Por que o setor de educação pública e privada importaram o conceito corporativo de liderança? Entenda nesta matéria e no nosso Web Stories Especial sobre ‘Liderança educacional’
O ecossistema escolar é tão complexo quanto uma grande corporação. Há desafios enormes a serem superados diariamente, e sem líderes capazes de engajar e motivar não alcança seu propósito – o resultado da “corporação escola” é o aprendizado dos alunos. Para fazer com que esses objetivos sejam atingidos ano após ano, é necessária a presença de gestores capazes de implementar ações direcionadas para esse foco, agindo como verdadeiros líderes.
A concepção de que a liderança é primordial no ambiente da administração escolar começou a tomar corpo na segunda metade da década de 1990, com a universalização do ensino público. A formação e a atuação de líderes, até então restritas aos ambientes empresariais, foram adotadas pela Educação e passaram a ser palavra de ordem na gestão educacional.
“Nos últimos 25 anos, trabalhando com o desenvolvimento de líderes em empresas de vários setores, vi que a capacidade de liderar não só move as empresas, mas também pode mover as escolas no rumo da evolução e da performance dos seus alunos”, afirmou Constanza Hummel, facilitadora e sócia-fundadora da Building 8 – uma consultoria de desenvolvimento humano com foco em experiências de aprendizagem corporativa –, além de titular da Coluna Educação Corporativa, aqui no portal educador21.
A especialista afirma que, assim como no mundo corporativo, uma cultura de liderança bem estruturada cria um ambiente escolar mais positivo e inovador. Quando os educadores estão bem alinhados, os alunos sentem na pele essa mudança. E passam a ter um ensino mais coerente, dinâmico e personalizado, porque os professores estão mais engajados, mais preparados. O que reflete diretamente no desempenho, mas vai além: a liderança modela comportamentos.
“Os alunos aprendem a ser mais responsáveis, a trabalhar em equipe, e se inspiram em quem está liderando. Assim, passa-se a não só formar bons alunos, mas futuros líderes que vão levar essas lições para o resto de suas vidas”, disse Constanza Hummel, que é a nossa consultora no Web Stories Especial “Liderança educacional”, que será publicado durante todos os sábados de outubro pelo educador21, como um presente pelo Dia dos Professores.
Dessa forma, nossos leitores terão a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre o tema. O Web Stories Especial “Liderança educacional” está dividido em quatro episódios:
- O que é liderança?
- O líder na escola
- Tipos de liderança educacional
- Como preparar líderes
O episódio “O que é liderança?” estará disponível nos stories do nosso perfil oficial Instagram, por 24 horas, no primeiro sábado do mês, dia 5. Depois disso, basta buscá-lo nos highlights na rede social, ou acompanhar por aqui mesmo no portal, na página de Web Stories.
Qual é o papel do líder na Educação?
O papel de um líder numa escola é crucial para criar um espaço de aprendizagem contínua para o time e os professores. Com as mudanças tecnológicas e sociais atuais, uma liderança forte ajuda a escola a se adaptar e inovar constantemente, e a manter a cultura desejada entre professores e funcionários – o que impacta diretamente o dia a dia de todos que vivem nessa comunidade.
De acordo com Constanza Hummel, um líder hoje precisa ser um verdadeiro “malabarista”. “Ele tem que ser flexível, estar sempre aberto ao diálogo, saber trabalhar em equipe e manter o foco nos objetivos da organização”, explicou a especialista. Na escola, isso aparece de várias formas. Um bom líder incentiva o feedback constante, o que é essencial para manter a equipe motivada e seguindo no rumo correto. Além disso, tem que fomentar a inovação, seja na forma de aprender ou nas dinâmicas com a comunidade escolar.
Ele também precisa ter uma visão de futuro, antecipar os desafios e preparar o terreno para que a escola avance, além de cuidar do desenvolvimento individual de cada um dos professores e funcionários. E, claro, ser um facilitador. “Costumo reforçar que liderar não é controlar, mas abrir caminhos para que cada um do time dê o seu melhor. Isso se reflete quando o líder deixa os professores à vontade para inovar e se desenvolver, criando um espaço para o crescimento de todos”, resumiu Constanza.
É possível que educadores aprendam a liderar
Com o cuidado e a capacitação correta, tanto gestores quanto educadores podem aprender a liderar – comunicar bem, ouvir ativamente, ter empatia, resolver conflitos, trabalhar e crescer em time e tomar decisões assertivas. Esses são pilares que podem ser desenvolvidos com o tempo. Os resultados são visíveis tanto em empresas quanto em escolas.
Quando uma escola investe no desenvolvimento da liderança, todo mundo ganha, na avaliação de Constanza Hummel. A escola se torna um lugar mais colaborativo, onde os professores sentem que fazem parte de algo maior, algo transformador. Eles ficam mais motivados, e isso reflete diretamente no desempenho dos alunos. “Eu vejo isso na prática. O ambiente fica mais saudável, mais leve, mais produtivo. Quando não há esse investimento, a coisa desanda. Falta de coesão, baixa motivação e, o pior, estagnação”, compartilhou a especialista.
Ainda segundo a CEO da Building 8, sem liderança, não há inovação, e isso acaba travando o desenvolvimento não só dos professores, mas dos próprios alunos. Outro ponto destacado por Constanza é a dificuldade em gerenciar conflitos. “Eu vejo muito esse papel no educador que é líder de verdade. No ambiente, temos conflitos dentro e fora da sala de aula, e as habilidades de liderança apoiam demais o profissional de educação a lidar com isso”, disse.