O que o professor deve fazer para ter uma formação condizente com as novas metodologias e a educação para o século 21?
Até bem pouco tempo, os recursos tecnológicos da era moderna eram considerados pelo professor como um facilitador da aprendizagem, um dispositivo a mais, capaz de despertar o interesse pelas diferentes áreas do conhecimento. Mas a nova educação pós-pandemia está provando que a Educação não pode mais se dissociar da tecnologia. A Revolução Digital criou, em um curto espaço de tempo, um novo ser humano. Já é tempo de criar uma nova Educação.
Para Fernando Shayer, fundador e CEO da plataforma Cloe e da Camino Education — grupo educacional que integra educadores, gestores, pais e estudantes de diferentes regiões do mundo, cuja missão é enriquecer a aprendizagem –, a revolução digital na Educação é uma revolução pedagógica.
“É uma oportunidade para não mais educarmos nossos jovens como robôs, que decoram conteúdos, mas sim como seres humanos, em todas as suas dimensões e a partir de toda a sua potência. Num mundo em que as máquinas decoram conteúdos, podemos focar na interação humana dentro da sala de aula”, disse Shayer.
A pandemia, e todas as mudanças que trouxe para a educação, fez com que muitos professores se tornassem bem familiarizados — e muitos, agora, até preferem — com o uso de ferramentas tecnológicas para as suas disciplinas. Qual será o próximo passo?
Na opinião de Shyer, é que, dentro da sala de aula, os livros e as apostilas impressos sejam deixados para trás. “Livros e apostilas impressos são como a fita cassete ou o DVD; caros e ineficientes, em comparação com o meio digital”, disse o fundador da Camino Education.
O educador ainda ressaltou que o caminho será se concentrar no uso de cadernos, mas acompanhados por plataformas digitais, que são muito superiores do ponto de vista educacional.
Os professores estão preparados para essa nova realidade?
Apesar de toda a evolução dos professores diante de tantas mudanças rápidas no setor, uma das grandes preocupações continua sendo com a formação desses profissionais. Para Fernando Shayer, esta é a hora certa de as instituições de ensino superior, nas licenciaturas e cursos de pedagogia, inovarem e renovarem seus currículos.
“Há uma oportunidade para esses cursos trabalharem mais sobre aprendizagem ativa e tecnologia digital e darem menos foco em aprendizagem passiva e uso de tecnologias antiquadas, como livros impressos”, opinou o CEO da Camino. Mas enquanto isso não acontece, a orientação de Shyer é para que os professores continuem lutando pela própria atualização profissional.
Para ter uma formação condizente com as novas metodologias e a educação para o século 21, na opinião de Fernando Shayer os professores devem investir em cursos livres, procurando manter-se atualizados e utilizando plataformas que as apoiem nesse movimento ao futuro.
“Haverá uma revolução pedagógica. Aula expositiva de conteúdo, que pode ser encontrada de graça no YouTube, será substituída por aula interativa em que os alunos e os professores estejam também criando a partir de conteúdos”, prevê, o educador, para um médio e longo prazos.
