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Especialistas em tecnlogia educacional trazem insights sobre como o uso de dados pode mudar as formas da aprendizagem no Brasil

No Censo de Educação Superior 2020, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), pela primeira vez o EAD recebeu mais alunos novos do que os cursos presenciais no país. Ainda que esse cenário tenha sido influenciado pela pandemia de covid-19, mostra um movimento que já vem ganhando força há algum tempo de migração para o digital.

“O mundo tem passado por muitas transformações tecnológicas, e uma das áreas que se beneficiou desse cenário foi a educação”, pontuou Mateus Magno, CEO da Sambatech, edtech que desenvolve soluções para auxiliar empresas e instituições de ensino a fazer com que os seus materiais cheguem ao seu público-alvo — alunos e funcionários — com qualidade, estabilidade, interatividade e segurança.

Porém, quando as pessoas pensam em ensino a distância, é comum que ainda imaginem aulas prontas em vídeos e materiais em arquivos gigantescos. Mas, hoje em dia, já existem outros métodos e ferramentas de aprendizagem, como jogos, animações e podcasts.

“Para que o setor consiga evoluir, é essencial que as jornadas e os modelos de aprendizado sejam revisitados para que fiquem mais atrativos e engajem efetivamente os estudantes, principalmente ao levar em consideração que as novas gerações têm uma relação bem diferente com a maneira de aprender e também com a tecnologia”, disse Magno.

Muitas soluções de edtechs já estão voltadas para o uso de dados na educação

Segundo o relatório “Emprego dos Sonhos?”, apresentado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) durante o Fórum Econômico Mundial, hoje em dia os jovens passam mais tempo se dedicando aos estudos do que as gerações anteriores. Mas ainda assim, têm dificuldade para encontrar emprego e administrar aquilo que aprenderam na escola com o que é demandado no ambiente profissional.

Isso mostra que ainda existem lacunas no ensino que precisam ser preenchidas. Para Samir Iásbeck, CEO e fundador da Qranio, plataforma mobile de aprendizagem que usa a gamificação para estimular os usuários a se envolverem com conteúdos educacionais em todos os momentos, estamos vivendo um momento de virada de chave no setor da educação.

“As instituições precisam rever suas metodologias, focando em se reinventar e atualizar para conseguir atender as demandas das novas gerações. Não podemos nos enganar pensando que o que funcionou até o momento também fará sentido para quem está ingressando nos estudos e no mercado agora”, reforçou Iásbeck.

Nesse sentido, já é possível observar um movimento protagonizado pelas edtechs de tentar oferecer o que está faltando no segmento, buscando entender de fato o que cada aluno precisa e aplicando tecnologias voltadas para a captação, leitura, monitoramento e uso de dados, como Big Data, para mudar a forma como eles se relacionam com a aprendizagem.

“A tecnologia sempre esteve muito à frente da educação, mas, após a pandemia, fomos obrigados a utilizá-la para ter possibilidade de continuar a transmissão de conhecimento no setor educacional. Agora, com a crise sanitária administrada, vamos conseguir reduzir essa distância e utilizar a tecnologia mais moderna em prol da educação. E as startups estão atentas a isso, procurando formas de ajudar a solucionar problemas cotidianos dos alunos e trazer mais agilidade e inovação para os estudos”, explicou o CEO da Qranio.

Um levantamento da MarketWatch aponta que até 2024 a indústria de softwares de adaptive learning terá um faturamento global de US$ 586,7 milhões, valor significativamente maior do que os US$ 362,9 milhões registrados em 2019. Com a adoção dessa e de outras ferramentas e soluções para o uso de dados na educação, é possível compreender de maneira aprofundada as particularidades de cada estudante para conseguir aplicar um aprendizado mais personalizado. Isso tudo combinado melhora o engajamento e ajuda a combater a evasão escolar.

“De agora em diante, podemos esperar uma transformação cada vez mais intensa na forma como se aprende no Brasil, o que deve facilitar as jornadas de ensino e trazer ainda mais efetividade para um setor tão importante”, frisou Mateus Magno.

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