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O colunista Celso Niskier, diretor-presidente da ABMES, compartilha seu otimismo com os novos rumos de esperança para o setor em 2023

Não há dúvida de que 2022 foi um ano de avanços importantes para o setor particular de educação superior, como pontuei nos artigos de retrospectiva da ABMES e do Fórum das Entidades Representativas. Agora, com um 2023 inteiro a ser construído, é hora de focar a nossa atenção para as pautas prioritárias se apresentam e nos dão o norte do caminho a ser trilhado nos próximos meses.

Ainda vivendo sob os impactos da pandemia de covid-19, precisamos de um grande programa de recuperação da aprendizagem para todos os níveis de ensino. Para a educação básica, onde o cenário é mais desafiador, uma possibilidade passa pela criação de uma extensão universitária por meio da qual estudantes de universidades públicas e particulares atuariam junto aos docentes das redes públicas de ensino ajudando os alunos que ficaram para trás.

Outra agenda prioritária consiste na manutenção e na ampliação dos programas de acesso à educação superior, como o Fies e o ProUni. Essa medida, contudo, precisa vir acompanhada do fortalecimento da educação básica como um todo, condição fundamental para que os estudantes se sintam capazes de cursar uma graduação e para que tenham condição de acessar os programas governamentais de financiamento e de bolsa de estudos.

A adoção de ambas as medidas não só impactará na melhoria da educação ofertada como também na mitigação de um dos principais problemas sociais do país (a desigualdade de renda da população) e de um grande entrave para o nosso desenvolvimento econômico: a falta de mão de obra qualificada para atuar no mercado de trabalho deste século 21. Sobre este ponto, há que se destacar, ainda, a necessidade de renovação dos currículos universitários, bem como a modernização da avaliação e da regulação que regem nosso sistema educacional, especialmente no que tange à implementação dos modelos híbridos de ensino e aprendizagem.

A boa notícia é que, ao que tudo indica, a educação consistirá em um dos elementos centrais do novo governo. Saímos bastante esperançosos da conversa que tivemos com o grupo de trabalho da equipe de transição e ficamos ainda mais motivados após os discursos de posse do presidente Lula, nos quais questões como educação, justiça social e desenvolvimento econômico foram apresentadas como eixos estruturantes e interligados para a melhoria da qualidade de vida no Brasil.

Também nos trouxe grande satisfação a confirmação dos nomes de Camilo Santana, como ministro da Educação, e de Izolda Cela como secretária-executiva do MEC. Ambos, já mostraram possuir sólida compreensão do universo educacional ao transformarem a educação do Ceará, estado que hoje apresenta o melhor desempenho educacional do país. A eles, desejamos o nosso mais sincero voto de sucesso, bem como nos colocamos à disposição para contribuir com o desafio de, agora, ofertar uma educação de qualidade para todos os brasileiros.

Temos, portanto, um cenário promissor à frente. As expectativas estão elevadas, assim como a nossa disposição para trabalhar em prol da educação brasileira, em especial do ensino superior, e do aperfeiçoamento do marco regulatório. É normal começarmos um novo ano com a energia e as esperanças renovadas, mas, desta vez, parece que os sentimentos estão potencializados.

Que 2023 venha com tudo, e não nos decepcione!

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