Você já sabe o que é web3? Pois a geração Z quer aprender mais sobre ela na escola, então é preciso se preparar para orientá-los nesse jornada
A Web3 é a nova fase da internet, baseada em tecnologia blockchain e descentralização, permitindo que os usuários tenham mais controle sobre seus dados e transações online. Diferentemente da Web2, dominada por grandes corporações de tecnologia, a Web3 busca distribuir o poder entre seus participantes por meio de redes peer-to-peer, criptomoedas e contratos inteligentes.
Isso possibilita novas formas de interação digital, incluindo plataformas de jogos, marketplaces de NFTs e sistemas financeiros descentralizados. Lisa Mayer, fundadora e CEO da Boss Beauties, destaca a importância de preparar os jovens para essa nova realidade digital. “Os formuladores de políticas, educadores e empresas web3 precisam se unir e garantir que os jovens e seus pais tenham as ferramentas e o conhecimento de que precisam para se manterem seguros e tomarem decisões informadas enquanto navegam neste espaço digital em rápida mudança”, afirmou a executiva.
A CEO ainda enfatizou o impacto que a Web3 pode ter na autonomia dos jovens e na inclusão digital das meninas. Segundo Lisa, se usada corretamente, a web3 pode permitir que a Geração Z se sinta empoderada, conecte-se com pessoas ao redor do mundo e se torne os agentes de mudança que eles querem ser.
“Sabemos, pela história, que quando surgem novas tecnologias as meninas ficam para trás. A Web3 só continuará a crescer nos próximos anos, por isso é essencial agirmos agora para garantir que as meninas sejam capazes de entender essa tecnologia, preparando-as para o futuro da força de trabalho e para como o mundo está mudando”, afirmou a executiva.
A Geração Z quer aprender sobre web3 na escola
Uma pesquisa global conduzida pela Boss Beauties revelou que 60% dos brasileiros da Geração Z gostariam que suas escolas ensinassem mais sobre Web3. O estudo, realizado em sete países, investigou o comportamento dos jovens em relação à nova fase da internet e apontou uma demanda crescente por educação sobre o tema.
Fora do ambiente escolar, mais da metade (55%) dos estudantes desejam ter acesso a fontes educacionais confiáveis sobre Web3. Essa necessidade se torna ainda mais urgente devido à desigualdade de gênero na área de tecnologia, já que as mulheres ainda representam apenas 28% dos graduados em engenharia e 20% dos profissionais de inteligência artificial. Se essa disparidade continuar, pode afetar diretamente o futuro do mercado de trabalho, pois estima-se que 77% das profissões exijam habilidades digitais até 2030.
Lila Thomas, vice-presidente de Marca e Parcerias Estratégicas da Boss Beauties, alerta sobre os desafios enfrentados pelas jovens mulheres na Web3. “Como nossa pesquisa mostra, embora a Geração Z esteja adotando a Web3, muitos ainda não estão cientes dos riscos que isso acarreta, especialmente as meninas. É particularmente alarmante que mais de 40% tenham se deparado com alguém fingindo ser outra pessoa online”, disse.
A VP reforça a importância da educação para garantir segurança digital e igualdade de oportunidades: “Nosso objetivo na Boss Beauties é elevar mulheres de todas as idades, dando-lhes as ferramentas de que precisam para ter sucesso. Isso começa com a segurança online, e é por isso que a educação faz parte de tudo o que fazemos”.

Principais descobertas globais em sete países
O estudo encomendado pela Boss Beauties entrevistou 3.869 pessoas, incluindo jovens da Geração Z e seus pais ou cuidadores. A pesquisa foi elaborada em sete países ao redor do mundo onde a web3 está estabelecida e crescendo em popularidade.
As respostas vieram dos EUA (28%), Reino Unido (23%), seguidos por Nigéria (18%), Cingapura (11%), Brasil (9%), Índia (6%) e Emirados Árabes Unidos (5%). Os resultados revelaram percepções sobre os riscos e oportunidades da Web3, bem como a necessidade de maior educação sobre o tema.
Entre os principais achados:
- Em comparação com os meninos da Geração Z (15%), quase o dobro das meninas da Geração Z (27%) não estão familiarizadas com como abrir e gerenciar uma carteira de criptomoedas.
- Quando os pais foram questionados sobre como abrir e gerenciar uma carteira de criptomoedas, 68% das mães e 60% dos pais em todo o mundo disseram que não sabiam como ou não tinham certeza.
- Quando os pais são questionados sobre quanto achavam que seus filhos gastaram em sua última transação, eles tendem a superestimar: 44% acreditam que foi na casa dos US$ 101-500 em vez de US$ 20-100, que é o que a Geração Z diz ser sua categoria mais popular de gastos.
- 58% dos entrevistados da Geração Z estão preocupados com sua privacidade e segurança online.
- 26% das meninas da Geração Z dizem que foram “submetidas a abuso ou assédio, por exemplo, body shaming, misoginia” online, um número apenas ligeiramente menor para os meninos (24%).
Os resultados mostram que a Web3 está se tornando parte essencial da vida digital dos jovens, mas a falta de educação sobre o tema pode gerar riscos e desafios. Para garantir uma adoção segura e consciente da tecnologia, é fundamental que escolas, formuladores de políticas e empresas do setor invistam na capacitação dos estudantes e de seus familiares sobre esse novo ecossistema digital.
Dados específicos sobre o Brasil na pesquisa
No Brasil, a pesquisa revelou um interesse significativo da Geração Z pela Web3, com 78% dos entrevistados afirmando que pretendem realizar uma compra utilizando essa tecnologia no próximo ano. A familiaridade com a Web3 é alta entre os jovens brasileiros, sendo que 76% deles sabem como abrir e gerenciar uma carteira de criptomoedas. No entanto, 7% ainda não estão totalmente familiarizados com o processo, evidenciando a necessidade de mais recursos educacionais sobre o tema.
A falta de conhecimento dos pais também se mostrou um fator relevante na pesquisa. Apenas 16% dos jovens acreditam que seus pais estão preparados para ensiná-los sobre Web3, enquanto 46% dos pais entrevistados admitiram ter dificuldades para explicar esse conceito a seus filhos. Essa lacuna educacional reforça a importância de iniciativas que capacitem tanto os jovens quanto seus responsáveis para lidar com o novo ambiente digital.
Além disso, o estudo mostrou que 27% dos jovens brasileiros passam mais tempo com amigos online do que na vida real. Essa dinâmica evidencia o papel crescente da Web3 na socialização da Geração Z. Entre os meninos brasileiros entrevistados, 49% afirmaram que sua identidade digital funciona como uma forma de escape de problemas do mundo real, em comparação com 38% das meninas entrevistadas.
Outro ponto de destaque foi a relação entre gênero e uso da Web3 no Brasil. Enquanto os meninos utilizam majoritariamente essa tecnologia para jogos online (37%), as meninas estão mais propensas a utilizá-la para transações financeiras descentralizadas, como criptomoedas (37%). Esses dados demonstram que a Web3 está se tornando uma parte integral da vida digital dos jovens brasileiros, mas também reforçam a necessidade de iniciativas que garantam um ambiente seguro e acessível para todos.