o modelo mental atual e as premissas educacionais ainda distanciadas das realidades sociais, culturais, de tecnologia e do próprio conhecimento preestabelecido. Resumidamente, uma edtech pode desenvolver e acelerar uma série de processos para a resolução dos mais variados e complexos problemas enfrentados pelas escolas, instituições de ensino e por toda a cadeia do sistema educacional”, disse o CEO da Future Education.
O cenário mundial é promissor para as edtechs. Especialmente com a pandemia do novo coronavírus. De acordo com a Software & Information Industry Association (SIIA – Associação da Indústria de Software e Informação, em tradução livre), o mercado de edtechs nos EUA gira em torno de US$ 8,4 bilhões.
Outros países também registram bons investimentos na área. Reino Unido, China e Índia, sobretudo. Sendo que a China prevê quadruplicar o investimento em e-learning em breve. O banco inglês Ibis Capital, informou recentemente que o mercado global de edtechs deve crescer em torno de 17%, atingindo faturamento superior a US$ 252 bilhões até o fim de 2020.
O Brasil, é claro, acompanha essa tendência. Um recente levantamento desse ecossistema (de outubro de 2019) revelou que existe, no país, 449 edtechs. O faturamento das startups brasileiras de tecnologia educacional também tem crescido anualmente. Em alguns casos (20% delas), quintuplicado.
Do total das edtechs, nos últimos anos, 50% têm se mantido, apesar da crise. A taxa de mortalidade anual no Brasil das startups de tecnologias em educação é de aproximadamente 20%. Uma startup iniciante fatura, hoje, entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão.
O surgimento deste mundo de educação e aprendizagem de nova era teve seu início como grande negócio em 2015. Nesse ano, o LinkedIn adquiriu a Lynda — empresa americana de educação online baseada na Califórnia que oferece cursos em vídeo para habilidades de software, criativas e empresariais, em inglês, francês, alemão e espanhol.
Na ocasião, a aquisição movimentou US$ 1,5 bilhão — recorde até hoje. E o mercado deverá atingir US$ 252 bilhões em investimentos, globalmente, até 2020. A previsão foi feita por especialistas americanos.