Iniciativa europeia Impactwheel inspira articulação nacional liderada pela VCW Brasil para transformar instituições de ensino em hubs de inovação conectados ao mercado
O movimento para transformar universidades como hubs de inovação ganha novo impulso no Brasil com a articulação de iniciativas que aproximam o país de modelos internacionais de referência. A estratégia nasce da compreensão de que instituições de ensino superior desempenham papel decisivo no desenvolvimento regional quando conectam pesquisa, empreendedorismo e tecnologia em redes colaborativas.
Essa lógica orienta o projeto europeu Impactwheel, lançado na Nova School of Business and Economics (Nova SBE), em Portugal, que reúne universidades, incubadoras e líderes de inovação de sete países. O consórcio atua para fortalecer a capacidade das IES de gerar impacto real em seus territórios, aliando ciência, negócios e desenvolvimento de tecnologias avançadas.
A chegada desse modelo ao Brasil está sendo conduzida pela VCW Brasil, organização dedicada à disseminação da metodologia Value Creation Wheel (VCW), que integra o Impactwheel. Seus representantes participaram do evento de lançamento na Europa e já articulam, no país, as primeiras conexões entre hubs de inovação brasileiros e seus pares europeus.
A proposta é criar um ecossistema capaz de acelerar ideias, formar estudantes e pesquisadores para a inovação e impulsionar a criação de deeptechs com potencial de transformar mercados. Trata-se de uma agenda estratégica para instituições que desejam ampliar relevância acadêmica, atrair investimentos e construir impacto socioeconômico em escala.
Redes globais ampliam o papel das universidades como hubs de inovação
O Impactwheel reúne dez parceiros, seis universidades e alguns dos principais atores de inovação da União Europeia. O financiamento do EIT-HEI, braço da União Europeia dedicado ao fortalecimento de instituições de ensino superior, possibilita que esse consórcio opere como um laboratório colaborativo internacional, desenhado para acelerar o empreendedorismo acadêmico.
Segundo o professor Luís Filipe Lages, fundador da metodologia VCW e professor da Nova SBE, a estrutura do consórcio cria as condições ideais para transformar pesquisa em soluções aplicáveis. Ele destaca que a metodologia funciona como uma bússola que orienta decisões, conecta diferentes áreas do conhecimento e facilita a transferência de tecnologia da universidade para a sociedade.
Ao colocar universidades no centro da inovação, o modelo estimula a formação de ambientes que aproximam professores, estudantes, pesquisadores, empresas e governos. A criação de redes entre diferentes países também amplia as oportunidades de colaboração, compartilhamento de práticas e construção de iniciativas com impacto global.
Essa perspectiva reforça a ideia de que a universidade do futuro não se limita a ensinar e pesquisar, mas se posiciona como agente ativo de desenvolvimento, capaz de estimular novas economias e impulsionar ecossistemas regionais de inovação.
Brasil prepara articulações para um consórcio inspirado no Impactwheel
Para Luiz Oliveira, fundador e diretor executivo da VCW Brasil, o país reúne condições favoráveis para adaptar e implementar um consórcio semelhante. Durante a abertura do Impactwheel, ele destacou que universidades brasileiras e hubs de inovação já demonstram interesse em adotar modelos colaborativos que acelerem soluções e fortaleçam o impacto acadêmico.
A equipe da VCW Brasil iniciou conversas com empresas, escolas de negócios e instituições de ensino superior interessadas em participar das primeiras iniciativas inspiradas no projeto europeu. A expectativa é que, nos próximos meses, sejam realizados encontros para apresentar a metodologia e estruturar redes de colaboração no Brasil.
Esses encontros também devem consolidar parcerias com hubs europeus, criando pontes que facilitem intercâmbios acadêmicos, capacitações e projetos conjuntos. A dinâmica colaborativa envolve não apenas docentes e pesquisadores, mas também gestores, estudantes e profissionais do mercado que desejam inovar a partir de desafios reais.
Ao apostar nesse modelo, o Brasil sinaliza que deseja fortalecer universidades como centros de transformação, ampliando seu papel na formação de novos empreendedores, no desenvolvimento tecnológico e na criação de soluções para desafios complexos — sociais, econômicos e ambientais.










