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Roda de Conversa atraiu a atenção do público durante os quatro dias do Congresso Bett por possibilitar uma maior interação com os painelistas convidados

Os auditórios que abrigaram os painéis do Roda de Conversa, novo modelo de discussão de temas proposto nesta edição da Bett Brasil cujo item principal é a interatividade com o público presente, lotaram durante todo o evento. A iniciativa foi um grande sucesso e o Educador21, apoiador e parceiro de conteúdo da Bett, teve o privilégio de estar representado na estreia desse formato.

A editora-chefe do portal, Débora Thomé, moderou dois painéis do Roda de Conversa e trouxe um pouco do que foi discutido na ocasião para os nossos leitores.

”Ao primeiro olhar, poderia até parecer que os painéis que tive o privilégio de moderar abordavam assuntos praticamente distintos. Mas, na verdade, vendo com atenção, ficava fácil perceber que eram temas complementares. Sorte de quem agendou as duas oportunidades e marcou presença no Congresso.

Em um bate-papo que fluiu muito confortavelmente, o Roda de Conversa que abordou o tema ‘Formação de professores x Desenvolvimento profissional docente’ marcou o educador como cocriador de saberes. Para a mantenedora da FourC Bilingual Academy, Sara Hughes, a palavra-chave desse tema é intencionalidade.

— A sala de aula precisa que os educadores do século 21 sejam mentores que mostram as mesmas habilidades que precisam despertar e ensinar aos seus alunos. Para isso, precisam colaborar com os alunos, precisam defender sua autonomia, precisa lutar para que a formação que ele oferece seja a mesma que ele defende para seus alunos — explicou a empreendedora e educadora Sara Hughes.

No mesmo painel, Patrícia Auerbach, fundadora e CEO da Redelê,especializada em formação de professores, contribuiu para a conversa pontuando que o professor precisa cada vez mais ser compreendido como um ser único no ecossistema educacional.

— Teoria e ciência são fundamentais para continuarmos sobrevivendo. Mas é preciso que a academia olhe para o professor na sala de aula e perceba que ele também é um criador da Educação, e não apenas um receptor. A prática e a academia devem ser uma via de mão dupla — declarou a educadora, ressaltando que fica mais fácil construir teorias a partir das perguntas certas feitas pelos professores que estão na prática em seu dia a dia.

E se intencionalidade e cocriação permearam toda a primeira Roda de Conversa que participei, a segunda, se resumida em uma palavra apenas, essa seria mediação. Ao lado do gerente de Ensino e Inovações Educacionais do SAS Plataforma de Educação, Idelfrânio Moreira, e da consultora internacional e fundadora do CIEB, Lúcia Delagnello, presenciei uma conversa que partiu do uso de tecnologias na educação, mas orbitou fundamentalmente em torno do humano, no professor, nessa missão.

— O Brasil, embora seja um dos maiores consumidores de usuários de tecnologia do mundo, não tem conhecimento suficiente para transformar esse uso em solução de problemas. Precisamos que o desenvolvimento de habilidades digitais esteja inserido nos currículos escolares o quanto antes. Do infantil ao superior. Essa é uma das vitórias da BNCC, que trata a tecnologia como tema transversal e também como disciplina específica — ressaltou Lúcia Delagnello.

A especialista ainda ressaltou que a própria indústria tecnologia se ressente da escassez de mão de obra qualificada para atuar no setor. E frisou que mesmo assim é necessário que a educação prepare professores para atuarem COM e SOBRE tecnologia.

Nesse ponto, Idelfrânio Moreira cirurgicamente argumentou que “para pensar em m tecnologia, é preciso, antes de qualquer coisa, olhar para as pessoas”. O educador disse que costuma percorrer muitas escolas Brasil afora, e que ainda é perceptível o grande número de educadores que sequer dominam o básico no uso das ferramentas tecnológicas.

— Desenvolver pessoas que sejam referência sobre o assunto nas escolas, num primeiro momento é importante. É difícil mudar. É preciso coragem. Mas também é ideal que essas pessoas que foram referência em um dado momento sejam absorvidos para outras funções porque a transformação digital do quadro de pessoas da escola efetivamente se consumou —, opinou Idelfrânio Moreira.”

Educação midiática: o fim das fake news foi tema da Bett 23

Também tema do painel do último dia de Congresso Bett, na sexta-feira, 12, a educação midiática desempenha um papel fundamental no combate às fake news na sociedade contemporânea. À medida que a disseminação de informações se torna mais fácil e rápida com o avanço da tecnologia, é crucial que os indivíduos sejam capacitados com habilidades e conhecimentos para discernir entre informações verdadeiras e falsas e isso deve começar na escola.

Com participação do diretor da ZeitGeist – Educação, Cultura e Mídias e Co-chairman da Unesco MIL Alliance, Alexandre Le Voci Sayad, e da CEO do Educar para Ser Grande e docente na USCS (Universidade São Caetano do Sul), Sandhra Cabral, foram apontados no painel diversos fatores que podem contribuir para o combate à desinformação no ambiente escolar.

Ler, ouvir, questionar, perguntar e, sobretudo, duvidar, são os pressupostos para uma pedagogia de multiletramento informacional, de acordo com Sandhra Cabral, que já utiliza as mídias digitais para ensinar seus alunos. Já Alexandre Sayad destacou a crise democrática como condição determinante na crise global da desinformação.

“É imprescindível que se componha uma rede contra a desinformação”, alertou o especialista. Foi também levantada a importância da valorização do jornalismo profissional e de qualidade e os ataques constantes à profissão. Por fim, assinalaram a urgência em gerar um pensamento crítico para a Inteligência Artificial.

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