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Crescimento de 34% no público, delegação de 30 especialistas estrangeiros e expectativa sobre o novo marco regulatório marcaram a edição 2025

A 30ª edição do Congresso Internacional Abed de Educação a Distância (Ciaed) fechou as portas em Campinas (SP) com números que confirmam a vitalidade do setor. Entre os dias 7 e 10 de maio, mais de 2 mil educadores, gestores e pesquisadores passaram pelo Centro de Convenções da Universidade Cruzeiro do Sul — alta de 34 % em relação a 2024. A agenda, condensada em apenas oito meses de preparação, dedicou boa parte das discussões à versão definitiva do novo Marco Regulatório da EAD, prometido para maio e adiado novamente para junho.

O interesse internacional também bateu recorde: 30 representantes de universidades e organizações dos EUA, Europa, Ásia, África e demais Américas assumiram painéis e sessões paralelas sobre qualidade, microcredenciais e avaliação externa. “A presença estrangeira consolida a internacionalização como eixo estratégico da associação e amplia o diálogo sobre padrões de qualidade globais”, afirmou João Mattar, presidente da Abed.

Outro passo nessa direção foi o 1º Enaed (Encontro Nacional de Estudantes de EAD). Alunos de diferentes áreas debateram, com especialistas, as prováveis mudanças no cotidiano dos cursos a partir do novo marco. A abertura para vozes estudantis, avalia Mattar, “reforça a centralidade do usuário final na regulação da modalidade”.

Na Expo‑EAD, 60 empresas mostraram soluções para captação, conteúdo adaptativo, tutoria com IA e avaliação digital. Entre os expositores estavam Vitru Educação, Cogna, Senac, Uninter, Positivo e o Ecossistema Conecta, além de edtechs voltadas à produção de objetos 3D e analytics de permanência. O movimento constante na feira revelou, na prática, a procura de mantenedoras por parceiros capazes de conciliar escala, qualidade e sustentabilidade financeira.

Fechando a programação, podcasts ao vivo, minicursos e plantões jurídicos deram ritmo ao evento, enquanto os painéis “EAD Talks” apresentaram estudos de caso sobre retenção, gamificação e integração de APIs acadêmicas.

Selo Abed reforça critério de qualidade antes do novo marco

Um dos pontos altos do congresso foi o lançamento do Referencial e Selo Abed de Qualidade em Educação a Distância. Inspirado em modelos internacionais, o documento estabelece indicadores de boas práticas pedagógicas, tecnológicas e de gestão, validados pela comunidade científica da EAD. A proposta já foi apresentada à Seres/MEC e ao Inep como insumo para o desenho regulatório federal.

Quatro instituições aderiram imediatamente ao processo de certificação: Universidade Cruzeiro do Sul, Vitru Educação, Uninter, Univesp e a americana Enber. A expectativa da associação é que o selo funcione como balizador voluntário para universidades e polos, reforçando transparência e confiança junto a estudantes e órgãos avaliadores.

Mattar ressalta que o referencial “não concorre, mas dialoga” com as futuras diretrizes oficiais. A ideia é criar um terreno comum capaz de gerar sinergias e evitar sobreposições entre requisitos privados e públicos. Para ele, colocar a régua da qualidade na mesa, antes mesmo da publicação do marco, ajuda o setor a se preparar e reduz a insegurança regulatória.

Com a 30ª edição encerrada — e recordes à vista —, a Abed já mira 2026. O desafio, aponta o presidente, será manter a curva de crescimento do congresso enquanto o novo marco entra em vigor: “Se os últimos meses mostraram algo, é que a EAD brasileira está pronta para avançar, mas exige regras claras e foco na excelência acadêmica”, afirmou Mattar.

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