Especialista da plataforma par, Talita Fagundes, apresenta formas práticas de integrar os dispositivos eletrônicos ao cotidiano escolar e engajar os alunos nos estudos
Desde o início de 2025, a educação básica brasileira passou a contar com uma nova regulamentação voltada ao uso consciente da tecnologia em sala de aula. A Lei nº 15.100/2025 não proíbe, mas estabelece critérios claros para a utilização de dispositivos eletrônicos no ambiente escolar. O foco da legislação é garantir que a tecnologia seja usada com intencionalidade pedagógica e alinhada a objetivos educacionais específicos, com planejamento docente bem estruturado.
A norma dialoga com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que valoriza o letramento digital desde a Educação Infantil e prevê o desenvolvimento de competências relacionadas ao uso de ferramentas multimídia. Nesse contexto, o uso qualificado de dispositivos pode ampliar o repertório dos estudantes e prepará-los melhor para os desafios do mundo digital.
Segundo Talita Fagundes, gerente pedagógica da plataforma par, o uso de recursos digitais na escola pode beneficiar tanto o engajamento quanto a autonomia dos alunos. “Com os livros digitais e seus diversos recursos e possibilidades, as aulas tornam-se mais dinâmicas e ricas em metodologias ativas, que incentivam o estudante a aprender de forma autônoma e participativa”, afirmou.
Na opinião da educadora, a interatividade proporcionada pela tecnologia ajuda a despertar o interesse dos estudantes, especialmente quando se utilizam jogos, simuladores e outras soluções interativas. Para apoiar os professores na integração de dispositivos eletrônicos com intencionalidade didática, a especialista elaborou uma seleção de atividades práticas que podem ser incorporadas no planejamento das aulas.
Dicas práticas para aplicar a tecnologia com intencionalidade
O uso pedagógico da tecnologia exige propósito, e, segundo Talita Fagundes, não se trata apenas de liberar o uso dos aparelhos, mas de transformá-los em ferramentas de aprendizagem. A seguir, confira cinco maneiras eficazes de incorporar os dispositivos eletrônicos em sala de aula:
- Resolução de atividades com materiais didáticos digitais
Professores podem propor atividades com jogos e exercícios digitais visando reforçar o conteúdo de forma lúdica e engajadora. Além disso, plataformas com conteúdo gamificado tornam o processo de aprendizagem mais personalizado e atrativo, uma vez que os alunos podem trilhar percursos adaptados às suas necessidades de aprendizado. - Estímulo à leitura digital e ao hábito da leitura
Ao incentivar o uso de e-books, artigos e revistas digitais, o professor amplia o acesso às fontes de informação e promove o hábito da leitura crítica em ambientes digitais. Pode-se propor atividades de leitura digitais, nas quais os alunos discutam capítulos, tornando a leitura uma atividade interativa. - Pesquisas online e uso consciente da Inteligência Artificial (IA)
Sob orientação, os alunos podem realizar pesquisas usando mecanismos de busca e ferramentas de IA. O professor, por sua vez, pode orientá-los sobre como validar informações, identificar fake news e usar as respostas da IA como ponto de partida para discussões críticas, incentivando o letramento digital. - Desenvolvimento da criatividade com apoio da tecnologia
Ferramentas digitais permitem que os alunos expressem suas ideias por meio de mapas mentais, apresentações multimídia, podcasts e vídeos. - Avaliações formativas e feedback em tempo real
Com o apoio da tecnologia, é possível aplicar avaliações diagnósticas e formativas de forma rápida, com correção automática e relatórios de desempenho detalhados por turma e estudante. A ferramenta auxilia o professor a planejar uma aula mais assertiva, de acordo com as necessidades dos alunos.