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Programa ‘De Criança Para Criança’ oferece um leque de metodologias de educação híbrida e insere tecnologias na educação

Em abril, o “Todos pela Educação”, organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, não governamental, lançou a carta “Educação Já 2022”, que traz sugestões para a melhoria da educação básica brasileira. O documento destaca que a pandemia intensificou o debate sobre tecnologias na educação e impulsionou mudanças positivas na percepção dos professores sobre o potencial do seu uso na aprendizagem dos estudantes.

“Ações efetivas de superação das lacunas de aprendizagem, que antes da pandemia já tinham no uso das tecnologias um importante aliado, tornaram-se ainda mais relevantes. Para isso, porém, é urgente investir na inclusão digital no país, que ainda conta com milhões de estudantes sem acesso à conectividade e a dispositivos digitais”, pontua a carta.

Sabendo que a tecnologia e a inovação na maneira de ensinar e educar são de grande importância, foi criado o programa ‘De Criança Para Criança’ (DCPC). O método já ganhou reconhecimento internacional e conta com mais de 40 escolas parceiras, mais de 8 mil crianças envolvidas em mais de mil projetos. Agora será oferecido para o segmento público.

O programa busca revolucionar a educação colocando a criança como protagonista na hora de ensinar. É ela quem cria, desenha e realiza a locução das histórias do programa. Com isso, o projeto busca desenvolver habilidades do século 21, como liderança, cooperação e comunicação por meio do trabalho em equipe, além de objetivar que o aprendizado ultrapasse a fase escolar e contribua com as futuras profissões das crianças e a formação de cidadãos. A criança se identifica e a educação fica muito mais atrativa.

Recentemente, o ‘De Criança para Criança’ ganhou destaque em um estudo internacional realizado pelo site Hundred e pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que dá visibilidade e reconhece o diferencial de projetos educacionais e inovadores. A escolha é justificada pelo ‘De Criança para Criança’ requerer baixa conectividade e por estar baseado no interesse universal pela contação de histórias. Foram 701 inscrições de 47 países, entre elas mais de 100 iniciativas brasileiras, e apenas duas ganharam destaque entre os 15 selecionados — incluindo o ‘De Criança para Criança’.

Programa oferece leque de metodologias de educação híbrida

O programa ‘De Criança para Criança’ oferece um leque de metodologias de educação híbrida para escolas de todo o mundo. Tudo funciona no celular, tablet ou computador da escola. Nessa nova metodologia, o professor e o aluno estão em papéis diferentes, o professor deixa de ser o detentor do conhecimento e se torna um mediador, passando para as crianças, que deixam de receber o conteúdo passivamente e passam a criá-lo.

“Essa é uma mudança radical, tudo que foi criado, até agora, no universo infantil, foi criado por adultos. Quando criamos nossa plataforma que desenvolve metodologias inovadoras em educação, refletimos: vamos ver o que podemos fazer pela educação, e vamos fazer o melhor”, explicou o sócio e cofundador Gilberto Barroso.

de criança para criança

Método coloca os estudantes como protagonistas da educação (Divulgação)

O ‘De Criança Para Criança’ está 100% de acordo com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), abrangendo todas as competências, com foco na educação infantil e no ensino fundamental I e II. A iniciativa já produziu mais de mil animações a partir das histórias criadas por crianças, além de criar o EncicloKids, um espaço digital que separa por categorias (matemática, saúde, ciências, etc) os projetos realizados pelos alunos através da sua metodologia “Criando Juntos”.

“A ideia é que as crianças tenham a oportunidade de produzir conteúdos significativos, que sejam protagonistas, e que os professores ampliem e desenvolvam um novo papel na educação, o papel de provocador, de mentor. O professor cria uma história com os alunos, que irão desenhar os elementos que contêm essa história. Os alunos, então, gravam a história pelo celular, sob orientação do professor. Tanto os alunos quanto o professor, podem enviar pelo celular ou computador, todo esse material produzido, para a plataforma do DCPC, onde uma equipe de animadores irá desenvolver uma linda animação. Quando a criança passa a criar o conhecimento, o nível de retenção de conteúdo vai para 80%”, destacou Vitor Azambuja, sócio de Barroso.

Gamificação e protagonismo dos estudantes no programa

Se as crianças e adolescentes gostam tanto de jogos para se divertir, por que não levar isso para a sala de aula, como uma maneira de fazer com que os games sejam aliados nos processos de aprendizagem? Muitos são os desafios na educação e atualizações tecnológicas como essa são cada vez mais fundamentais. A gamificação já é uma das principais tendências, uma iniciativa que visa tornar o aprendizado mais leve, atual, dinâmico e divertido, segundo especialistas no assunto.

O método utilizado pelo DCPC coloca a criança no centro da aprendizagem e da criatividade, fazendo com que as disciplinas sejam transformadas em jogos e os professores sejam os mediadores desse processo. “O professor e os estudantes podem criar jogos com base em alguma matéria. Vão desenhar os componentes desse game, o professor vai passar um briefing para a nossa equipe e nós vamos desenvolver um jogo baseado na mecânica e na lógica do ensinamento, com os desenhos e as vozes, se tiver, daquela turma”, falou Vitor Azambuja.

Apesar de todas as distrações e desafios do momento, os jogos na educação estimulam a tomada de decisões rápidas, aumentam a percepção e desenvolvem a capacidade de calcular e gerenciar riscos, fortalecendo todo o processo de aprendizagem. “Qual o valor disso para a educação? É uma maneira de personalizar o ensino, afinal de contas cada aluno tem uma particularidade, cada um aprende de um jeito e em uma velocidade”, disse Barroso.

Do futuro para a escola, a proposta da startup é oferecer às crianças a oportunidade de serem protagonistas, colocando-as no centro da aprendizagem. Por meio de uma plataforma simples, os professores são orientados a serem mediadores, fazendo com que os próprios alunos desenvolvam conhecimento sobre temáticas diversas. A partir de discussões, constroem coletivamente histórias, fazem desenhos e gravam locuções relativas às narrativas criadas, que posteriormente serão transformadas em animações feitas pelo DCPC, expandindo os horizontes educacionais.

 

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