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A psicóloga Ana Palmeirão, da Escola Eleva, faz uma série de alertas e dá algumas orientações sobre os cuidados com a criação digital dos jovens

Ana Palmeirão*

O impacto das redes sociais em nossas vidas é inegável e vem cativando usuários cada vez mais jovens. Com o poder de capturar imagens, áudios e vídeos em tempo real e na palma das mãos, vemos crianças tendo acesso a conteúdos até então restritos, inadequados à idade e imersas em culturas muitas vezes negativas, porém camufladas em conteúdos bastante atraentes. Muito deste impacto cultural reverbera no intenso convívio social que o ambiente escolar proporciona, onde os recreios passam a ser um palco para a reprodução das novas modas e costumes coletivos preocupantes e muitas vezes desconhecidos pelas famílias.

Ano passado, alertamos sobre os grandes impactos dos animes, e em especial o Naruto, e hoje partilhamos o alerta sobre o novo personagem que vem gerando inquietação entre as crianças. Hugg Wuggy é um personagem de videogame de terror e que teve grande repercussão por sua constante aparição nas redes sociais. O jogo foi lançado dia 12 de outubro de 2021 por uma grande produtora de games e desde então virou uma trend entre os jovens, ganhando também versões de brinquedos em pelúcias e posts virais na internet.

A história do game se passa em uma fábrica de brinquedos abandonada chamada Poopy Play Co, onde o brinquedo Hugg Wugg passou por uma experiência científica que o programou para matar e se juntar com outros brinquedos para se vingar por meio de extrema violência por terem sido esquecidos neste espaço. Este jogo traz cenas recorrentes de morte e choca ao mostrar o “fofo ursinho de pelúcia” enganando e abraçando crianças até a morte.

O fato de os personagens serem infantis e com temas norteadores da infância, além de estarem sendo produzidos brinquedos já disponíveis para compra, passa a ser comum a afinidade das crianças pelo o Hugg Wuggy. Na Escola Eleva já vemos os ursos de pelùcia em mochilas e falas representativas sobre a história do game, fato este que está trazendo extrema preocupação e a importante decisão da proibição dos brinquedos referentes a esse tema no dia a dia escolar.

Em média, a idade apropriada para esses jogos e desenhos é de 13 a 14 anos, mas, apesar dessa classificação, os conteúdos abordados no enredo são compatíveis com a maturidade cognitiva apenas de adolescentes maiores de 18 anos. O mesmo vale para redes sociais e sites como Tik Tok, Instagram, WhatsApp, YouTube, etc. Afinal, a faixa etária do aplicativo nem sempre é compatível com a faixa etária apropriada para o conteúdo postado.

Por isso, é imperativo que as famílias participem ativamente no processo de criação digital dos seus filhos, prezando por sua segurança, contra tendências que estimulam o consumo de conteúdo impróprio para menores. Contamos com a colaboração de cada um de vocês na parceria para consolidarmos o desenvolvimento socioemocional dos nossos futuros adultos saudáveis e preparados para este enorme mundo cada vez mais desafiador!

*Psicóloga da Escola Eleva

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