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Congresso da Rede Jesuíta de Educação Básica reuniu educadores do Brasil e do exterior na PUC-Rio e no Colégio Santo Inácio, no Rio, para discutir inovação pedagógica

Cerca de 400 educadores de vários estados do Brasil estiveram presentes no segundo Congresso da Rede Jesuíta de Educação Básica (RJE), que ocorreu na PUC-Rio e no Colégio Santo Inácio, em comemoração aos dez anos da instituição. O evento discutiu a relação entre tradição e inovação no ensino. Educadores nacionais, como Claudia Costin e Rafael Parente, e do exterior, como o espanhol David Martíns Díaz, o colombiano Padre José Alberto Mesa e o filipino Jonnhy Go também estiveram presentes.

Além dos especialistas, professores e alunos das 17 unidades da Rede, e seus familiares estiveram reunidos também em atividades interativas, de modo a proporcionar uma experiência de aprofundamento na tradição educativa jesuítica e inspirar novos rumos de inovação pedagógica. O Congresso foi aberto, no dia 6, com missa rezada pelo Arcebispo do Rio, Cardeal Dom Orani Tempesta.

O reitor da PUC-Rio, o professor Padre Anderson Antonio Pedroso, S.J, afirma que receber o Congresso de Educação Básica da rede é importante para o encontro de conhecimentos entre a educação de base e a educação superior: “A PUC-Rio é uma universidade confiada à Companhia de Jesus, a gestão da Universidade e todo o seu modo de ensino e aprendizagem fazem parte da grande tradição jesuítica de ensino. A educação superior depende da educação de base e aqui conseguimos unir a grande tradição da Companhia de Jesus e o impulso de inovação que a PUC-Rio quer ser’’.

Tradição com muito espaço para inovar

O Padre José Alberto Mesa, S.J, secretário mundial para a Educação Secundária da Companhia de Jesus, foi o primeiro painelista da última quarta-feira, dia 7. Na conferência A tradição espiritual e pedagógica inaciana propulsora de inovações educacionais, mediada por Pedro Risaffi, secretário-executivo da RJE e coordenador geral do Congresso, o padre Mesa frisou que a rede global de colégios da Companhia lhe dá grande oportunidade para falar com o mundo. “Podemos ser uma voz de paz em meio a um mundo marcado por guerras. Essa é uma grande responsabilidade”, frisou.

Padre Mesa lembrou ainda que o espírito da Companhia sempre teve a inovação e a mudança como características e que a renovação deve ser pautada pelo desejo de servir melhor ao próximo. “Nossas instituições precisam ser espaços de investigação pedagógica e verdadeiros laboratórios de inovação didática, onde possam surgir novos métodos ou modelos formativos”, citou, acrescentando que podem ser aproveitadas para contribuir com as grandes questões da humanidade na atualidade, entre elas, a preservação do meio ambiente. “Para nós, nossa tradição nos exige inovar”, complementou.

O segundo painel teve como palestrante o espanhol David Martín Díaz, diretor de lançamento da estratégia “Educação Changemaker”, plataforma mundial de empreendedorismo social suportada pela Organização Não Governamental (ONG) Ashoka, uma das principais organizações no campo do empreendedorismo social, termo criado por seu fundador Bill Drayton. Autor do livro

Autor do livro “Por que Educamos?”, David Díaz falou sobre a importância de se oferecer uma educação de excelência e humana, preparando os alunos para serem agentes de mudança. Ele dividiu o palco com o padre Johnny Go, SJ, doutor em educação pelo University College de Londres e pelo Instituto Nacional de Educação de Singapura e secretário de educação das escolas jesuítas de ensino primário e secundário em toda a região da Ásia-Pacífico.

Um olhar no futuro da educação jesuíta

Na quinta-feira, dia 8, o evento trouxe o tema “Inovações em curso na educação brasileira”, discutido por meio da conferência Futuro da Educação, com Claudia Costin, fundadora e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais (FGV-CEIPE), professora visitante na Faculdade de Educação de Harvard e ex-diretora global de Educação do Banco Mundial.

Para Claudia Costin, é possível, sim, ter tradição e inovação na educação brasileira, mas para isso ocorrer é necessário que o país avance em algumas questões: “Precisamos de políticas educacionais que apoiem inovações, como escolas de tempo integral, além de fortalecer políticas voltadas à primeira infância, ter obsessão por equidade, trabalhar com dados e com base em evidências científicas’’, afirmou.

Rafael Parente, professor e ex-secretário de Educação do Distrito Federal (DF) e autor da obra “Como educar famílias para futuros desafiadores’’ também foi um dos painelistas do dia. Rafael trouxe para o debate o questionamento “tecnologias podem qualificar inovações em educação?

“A educação é a formação da humanidade em todas as suas complexidades. Quando a gente faz com que a escola e o trabalho do professor se tornem mais relevantes, a gente consegue separar mais aquilo que a escola e a inteligência artificial podem fazer. O trabalho do professor jamais será substituído por qualquer ferramenta, mas nós, professores, precisamos usar a nossa didática e o saber pedagógico para complementar os conhecimentos’’, avaliou Parente.

A conversa foi mediada por Gustavo Borba, decano da Indústria Criativa da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), conselheiro da Canadian Playful Schools Network (Recel/CPSN), palestrante e pesquisador na área do Design Estratégico.

*Com informações da Assessoria de Imprensa da Rede Jesuíta de Educação Básica (RJE)

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