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Desenvolver autoconhecimento e encontrar aptidões profissionais são dois dos objetivos do Projeto de Vida da BNCC

O projeto de vida na escola é uma das competências citadas na BNCC. Foi durante a realização dos seminários promovidos pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) que se estabeleceu como consenso a centralidade nos sujeitos da aprendizagem. É o projeto de vida na escola, segundo a BNCC, que engloba fatores desde o autoconhecimento até o desenvolvimento profissional. De acordo com os documentos introdutórios:

“Para atender às necessidades de formação geral, indispensáveis ao exercício da cidadania e à inserção no mundo do trabalho, e responder à diversidade de expectativas dos jovens quanto à sua formação, a escola que acolhe as juventudes tem de estar comprometida com a educação integral dos estudantes e com a construção de seu projeto de vida.”

“Assim, a BNCC propõe a superação da fragmentação radicalmente disciplinar do conhecimento, o estímulo à sua aplicação na vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto de vida.”

O objetivo foi o de promover educação integral e dar mais sentido às ações propostas na escola. Isso porque a BNCC tem uma lógica em sua construção: princípios, competências gerais, competências de área e habilidades. Espera-se que, ao final da escolarização, o estudante tenha desenvolvido as 10 competências gerais previstas. A competência geral 6 é representativa do que se pretende desenvolver com o projeto de vida:

“Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.”

No tópico que trata especificamente do Projeto de Vida, na BNCC, esse tema é tratado como o eixo central em torno do qual a escola pode organizar suas práticas. Isto é, se a centralidade está no estudante, seu projeto de vida é o balizador das ações escolares. Assim sendo, além do conhecimento das áreas é necessário que a escola se proponha a problematizar o contemporâneo, a cultura, os valores que incidem sobre as tomadas de decisão.

“Essas questões estão presentes na vida de todos nós, por que não seria papel da escola preparar os estudantes para lidar com elas? O Projeto de vida é a possibilidade de desenvolver habilidades para a vida em ambiente mediado, intencionalmente planejado para tal”, explicou Carla Meira, especialista em educação e ciências da saúde e coautora do Projeto de Vida da BNCC.

Desafios de implementar o Projeto de Vida da BNCC nas escolas

Nesta terça-feira, 29 de agosto, a Seren, edtech de experimentação vocacional do Brasil, realizará o evento “Projeto de Vida do Futuro: onde estamos e para onde iremos”. A partir das 19 horas, especialistas em educação, mercado de trabalho e desenvolvimento pessoal discutirão os desafios e oportunidades de incluir o Projeto de Vida da BNCC na grade curricular dos estudantes. O evento é gratuito e aberto ao público. Para se inscrever, basta acessar este link.

O encontro terá como anfitriãs Carla Meira e Maria Alcione Marques, psicopedagoga, palestrante e diretora da NeuroConecte. Participarão do debate Ronaldo Casagrande, vice-presidente do Instituto Casagrande; Luciano Novaes, mantenedor educacional da Rede COC-SC; Gabriel Fachini, gerente de Produtos e Inovação no Educacional Ecossistema da Positivo Tecnologia; e Igor Corrêa, diretor-executivo da Seren.

Para Carla Meira, o maior desafio para implementar o Projeto de Vida da BNCC é fazer com que os educadores compreendam que desenvolver habilidades relativas às áreas de conhecimento é muito importante, mas não é suficiente para que os sujeitos se tornem aptos para enfrentar as demandas da contemporaneidade.

“E, ainda, paira a dúvida em alguns atores escolares, se isso é papel da escola realizar tematizações para além das áreas de conhecimento. Há, também, uma dificuldade de se adaptar tempos e espaços para que a escola promova uma educação integral, que construa projetos interdisciplinares e efetivamente assuma uma gestão democrática. Dessa incompreensão resultam as dificuldades para a implementação”, resumiu a especialista.

Carla Meira ainda frisa que auxiliar um estudante a construir seu projeto de vida não é tarefa de um professor apenas, mas de uma concepção de educação que deve se refletir na escola, que transcenda ao ensino e se comprometa em ter como foco o sujeito da aprendizagem. “Encarcerar o projeto de vida num componente curricular sem estabelecer projetos interdisciplinares e pontos de integração é lidar com o projeto de vida de maneira programática, mas a inserção desse tema, bem como da educação integral e do desenvolvimento socioemocional é uma questão paradigmática que sugere outro tipo de abordagem”, afirmou.

Mas onde a tecnologia se encaixa no Projeto de Vida da BNCC?

A necessidade de desenvolver competências digitais é uma tendência global e as escolas precisam ser catalisadoras deste movimento. Ajudar seus alunos a desenvolver habilidades como cultura digital, letramento digital e pensamento computacional é básico para termos jovens atualizados com um mundo cada vez mais dinâmico e inovador. A tecnologia é decisiva para impulsionar as três dimensões do projeto de vida:

  • A dimensão pessoal, onde é dada ênfase na identidade, autoconhecimento e personalidade dos alunos
  • A dimensão pessoal, onde se apresenta o mercado de trabalho, carreira e empreendedorismo
  • A dimensão social, sobre trabalho em grupo e vida em sociedade

Estas dimensões já possuem impulso tecnológico com assessments gamificados, conteúdos síncronos e Inteligência Artificial para engajar os alunos numa jornada vocacional completa. De acordo com Leonardo Libman, CRO e cofundador da Seren, edtech voltada para experimentação vocacional, é com tudo isso em vista que a Seren tem levado sua metodologia para educação pública e privada.

“É um grande orgulho para nós  um jovem revelando que antes de conhecer o SerenPass não sabia o que escolher para o vestibular e após uma pesquisa exploratória em nossa plataforma, adquiriu  mais consciência e um processo decisório mais assertivo sobre o que fará no futuro”, afirmou o executivo, que também é o titular da Coluna Edtechs aqui no portal Educador21.

A Seren é um instrumento de apoio concreto para o resgate de valores da essência humana, do respeito à completude e à visão multifocal da vida, de acordo com Libman. O objetivo é oferecer uma verdadeira imersão ao mundo do trabalho e das profissões para que os jovens escrevam os capítulos mais importantes da vida de forma assertiva.

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