Proposta da 30ª edição Bett Brasil, de 28 de abril a 1º de maio de 2025, é preparar a Educação para construir futuros regenerativos
Para enfrentar as inúmeras crises dos tempos atuais, a Bett Brasil propõe, em seu evento especial de 30 anos, discussões sobre os futuros regenerativos no contexto da educação brasileira. Corrobora com essa premissa a proposta do tema central da 30ª edição, “Educação para enfrentar crises e construir futuros regenerativos”, elaborada com o apoio do Conselho Consultivo da Bett Brasil. Estamos a cinco meses do evento.
Todos os painéis de debate da edição de 2025 seguirão esse tema principal. As discussões incluirão práticas inspiradoras e casos reais de instituições de ensino, inovações pedagógicas que já estão avançadas em direção a sistemas educacionais mais resilientes e sustentáveis. Haverá seis subtemas a serem abordados ao longo dos quatro dias do evento, ancorados nas crises sociais, ambientais e econômicas que impactam, direta ou indiretamente, a educação brasileira e mundial.
“A proposta da Bett Brasil 2025 não será apenas ser palco de discussões, mas um ambiente para a construção de redes colaborativas e o desenvolvimento de práticas inovadoras que visam preparar a educação brasileira para enfrentar as crises atuais e futuras. Será um evento que promete não só expandir horizontes, mas também catalisar transformações práticas na educação, com a colaboração de educadores e especialistas comprometidos com um futuro mais justo e sustentável para todos”, disse Adriana Martinelli, diretora de Conteúdo da Bett Brasil.
A 30ª edição da Bett Brasil está marcada para acontecer de 28 de abril a 1º de maio de 2025, no Expo Center Norte, em São Paulo, com a colaboração de renomados especialistas, educadores, formadores de opinião e influenciadores brasileiros e internacionais. As inscrições já estão abertas. Para visitar o evento gratuitamente, acesse este link e efetue seu cadastro. Já para se inscrever no Congresso, os interessados devem efetuar inscrição neste link. O educador21, mais uma vez, está confirmado como parceiro de produtor de conteúdo e apoiador do evento.
O que são futuros regenerativos e como trabalhar esse conceito na educação brasileira?
Conceitualmente, a ideia central de futuros regenerativos é a regeneração e restauração por meio de ações que possam melhorar os ecossistemas, as comunidades e os processos sociais e econômicos ao longo do tempo. A abordagem está relacionada à sustentabilidade, à ecologia e ao design social, com o intuito de criar uma cultura regenerativa, uma prática constante de recuperação, renovação e fortalecimento de sistemas, que revitalizam e até melhoram o que foi danificado ou desgastado.
“Para trabalhar o conceito de futuros regenerativos na educação, é necessário encarar as crises educacionais como oportunidades para transformações profundas. Isso começa com uma perspectiva experimental, que abandona as práticas ultrapassadas e cria condições e espaços para abordagens que erram, aprendem e se adaptam”, explicou Adriana Martinelli.
Até então, a inserção das ideias em torno dos futuros regenerativos tinha como aplicação mais direta as áreas da agricultura, economia e planejamento urbano. A proposta que emerge para a Bett Brasil 2025 é colocá-las em perspectiva e debater sua aplicabilidade também no contexto educacional.
Um ponto central para essa transformação é o lifelong learning, que promove uma cultura de aprendizado contínuo envolvendo educadores, gestores, estudantes, pais, responsáveis e a comunidade. “Isso nos impulsiona a buscar sistemas mais resilientes e preparados para responder às demandas emergentes de maneira ágil e consistente”, completou Adriana.
Educadores: agentes transformadores do mundo
Para Arthur Galamba, diretor do PGCE (Postgraduate Certificate in Education) Science do King’s College London, cofundador e diretor da Collabits e ex-conselheiro da Câmara de Comércio Brasileira no Reino Unido, o conceito de futuros regenerativos no contexto da educação é essencial para integrar elementos que promovam não só a conscientização ambiental e social, mas também práticas pedagógicas que incentivem a crítica e a transformação.
Galamba enfatiza que a educação ambiental e a educação científica para a democracia são duas áreas que se conectam profundamente com essa visão, pois ambas buscam formar cidadãos críticos e engajados com o bem-estar coletivo e a sustentabilidade. Nesta perspectiva, educadores e estudantes são vistos como agentes transformadores. “É fundamental que o currículo escolar valorize a equidade, a igualdade, a justiça e a inclusão, de forma a promover o desenvolvimento de uma consciência crítica e ambiental que apoie um crescimento sustentável e uma transição justa para a sociedade”, afirmou.
Outro aspecto essencial diz respeito ao empoderamento dos educadores, oferecendo-lhes autonomia e ferramentas para atuarem com criatividade e responsabilidade social.
“Por isso, também é preciso pensar na construção de futuros regenerativos que criem espaços para processos colaborativos que transcendam o âmbito educacional, integrando outras áreas do conhecimento, como saúde, tecnologia e meio ambiente. Ao mesmo tempo, a educação passa a ser um elo para a sociedade, para não só enfrentar as crises atuais, mas para se reconstruir a partir delas e formar cidadãos comprometidos com um futuro sustentável e socialmente justo”, disse Adriana.
Formação pedagógica regenerativa: rumo ao futuro
Ao trabalhar o conceito de futuros regenerativos no contexto específico da educação, a formação docente também deve seguir a mesma linha de raciocínio e práticas. Para Arthur Galamba, o atual modelo educacional não prepara os estudantes para questionar o mundo, mas para aceitá-lo como ele está, para reforçar as estruturas sociais e econômicas existentes.
“Ao adotar uma pedagogia regenerativa, os educadores também devem rever a forma como avaliam seus estudantes, introduzindo instrumentos que promovam o desenvolvimento de uma postura crítica e transformadora. A avaliação, nesse contexto, deve transcender a mera mensuração de notas e assumir um caráter formativo que incentive a criatividade, a resolução de problemas e o pensamento crítico, com feedbacks construtivos, cocriação de conhecimento e interação entre pares, que são elementos centrais para um processo dinâmico e contínuo de construção conjunta”, falou Galamba.
Tanto Adriana Martinelli quanto Arthur Galamba pontuam que trabalhar o conceito de futuros regenerativos na educação envolve muito mais do que ensinar sobre meio ambiente, mudanças climáticas, sustentabilidade, ecologia ou design social; é um compromisso em transformar a maneira como aprendemos, pensamos e agimos em relação ao mundo.