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Mercado educacional volta a ganhar novos alunos e já programa investimentos para 2023, segundo a pesquisa ‘Escolas Exponenciais’

Depois de atravessar uma crise e muitas incertezas deixadas pela pandemia, o mercado educacional vislumbra um novo período de crescimento a partir de 2023. Essa é uma das conclusões da pesquisa nacional “Escolas Exponenciais” realizada pelo Escolas Exponenciais, instituto líder em pesquisas educacionais e parceiro de apoio estratégico para a evolução das escolas.

A pesquisa identificou que as escolas estão otimistas com o ganho de alunos e já programam novos investimentos: 82% das unidades disseram que pretendem investir em melhorias até o fim do ano. Ainda assim, a taxa média de ocupação das salas de aula é de 66% da capacidade instalada nas escolas particulares. Esse número aponta que o setor privado, sem realizar novos investimentos, pode receber cerca de 3,7 milhões de alunos.

O levantamento mostra, ainda, que a situação financeira das famílias tem impactado menos as instituições de ensino particulares brasileiras. Em 2021, 56% delas relataram ter perdido alunos ao longo do ano por problemas financeiros dos pais. Em 2022, esse número caiu para 41%. Além disso, 64% das escolas responderam ter ganho alunos neste ano. Em 2021, apenas 31% tinham aumentado o número de matrículas.

Se por um lado os resultados são positivos, muitas escolas ainda encontram dificuldades. Os dados mostram que 19% das unidades pesquisadas estão com dificuldade em manter os salários dos funcionários em dia — no ano passado, eram 22%. A taxa média de inadimplência se manteve estável nos últimos dois anos, em 10%. Em 2021, o levantamento nacional do Instituto Escolas Exponenciais contou com mais de 500 escolas particulares, de 25 estados. Já este ano, foram 764 escolas, um aumento de 53% em relação ao ano anterior, em 276 cidades, nos mesmos 25 estados e 150 mil respondentes.

“A pesquisa traz para a escola a possibilidade de ouvir seu público e, assim, planejar novas estratégias. Essa escuta com as famílias permite às escolas entender onde precisam melhorar ou enxergar o que estão fazendo de forma acertada”, disse Kely Gouveia Teixeira, gerente na Escolas Exponenciais.

Fidelização continua sendo ponto forte, segundo a pesquisa ‘Escolas Exponenciais’

Os dados mostram que, na média, a fidelização dos pais continua semelhante ao ano de 2021, quando 81% deles não tinham a intenção de trocar os filhos de escola — a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Oito a cada dez pais não pensam em trocar os filhos de escola no próximo ano, conforme mostrou a pesquisa. Entre os motivos mais apontados para a satisfação com o colégio estão o cuidado da equipe com os filhos e a qualidade na formação acadêmica dos alunos.

Entre os 21% que pensam em trocar de escola, 10% disseram estar decididos com a mudança. Entre os motivos mais apontados para essa decisão, está a pouca abertura para o relacionamento com aqueles que atuam com seus filhos (16%), localização distante de onde moram (16%) e pouca divulgação das atividades pedagógicas desenvolvidas (15%). Entre os que ainda cogitam a mudança, 33% afirmaram que a troca ocorre por questões financeiras. Dentro desse grupo, 45% diz que vai procurar escolas com mensalidades mais baratas e 36% diz que ainda vai tentar negociar descontos com a unidade atual.

De acordo com a pesquisa, o índice de satisfação (NPS) dos pais com as escolas caiu em relação ao ano passado, chegando a 71 pontos contra 74 de 2021, porém, ainda é superior ao período pré-pandemia (64 pontos em 2018). Isso pode significar que os pais estão saindo das escolas também por problemas pedagógicos.

“Se o problema é de relacionamento ou no ensino, a escola precisa repensar a sua essência, o que está fazendo de errado com os alunos”, concluiu Fabrício de Paula Silva, pesquisador do Escolas Exponenciais e especialista em educação, ressaltando que a insatisfação de parte das famílias com o desenvolvimento pedagógico pode ser consequência da readaptação à rotina presencial após a pandemia.

“No ano passado, muitas escolas continuavam com o ensino remoto ou híbrido e isso impactava nas avaliações. As notas dos alunos estavam um pouco maquiadas, dados os limites existentes para a realização de avaliações à distância, com os instrumentos utilizados não necessariamente medindo de maneira precisa o aprendizado dos alunos”, disse o especialista.

 

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