Pesquisa da MindLab aponta que necessidade de recomposição de aprendizagens continuará a ser evidenciada em 2024
Reconstruir o processo de aprendizagem a fim de reduzir as diferenças nos resultados entre os estudantes ganhou relevância e se tornou um dos principais desafios enfrentados dentro das salas de aulas no pós-pandemia. Tal necessidade continuará sendo evidenciada ao longo de 2024, especialmente em indicadores educacionais, como os recentemente mapeados pela aplicação dos testes do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2023.
“A recomposição de aprendizagens passou a ser peça fundamental entre as estratégias ao enfrentamento dos impactos deixados pela Covid-19 na educação, pois a doença deixou o cenário de desigualdades ainda mais evidente”, ressaltou Thiago Zola, Mestre em Educação e head de Produtos e Serviços da Mind Lab.
Aplicado em todas as unidades federativas no final de 2023, a estimativa é de que mais de 8,4 milhões de alunos, 384 mil turmas e 190 mil escolas tenham participado desta edição do Saeb. Os dados finais serão conhecidos no mês de junho. A avaliação foi formada por questionários eletrônicos que contempla vários temas, entre eles aprendizagem, e busca medir diversas informações relacionadas à qualidade da educação básica.
Thiago Zola observou o quanto os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2021 (dados mais recentes mapeados pelo Ministério da Educação) mostraram o tamanho do retrocesso para todas as etapas escolares. “Tivemos retrocessos importantes em todas as etapas educacionais, mesmo em municípios referência no campo educacional. Esse impacto não foi maior pela articulação da sociedade civil que tiveram um papel marcante para que o fosso da aprendizagem, provocado pela pandemia, não tivesse sido ainda pior”, disse o especialista não tem expectativa de que, em dois anos, toda a defasagem por conta da pandemia seja vencida. Acredita, no máximo, em uma leve melhora.
Zola também mostrou que a comparação entre os dados levantados será facilitada, pois o Saeb 2023 seguiu os mesmos moldes das edições de 2019 e 2021, garantindo a comparabilidade da série histórica. “A Mind Lab, por exemplo, em uma análise estatística de componentes principais que leva em conta tais indicadores e que ranqueia as escolas do Brasil em relação ao nível de dificuldade educacional, fez uma comparação entre municípios parceiros e não clientes, entre os anos de 2019 e 2021, e verificou que, embora tenhamos queda em geral, entre os não clientes isso foi percentualmente seis vezes maior”, explicou o head da Mind Lab.
Recomposição de aprendizagem é um tema que precisa ser abordado
Fundada em 2009, a Mind Lab tem como missão desenvolver habilidades, incluindo uma abordagem socioemocional no dia a dia das escolas, para formar pessoas mais felizes e bem-sucedidas. Desde então, capacitou 200 mil professores para aplicação de suas metodologias em mais de 17 estados brasileiros, impactando diretamente 7,3 milhões de alunos e familiares. A empresa apoia redes públicas e privadas de educação em todo o Brasil com o desenvolvimento de competências socioemocionais, cognitivas e éticas, apoiando o processo de aprendizagem.
Neste contexto, Zola enfatiza a importância de se abordar a recomposição de aprendizagem. “Tais práticas são responsabilidades compartilhadas por gestores, diretores e professores. Os benefícios na vida do estudante são claramente perceptíveis, dentro e fora do ambiente escolar. Mais do que formar alunos, estamos formando cidadãos visando uma sociedade melhor em um futuro próximo”, explicou.
Com objetivo de identificar se e como ações em prol da recuperação, priorização e desenvolvimento de habilidades e competências afetadas pelo período pandêmico estavam sendo incluídas no planejamento de suas aulas ao longo de 2023, a Mind Lab realizou uma pesquisa com professores capacitados para aplicar sua metodologia. Participaram do estudo, 700 professores, sendo 70% de escolas públicas de municípios de São Paulo. Chamou a atenção que mais de 95% dos respondentes realiza acompanhamentos contínuos e traz devolutivas para os alunos.
“A avaliação diagnóstica constante e a priorização curricular, de acordo com necessidades de cada turma, adaptando práticas pedagógicas, foram apontadas como ação por, respectivamente, 99% e 98% dos professores entrevistados. Esses são alguns caminhos para a equiparação e evolução nas desigualdades de aprendizagens que tivemos dentro das redes nos anos de pandemia”, disse Thiago Zola.