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Projetos desenvolvidos por estudantes de escolas públicas mostram como o Solve for Tomorrow Brasil gera impacto social ao conectar ciência, educação e desafios locais

A educação pública brasileira tem mostrado, cada vez mais, sua capacidade de gerar soluções concretas para desafios sociais locais quando estudantes e professores são estimulados a unir ciência, criatividade e olhar comunitário. É nesse contexto que o Solve for Tomorrow Brasil, programa de cidadania corporativa da Samsung, encerrou em 2025 sua 12ª edição reconhecendo projetos desenvolvidos por alunos de escolas públicas com impacto direto em suas comunidades.

A cerimônia de premiação, realizada em São Paulo no início de dezembro, reuniu iniciativas de diferentes regiões do país, evidenciando a diversidade de realidades e problemas enfrentados por territórios urbanos, rurais e ribeirinhos. Os projetos premiados vieram de São Luís (MA), Itumbiara (GO), Marabá (PA), Manacapuru (AM), Cuité (PB), São Paulo do Potengi (RN) e Mãe do Rio (PA).

Mais do que soluções técnicas, os trabalhos apresentados revelam o potencial da educação científica como ferramenta de transformação social, ao aproximar o currículo escolar das demandas reais das comunidades onde as escolas estão inseridas.

Ao longo de mais de uma década, o Solve for Tomorrow Brasil vem consolidando um modelo pedagógico que valoriza o protagonismo estudantil, a investigação científica e a formação cidadã, ampliando o papel da escola pública como espaço de inovação social.

Ciência aplicada à realidade local

Entre os projetos de maior destaque da edição de 2025 está o BabaçuTech, desenvolvido por estudantes do Instituto Estadual do Maranhão, em São Luís. A iniciativa conquistou o primeiro lugar entre os Vencedores Nacionais ao propor uma solução de baixo custo para apoiar o trabalho das quebradeiras de coco babaçu, mulheres que sustentam suas famílias a partir da extração e processamento do fruto.

O projeto consiste em um forno solar construído com materiais recicláveis, capaz de acelerar a secagem do mesocarpo do babaçu, etapa essencial para a produção de farinha e azeite. “São mulheres que, às vezes, extraem até 10 quilos de material por dia e conseguem, a partir disso, criar seus filhos”, explicou o professor Felipe Borges Pereira, orientador do grupo. A solução contribui diretamente para a geração de renda e a melhoria das condições de trabalho dessas comunidades.

Outro exemplo vem de Manacapuru, no Amazonas, onde estudantes da Escola Estadual José Mota desenvolveram o projeto ArapainaAtivos. A proposta cria um biofiltro a partir de ossadas do peixe pirarucu, enfrentando dois problemas simultâneos: o descarte inadequado desses resíduos e a falta de acesso à água tratada em comunidades afastadas. A iniciativa recebeu menção honrosa pelo seu potencial ambiental e social.

Já em Mãe do Rio, no Pará, o projeto Painéis Ecológicos buscou reduzir a poluição sonora em ambientes escolares, com atenção especial a estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Produzidos com resíduos de casca de mandioca e ovos, os painéis ajudam a criar um ambiente mais inclusivo e favorável à aprendizagem. “O excesso de ruído impacta alunos e professores, prejudicando a concentração e o bem-estar emocional”, destacou o professor Antonio Denilson Leandro da Silva, orientador do projeto.

Formação docente e protagonismo estudantil

Os resultados do Solve for Tomorrow Brasil vão além dos protótipos desenvolvidos. Em 2025, o programa ofereceu mais de 2.500 horas de capacitação para alunos e professores, com webinars, workshops e mentorias presenciais e online em cinco estados brasileiros.

Os dados da edição reforçam esse impacto formativo: houve crescimento de 28% no número de projetos inscritos e aumento de 72% na participação de professores em relação ao ano anterior. A presença feminina também avançou de forma expressiva, com 111% mais professoras e 10% mais alunas envolvidas no programa.

Ao longo de sua trajetória no Brasil, desde 2014, o Solve for Tomorrow já envolveu mais de 185 mil alunos, 42 mil professores e cerca de 8 mil escolas públicas, consolidando-se como uma das principais iniciativas de estímulo à educação científica aplicada no país.

Presente em mais de 60 países, o programa também fortalece a troca de práticas pedagógicas em nível internacional, especialmente na América Latina, onde já alcançou mais de 354 mil estudantes e educadores desde 2014.

Ao conectar escola, ciência e comunidade, o Solve for Tomorrow Brasil reforça o papel estratégico da educação pública na construção de soluções sustentáveis e inclusivas, mostrando que, quando bem orientados, estudantes são capazes de transformar realidades locais e ampliar horizontes para o futuro coletivo.

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