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Neste artigo, o CEO da Plataforma A+, Alexandre Sayão, fala sobre como a tecnologia identifica os próximos passos para educadores: o big data

Alexandre Sayão*

Quando o assunto é educação, entre as apostas de inovações tecnológicas para 2022, uma, em especial, vem conquistando cada vez mais interesse de educadores e empreendedores da área. É o chamado Big Data, que através de ferramentas e inteligência artificial permite coletar, organizar, armazenar e interpretar dados diversos (pedagógicos, operacionais, comerciais), possibilitando tomar decisões mais assertivas e estratégicas na sala de aula e na gestão escolar.

O Big Data já é realidade em diferentes setores da economia, como o financeiro, transportes, saúde, entretenimento e varejo. Quando o Waze calcula a rota mais rápida em tempo real do ponto A ao B, quando o Uber se utiliza do preço dinâmico para ajustar a oferta e demanda por carros, ou quando o Netflix te recomenda uma série baseada nas visualizações e avaliações de outros usuários com gostos similares, essas empresas estão lançando mão de Big Data para melhorar sua oferta de serviços e a experiência do cliente.

E na educação? A adoção do Big Data tem caminhado num ritmo mais tímido. Imagine um professor de Ensino Médio com 5 turmas de 30 alunos cada em um contexto 100% analógico.

  • Será que ele consegue realmente conhecer as fortalezas e lacunas de aprendizagem, bem como as necessidades de cada um de seus 150 estudantes?
  • Será que uma avaliação conta a história toda, ou é apenas um recorte de um desempenho?

Nessa circunstância, é muito difícil para o professor acompanhar a evolução do aprendizado de seus alunos, seja a compreensão de um conteúdo ou o desenvolvimento de uma habilidade.

A educação tem dado passos largos para transformar essa realidade e, de certa forma, a pandemia contribuiu positivamente neste sentido. Em dois anos acompanhamos um salto gigantesco: novas dinâmicas, formatos e ferramentas pedagógicas que oferecem uma nova experiência para aluno e professor.

Mas é claro que ainda há um longo caminho a percorrer quando se trata de avanços neste setor. E o uso de dados na educação funciona, justamente, como uma bússola, um verdadeiro guia para a equipe pedagógica, para garantir que a relação ensino-aprendizagem esteja realmente sendo efetiva e que o professor esteja na rota certa.

Por outro lado, sabemos que apenas captar informações não é suficiente. É preciso compilar e organizar os dados, criando análises a partir deles. A construção desses algoritmos, que avaliam a performance dos alunos em tempo real e propõem conteúdos (vídeos, games, exercícios, textos) específicos para as necessidades de cada um, é bem complexa.

Mas, graças à aplicação do Big Data e às plataformas de aprendizagem, educadores, gestores e redes de ensino conseguem ampliar a autonomia e o protagonismo do aluno, personalizando o processo de aprendizagem.

As plataformas de aprendizagem, conhecidas também como Sistemas de Gestão da Aprendizagem (LMS – Learning Management System, em inglês) possuem recursos adaptativos, identificam as lacunas de conhecimento e permitem acompanhar o estudante de forma integral, por meio de métricas e relatórios personalizados, que consideram engajamento nas aulas e atividades, interações e padrões de performance em avaliações.

Ágeis, econômicas e conectadas, as plataformas digitais transmitem informações, organizam dados e facilitam ações de gestão pedagógica. Com a personalização do ensino, conferem ao aluno conteúdos em formatos adequados e eficazes para ele, ou seja, tratam cada estudante na sua individualidade. Além disso, possibilitam acesso aos conteúdos pedagógicos de qualquer lugar.

Claro que a tecnologia sempre será complementar e sinérgica ao papel do professor e jamais poderá substituir sua relação com o aluno. Mas a união de recursos tecnológicos com a capacidade de processar dados e identificar padrões é capaz de levar a educação a um novo nível. Permite ao docente agir a partir de evidências concretas, num processo cíclico, e não mais baseado em suposições. A partir daí, o docente vai ajustando a sua rota para chegar ao objetivo principal: o aprendizado do estudante. Como consequência, será muito mais fácil alcançar uma boa performance no vestibular, nota no Enem e/ou desenvolvimento socioemocional.

A tecnologia complementa, aprimora, mas, ainda assim, uma formação integral e ampla requer, acima de tudo, um equilíbrio mínimo entre desenvolvimento cognitivo, social, emocional e físico. É fundamental equilibrar o engajamento digital com as relações e conceitos do mundo real para uma educação mais efetiva.

*CEO da Plataforma A+

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