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Especialistas incentivam educadores no uso de ferramentas tecnológicas sem distinção no setor educacional

Fã de ficção científica e autora de livros sobre robôs e a evolução da inteligência artificial (IA), Martha Gabriel falou, para um auditório lotado no fim do segundo dia de Bett Brasil, sobre os impactos da IA na educação. A palestrante brincou com o fato de haver, basicamente, duas “defesas” com base cinematográfica para essa questão: a turma do lado do “Exterminador do futuro” e quem acredita no “Homem bicentenário”.

A má — ou nem tanto — notícia nesse caso é que ambos os lados estão errados. Martha garantiu que a ciência ainda está bem longe desse estágio de desenvolvimento de IA, a chamada superinteligência. E enfatizou que é pouco provável que, quando chegarmos lá, os robôs ou andróides evoluídos queiram destruir a humanidades: “Eles vão nos achar insignificantes”, avisou.

Na opinião da especialista, a Educação precisa de novas regras e réguas para medir a nova realidade (que ela afirma ser “uma mentira combinada”). Só assim as competências podem ser ampliadas utilizando aquilo que a tecnologia faz. E disparou: “Uma pessoa mediana empoderada por tecnologia torna-se melhor que o maior expert humano trabalhando sem tecnologia”.

Entusiasta do uso de ferramentas tecnológicas, Martha Gabriel, com muito bom humor um sem-fim de informação sobre o assunto, afirmou que é muito importante estarmos preparados para a chegada da “Sociedade 5.0” — um conceito japonês que prevê uma sociedade fundamentalmente tecnológica, mas com as tecnologias centradas nos humanos. E avisa: “Para se manter relevante, tem que se fazer o que a tecnologia não faz”.

O professor sempre será insubstituível

Na terça-feira, dia 9, um painel especial realizado pela Microsoft, parceira global da Bett, reuniu especialistas para abordar o tema e as diversas formas de a Inteligência Artificial ser absorvida no currículo escolar. Na ocasião, os painelistas também deixaram claro que o professor não será substituído pela máquina.

“O professor tem o papel de educar com senso crítico, de analisar, fazer comparativos, utilizar atividades que mesclem ensino tradicional com tecnologia. O uso da Inteligência Artificial deve compor o ensino”, disse Silvia Scuracchio, diretora pedagógica e head de inovação da Escola Bosque.

Vera Cabral, diretora da Microsoft e moderadora do painel, foi taxativa: “A Inteligência Artificial é disruptiva, não permite mais que as coisas sejam feitas como antes. É preciso transformar. Não devemos ter medo, devemos transformar. Tecnologia não é inimiga, é aliada”.

Durante o painel “ChatGPT e Open AI – A transformação da Educação agora se impõe”, Silvia Scuracchio compartilhou alguns cases de sucesso da sua escola na utilização de tecnologia — inclusive IA em diferentes plataformas como programas de leitura avançada, treinador de discursos, fluência em leitura, gerador de imagens, entre outros.

“Temos várias soluções que deixam o aprendizado mais fluido, por exemplo, o Speaker Coach, que é um software de Inteligência Artificial que avalia entonação, ritmo, refinamento e dificuldade de palavras, contribuindo diretamente no aperfeiçoamento da escrita e da fala em público. Assim como as tecnologias facilitam o nosso dia a dia, elas podem facilitar também o ensino”, destacou a diretora da Escola Bosque.

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